Bolívia tem paisagens únicas e o maior deserto de sal do mundo
País andino é um lugar único, um destino para onde é preciso voltar várias vezes; confira dicas de passeios, hospedagem e galeria de fotos
América do Sul é um continente rico em cultura e tradições. Nesse pedaço do planeta há 12 países, cada um com belas paisagens e folclores, para agradar todo tipo de viajante. Um deles é a Bolívia.
Geralmente, o país é incluído em algum dos demais roteiros sul-americanos como Argentina, Chile, Paraguai e Peru, com os quais faz fronteira. Mas, pensar em reservar uma viagem exclusiva para visitar o nosso vizinho, pode ser uma experiência incrível.
A Bolívia é país exótico com paisagens inesquecíveis e hotéis confortáveis a preços bem acessíveis. Por isso, vale muito a pena escolher o país como principal destino. Há muito para conhecer nessa região andina que fez parte do antigo Império Inca. Ali, encontram-se ruínas milenares, lagoas coloridas, o Salar Uyuni e, claro, a hospitalidade do povo boliviano.
- Escovar os dentes ajuda a prevenir grave doença, revela Harvard
- América Central: 5 países para incluir na sua próxima viagem
- Férias com crianças a 40 minutos de São Paulo
- Já ouviu falar de transplante de sobrancelha? Veja curiosidades sobre o procedimento
O que falta, acredito eu, é um trabalho mais intenso de divulgação. O governo não investe muitos esforços neste quesito, então acaba sobrando para os empresários do segmento de turismo tomar as rédeas e realizar ações para fomentar o turismo local.
Esta viagem foi proporcionada pela Hidalgo Tours, uma agência receptiva que sabe como ninguém proporcionar uma excelente viagem para os turistas. Também, com 40 anos de tradição pode deixar os mais exigentes viajantes de boca aberta com tanta beleza.
Nós tivemos a oportunidade de conhecer algumas das principais atrações bolivianas que, certamente, vão surpreender até os turistas mais experientes.
Nossa viagem começou por Santa Cruz de La Sierra, no aeroporto internacional Viru Viru. A cidade fica 416 metros acima do mar, por isso chegar ao país por Santa Cruz é bom para se acostumar com a altitude. Depois de uma hora fizemos o traslado, em um avião privado, para o Joya Andina Airoport, exclusivo para voos locais, em Uyuni.
Em Uyuni encontra-se o maior deserto de sal do mundo. O povoado, bem simples e pequeno, oferece uma infraestrutura básica tanto para os locais como para os turistas que viajam para o Salar. E daqui que partem vários tours pela região de Potosí
Vale a pena dar uma voltinha para entrar em contato com o modo de vida dos moradores. Tem médico, farmácia, lojinhas de souvenir e mercado. No mercado há muitas frutas e uma variedade incrível de batata, eu nunca vi tantos tipos diferentes de batata. Muitas vendedoras comercializando guloseimas, como torradas, milho e favas torrados , bolos e pães.
No mercado central podemos comprar a famosa folha de coca, que muito se ouve falar por 5 bolivianos, mais ou menos uns R$ 5 por 200 gramas. Dizem que mascar a folha de coca, ajuda a amenizar as indisposições causadas pela altitude, o famoso Soroche.
E não é raro ver turistas usando mascara de oxigênio. Por isto, não se esqueça da importância de fazer um seguro-viagem, para quer seja para dentro ou fora do Brasil.
Um palácio todinho feito de sal
Nossa primeira acomodação foi no Hotel Palácio de Sal, o primeiro hotel de sal do mundo. Sim, exatamente isso, um palácio feito todinho de sal. Uma verdadeira obra de arte. Próximo ao Salar de Uyuni, a construção foi erguida com rígidos blocos de sal.
As paredes, teto e móveis são feitos de sal. Os quartos tem o formato de iglu, com o teto pontiagudo.
