Belo Horizonte aposta em festas populares para atrair turistas

O ano de 2017 já pode ser considerado um divisor de águas para a cidade de Belo Horizonte. Se no primeiro semestre o Carnaval superou as expectativas e atraiu cerca de três milhões de pessoas, o São João também não ficou atrás e já está entre os principais festejos juninos do país.

Durante 30 dias, a capital mineira respirou as tradições caipira com a 39ª edição do Arraial de Belo Horizonte, considerado o maior da história.  Ao todo foram 242 eventos públicos e privados espalhados por todos os cantos da cidade.

Grupo São Gererê durante apresentação no Arraial de Belo Horizonte

O ponto alto da festa foi o tradicional concurso de quadrilhas na Praça da Estação, região central de BH, que teve a participação de 36 grupos –divididos entre Acesso e Especial. O Grêmio Recreativo Cultural São Gererê venceu a disputa na principal categoria com a homenagem aos 35 anos do Grupo Galpão, um dos mais importantes do país, recriando a montagem histórica de ‘Romeu e Julieta’.

Fora do Nordeste

Considerado o maior São João fora do Nordeste, o Arraial de Belo Horizonte ganhou ainda mais importância após ter sido contemplado, com projeto da prefeitura, no Edital de Festejos Juninos lançado pelo MTur (Ministério do Turismo) e pela Embratur.

Isto coloca a capital mineira entre os cinco destinos turísticos para visitar durante os festejos juninos, ao lado das cidades de Bragança (PA), Campina Grande (PB), Corumbá (MS) e São Luís (MA).

Turismo de experiência

Ao lado da já consagrada gastronomia e das atrações culturais, a Belotur (Empresa de Turismo de Belo Horizonte) vem apostando nas festas populares para atrair turistas que buscam vivenciar uma experiência única. A expectativa é que tanto o Carnaval como Arraial se consolidem no cenário nacional.

Vista de um dos corredores do Mercado Central de Belo Horizonte

A cidade tem atrações para todos os gostos, bolsos e paladares. Museus e centros culturais completam o roteiro. BH é tão democrática que é possível conhecer algumas das principais atrações em um único dia (para aqueles que têm pouco tempo) ou se você tiver mais tempo, se perder pelos bares e conhecer a fundo a gastronomia mineira.

Mas uma visita à capital mineira não é completa se você não conhecer o Mercado Central, único do país que é privado. Com mais de 400 lojas, é uma das atrações mais visitadas de Belo Horizonte, tanto por turistas como pelos belo-horizontinos, principalmente nos fins de tarde.

Loja no Mercado vende mais de 400 rótulos de cachaça

Prestes a completar nove décadas, o espaço é uma verdadeira “Disney” dos aromas e sabores. Basta percorrer os corredores temáticos como o dos queijos, doce, artesanato, ervas e a do abacaxi para entender o porquê. Diariamente passam por lá mais de dez mil pessoas.

Dentre os produtos mais procurados estão a goiabada, a cachaça da roça e o famoso queijo minas e suas variedades.

Oscar Niemeyer

Fachada da Igreja de São Francisco de Assis, uma das obras de Niemeyer

Depois de Brasília, Belo Horizonte detém uma parte expressiva da obra do renomado arquiteto Oscar Niemeyer.

É na cidade que estão os primeiros prédios projetados por ele. As formas sintéticas, modernas e tão características de Niemeyer permeiam toda visita pela capital mineira.

Mas a obra mais famosa do arquiteto é o Conjunto Moderno da Pampulha, principal cartão postal de Belo Horizonte, reconhecido no ano passado pela Unesco como Patrimônio Mundial da Humanidade.

Compõem o conjunto a paisagem que se forma com a integração entre a Lagoa da Pampulha e sua orla, os jardins de Burle Marx, a Igreja de São Francisco de Assis –obras de Candido Portinari–, o antigo Cassino (atual Museu de Arte da Pampulha), a Casa do Baile (atualmente Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte), o Iate Golfe Clube (atual Iate Tênis Clube) e a praça Dalva Simão (antiga Santa Rosa).

*O jornalista viajou à convite do MTur (Ministério do Turismo)