Brighton: o que fazer em uma das cidades mais liberais da Inglaterra

Brighton tem uma grande comunidade LGBT e, anualmente, em agosto, cerca de 400 mil pessoas vão à cidade para o Brighton Pride

19/08/2019 15:49

Fazer uma viagem a Londres e reservar no roteiro um tempinho para um mergulho no mar e passeio na praia com direito a refeição com frutos do mar é bem fácil, pois a apenas 60 minutos de trem está localizada a charmosa Brighton.

A cidade de 290 mil habitantes, que possui a fama de ser uma das mais liberais da Inglaterra (algo como: ‘O que se faz em Brighton, fica em Brighton’) ganhou esta reputação há muito tempo. No final do século 18, o local evoluiu de um simples vilarejo de pescadores a um destino de férias da elite britânica.

Em 1787, quando o notório fanfarrão da família real britânica, o príncipe regente George IV,  chegou à cidade para construir um retiro à beira-mar – o belíssimo Royal Pavilion – o bucólico destino litorâneo nunca mais foi o mesmo. Outro fato histórico que ajudou na consolidação da cidade como paraíso à beira mar foi a construção da ferrovia em 1861.

Atualmente, cerca de 7,5 milhões de pessoas visitam a cidade todos os anos. Conheça algumas atrações e curiosidades de Brighton!

A principal Parada LGBTQ + do Reino Unido

Brighton tem uma grande comunidade LGBT e, anualmente, em agosto, cerca de 400 mil pessoas vão à cidade para o Brighton Pride. A Parada LGBTQ + é um dos maiores e mais incríveis eventos do calendário da cidade e a principal passeata de orgulho gay de todo Reino Unido.

A cidade como paraíso gay teve origem ao longo do século 19 e início do século 20, devido à proximidade com a capital e a expansão do transporte. Nos anos 1930, bares e pubs gays e lésbicos invadiram a cidade e, depois da Segunda Guerra Mundial, as histórias sobre as diversões exclusivas em Brighton atraíram aqueles que também procuravam um lugar seguro para explorar sua sexualidade clandestinamente.

Hoje, acredita-se que entre 11 e 15% de todos os adultos em Brighton se identifiquem como gays, lésbicas ou bissexuais. É fácil ver a influência da comunidade LGBT, especialmente em bairros como Kemptown onde existem pubs como The Bulldog, The Camelford Arms e The Marlborough, alguns dos mais animados e tradicionais bares gays da cidade.Royal Pavillion

George IV visitou Brighton pela primeira vez em 1783, quando tinha 21 anos. Ele havia sofrido uma crise de gota e foi aconselhado a respirar ar puro e a se banhar no mar para se recuperar. Em 1786, ele decidiu adquirir uma residência em Brighton e o arquiteto Henry Holland foi contratado para transformar a então simples casa de praia. O local se tornaria o Royal Pavillion.

Em 1811, George foi empossado como Príncipe Regente, pois seu pai, Jorge III, foi considerado incapaz de atuar como monarca. Naquela época, o local ainda era um edifício modesto, não adequado para os grandes eventos sociais e entretenimento que George adorava. Então ele contratou John Nash, um designer de teatro e arquiteto, para aprimorar o Pavilhão. Essas mudanças ocorreram de 1815 a 1822 e o exterior foi transformado pela adição de minaretes, cúpulas e pináculos de inspiração indiana no exterior.

Nenhuma despesa foi poupada: o interior com muitos quartos, galerias e corredores foi cuidadosamente preenchido com decoração opulenta e mobiliário requintado. Esses espaços demonstram o amor do príncipe pela arte e design asiáticos. Isso mais tarde ficou conhecido como chinoiserie, um estilo inspirado na porcelana, seda e laca importados da China, Japão e outros países da Ásia.

O Royal Pavillion é um passeio imperdível para quem visita a cidade. Aberto diariamente das 9h30 às 17h45, o ingresso pode ser adquirido até às 21h30 da noite anterior à visita pela internet por valores mais em conta do que no guichê do museu.

O valor da entrada para adultos é de £ 13,50 e para crianças e adolescentes (idades entre 5 e 18 anos) é de £ 8,10. Já bilhetes para a família – dois adultos com até duas crianças é £ 35.10 e um adulto com até duas crianças, £ 21,60.

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Brighton Palace Pier

Em muitas cidades litorâneas do mundo – inclusive no Brasil – existem parques de diversões à beira mar com uma característica em comum: a cafonice. Cores vibrantes piscando, máquinas de bichos de pelúcia, vendedores de balões, quiosque de comidas gordurosas e açucaradas, crianças eufóricas e brinquedos diversos – de roda gigante a carrinhos de bate-bate…

No entanto, antes que imaginar que se tratam de características negativas, não é nada disso! Todas essas particularidades misturadas formam uma atmosfera de clima tão descontraído e alegre que não se divertir é praticamente impossível.