Para curtir ainda mais esse lugar mágico, o visitante desfruta de piscina aquecida com vista fascinante para o Salar, acomodações bem confortáveis e a diária inclui o café da manhã. Tudo muito bem estruturado para que os hóspedes tenham lindas recordações.
Se hospedar num hotel feito de sal já é uma super experiência, imagina agora o que nos espera neste roteiro.
Atrativos turísticos ao redor do Salar
Para muita gente ainda pode parecer estranho, mas a verdade é que em várias partes do mundo visitar cemitérios é algo imperdível. Existem cemitérios de tudo quanto é tipo. A Bolívia, claro, também oferece esse curioso local em seus roteiros de passeios turísticos.
Em Uyuni tem um cemitério de trens, um museu a céu aberto que abriga antigas locomotivas movidas a vapor e expostas à ação do tempo desde os anos 1940. Durante muito tempo essas máquinas foram usadas para o transporte de minérios, como prata e estanho, que antes era feito por mulas e pelos índios. O local faz parte das atrações turísticas dos arredores de Uyuni e rende boas fotos.
As surpresas não param. As belezas naturais da Bolívia são mesmo de tirar o fôlego. Guarde esse nome: Valle das Rocas. Com cerca de 16 km de extensão, fica na reserva natural andina Eduardo Avaroa.
O local abriga inúmeras formações rochosas em tons de vermelho, cada uma de forma diferente, como uma taça de Copa do Mundo, um Camelo, uma árvore, enfim, para onde olhar vai encontrar uma figura esculpida pela natureza. É relaxante viajar em cada desenho e, claro, fotografar, pois falando ninguém acredita.
A Laguna Catal é uma zona úmida de altitude elevada, excelente para a vida animal. Difícil não se emocionar ao ver pássaros e filhotes de Lhama.
Na Laguna Vinto vemos as águas calmas mudarem de cor conforme a incidência do sol e, também, muitas Lhamas matando a sede. Parece até cena de filme. E uma superprodução!
Itália Perdida é uma imensa região composta de pedras. Mas aqui é preciso redobrar a atenção. É um lugar fácil de se perder, senão estiver acompanhado por um guia local. Aliás, o nome Itália Perdida é uma homenagem a um turista italiano que foi explorar o local e acabou se perdendo na imensidão de pedras vermelhas.
Depois de conhecer as lagoas, hora de descanar e recarregar as energias. E por aqui, até nessa hora somos presenteados por mais beleza. A dica é o Hotel Mallku Cueva, cravado em uma enorme rocha natural.
O espaço é concebido para que a natureza possa conviver harmoniosamente com as comodidades oferecidas aos hóspedes.
O hotel tem um delicioso café da manhã e, também, comida caseira da gastronomia local e internacional. É um agradável refúgio no meio do nada, excelente pedida para respirar fundo, recuperar as forças e continuar a viagem.
foi o primeiro lago salgado que conheci. Está a 4.278 m de altitude, e é gigante!. Fica na Reserva Nacional Eduardo Avaroa, pertinho da fronteira com o Chile. Só por essa privilegiada localização dá para imaginar o que o visitante vai encontrar, né?
Há vários flamingos colorindo a paisagem, os famosos flamingos de James. As águas do lago são avermelhadas, em função dos sedimentos vermelhos e da pigmentação das algas. É espetacular.
Pule da cama cedo. Foi isso o que fizemos para admirar os Gêiseres de Sol da Manhã, a cinco mil metros acima do nível do mar. É emocionante ver o vapor de água quente, misturada com enxofre, saindo da terra. O cheiro é muito forte, é verdade. Mas as imagens são tão, mas tão exuberantes, que tudo vale muito a pena.
Paramos por alguns minutos para contemplar a Laguna Verde, com montanhas ao redor. A impressionante cor esmeralda é proveniente da mistura de sal, cobre e arsênico. É bonito de ver e, claro, registrar tudo para matar saudade depois.
Um vulcão entre Bolívia e Chile
Bem atrás da Laguna Verde está situado o Vulcão Licancabur, com 5.916 m de altitude, na fronteira Bolívia e Chile.
Depois de uma boa noite de sono e um revigorante café da manhã, fomos até o vilarejo de Colchani, uma parada obrigatória a caminho do Salar.
As principais atividades do povoado são a extração de sal e a produção de coloridos artesanatos. Aproveite a visita para levar bolsas, mantas, sais de banho e outros itens feitos por artesãos bolivianos. Dá para levar presentes para toda família, pois os preços não pesam no orçamento.
Salar Uyuni é a cereja do bolo da aventura boliviana
O maior deserto de sal do mundo, com cerca de 12.000 km² e a 3.600 m de altitude, foi formado quando um movimento das placas tectônicas deixou um pedaço de mar preso entre as montanhas. Com o passar do tempo a água evaporou e o sal continua lá até hoje.
A paisagem é como um oceano branco, quando chove forma-se um espelho d’água e o chão reflete o céu, dando a sensação de que estamos caminhando nas nuvens. É uma experiência incrível!
O Salar Uyuni é preservado, por isso só são permitidas construções nas adjacências, às margens do Salar. Inclusive os automóveis só têm permissão para circundar o Salar, não podem passar por cima dele.
Muitos turistas visitam esse deserto de sal para recarregar as energias, pois ali se encontra uma das maiores reservas de lítio. Esse pedaço de terra, ou melhor, de sal, é tão importante que é usado pela Nasa para ajustar os satélites.
Para completar essa viagem luxuosíssima, tivemos uma happy hour admirando o pôr do sol, com vinhos, aperitivos, frutas secas, lanches e bebidas quentinhas, em meio a uma paisagem de tirar o fôlego. É ou não é um luxo?
Deixe as fotos por conta dos guias, porque você vai se surpreender com as imagens em perspectiva que eles conseguem criar.
Atrativos do Salar
Monumento às Bandeiras é onde os visitantes se encontram e deixam a bandeira do seu país. A bandeira do Brasil também está fixada no local. É um point com bastante movimento, uma oportunidade para conhecer pessoas do mundo inteiro e tirar muitas fotos.
Monumento Rali Dakar, em homenagem ao maior evento off-road do mundo, que desde 2009 acontece na América do Sul. A prova já passou pela Bolívia em quatro edições, duas delas incluindo o imponente Salar de Uyuni. Um antigo hotel, que hoje serve de museu e restaurante, foi desmontado justamente em função da preservação do lugar.
Há, também, a Escada do Céu. São 14 degraus que te levam literalmente ao céu. Ao subir a escada feita de sal os turistas têm a nítida impressão de tocar o céu com as mãos.
Bolívia é um lugar único, um destino para onde é preciso voltar várias vezes. Tantas sensações e tantos momentos emocionantes merecem ser vividos novamente. Foi uma experiência positiva
Dicas importantes
- A moeda do país é o Boliviano, que vale R$ 0,68;
- A capital constitucional da Bolívia é Sucre, La Paz é onde fica a sede do governo;
- Os brasileiros não precisam de visto para permanecer no país durante 90 dias. Basta levar RG com foto atual ou passaporte válido;
- Prepare-se para enfrentar o soroche, mal-estar provocado em altitude elevada. Os efeitos da altitude são sentidos por qualquer pessoa, independente da idade;
- O chá de coca ajuda a equilibrar os efeitos da altitude. Muitos pensam que é alucinógeno, mas não é. A droga é uma produção química feita pelo homem;
- Faça um seguro-viagem;
- Não compre chip no aeroporto, onde custa US$ 10. Na cidade, Uyuni, é bem mais em conta, em torno de R$ 10.
*Angela Karam é diretora de conteúdo do blog Turismo-SA