Em Brighton, o Brighton Palace Pier é justamente assim. Inaugurado em 1889, o local é uma das atrações turísticas mais famosas da cidade e parte do que torna a orla marítima tão popular: mais de 3 milhões de pessoas passam por ali todos os anos!  Há montanha-russa, carrosséis, máquinas de jogos, algodão doce, cachorro-quente e gaivotas ladras, sim: gaivotas ladras! Dê bobeira com um sorvete ou com qualquer guloseima e o pássaro larápio te afanará no mesmo segundo. Pode testar, aconteceu comigo e, depois do fato, (obviamente), um monte de gente veio me dizer que isso é comum por lá.

Para os antenados: muitos livros, filmes e séries de TV se referem a este píer e o usam em suas produções cinematográficas, um deles é o sucesso de Tim Burton: “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”.

Para conhecer o local, é possível entrar e caminhar até o final do caís sem pagar entrada e comprar comidas e bebidas.  Já para brincar no parque de diversões, o valor do ingresso possui desconto de 25% se comprado antecipadamente pela internet para brincar ilimitadamente nos por um dia: £ 20 para adultos e £ 12 para crianças.

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Torre de observação British Airways i360

Em agosto de 2016, a torre de observação British Airways i360 foi aberta ao público em Brighton com 138 metros de altura. Projetada pela Marks Barfield Architects, a empresa por trás do icônico London Eye, a torre transporta 200 visitantes por vez para contemplar as vistas da cidade de Brighton, costa de Sussex e do Canal da Mancha. Esta é considerada a torre de observação mais alta do mundo no momento.

Com 18 metros de diâmetro e pesando 94 toneladas, a cápsula de observação é dez vezes maior que as cápsulas do London Eye. Construída em vidro duplo feito à mão, fornece um panorama total de 360 ​​graus da paisagem circundante, com vistas de até 40 km de distância.

Uma vez dentro do ‘casulo’, os passageiros podem andar livremente ou se sentar e apreciar a paisagem e até tomar bons drinks no bar. O passeio completo dura cerca de 25 minutos.

Os ingressos para a torre custam £ 7,40 para crianças entre 5 e 15 anos e £ 14,85 para adultos.
Os ingressos para a torre custam £ 7,40 para crianças entre 5 e 15 anos e £ 14,85 para adultos.

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Banksy em Brighton

Aaaaaah, Banksy! Uma das obras mais aclamadas deste que é o artista de rua mais polêmico, controverso e respeitado do mundo está em Brighton. Na parede externa do pub Prince Albert está o icônico mural ‘Kissing Policemen’, uma saudação provocativa e bem humorada contra a homofobia feita em 2004.

O trabalho que mostra dois policiais apaixonados tornou-se um santuário para os fãs do misterioso grafiteiro inglês e uma parada regular na rota turística de Brighton. Mas embora o beijo lascivo permaneça no local, atualmente é apenas uma cópia do original em meio a um mural em homenagem a artistas britânicos. Em 2008, depois de repetidos ataques à obra de arte, que a deixaram seriamente danificada, Chris Steward, o proprietário do pub vendeu o original por uma quantia considerável, estimada entre US $ 500 mil e US $ 700 mil.

Para retirar a obra do local, uma empresa especializada em restauração de arte usou produtos químicos para transferir a imagem para uma tela e o original foi substituído por outro estêncil e envolto em acrílico. “Eu não acho que estamos enganando as pessoas”, disse Steward. “Talvez um pouco, mas é 80% um Banksy, apenas o estêncil foi feito por outra pessoa.”

Embora os trabalhos do artista sejam bastante variados, todos possuem características em comum: são feitos na calada da noite em locais públicos, têm forte cunho político e social e abordam questões da atualidade.

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Restaurante vegetariano Terre à Terre

Em Brighton, há 24 anos existe um dos melhores restaurantes vegetarianos que qualquer apaixonado por carne poderia desejar. Isso mesmo. No Terre à Terre os pratos são tão deliciosos, bem temperados e bonitos que nem mesmo o maior dos carnívoros sentirá falta de carne em sua refeição.

Altamente recomendado pela imprensa, sua abordagem criativa e divertida da culinária vegetariana garante que o cardápio mostre uma seleção de pratos exóticos e inovadores. Definitivamente, o local nunca poderia ser acusado de ser um restaurante vegetariano chato: tudo no menu parece interessante e incomum e é preciso ler a descrição de cada item para ter uma compreensão adequada de cada prato oferecido.

Esqueça as saladinhas convencionais, no restaurante os pratos são confeccionados como se fossem verdadeiras obras de arte e tudo com preços acessíveis ao bolso – mesmo para com a diferença de câmbio entre real e libra.

Os pratos têm nomes divertidos como KFC (Korean fried cauliflower – couve-flor frita coreana com gergelim agridoce), ‘Como Está Sua Vada?’ (petisco indiano feito recheado com folhas de curry e açafrão, gengibre e cominho, tudo envolto em flocos de amêndoa e arroz, frito e enrolado em sal negro) e Snap, Crackle e Choc (mousse confeccionado com creme de avelã com praliné de chocolate e bolachas de chocolate servidas com sorbet de Clementina – finalizado com minúsculos merengues de pimenta rosa.

O Terre à Terre ainda possui uma grande variedade de vinhos orgânicos, que eliminam fertilizantes químicos sintéticos, pesticidas ou herbicidas que afetam o crescimento natural e o amadurecimento das uvas. O restaurante também serve cervejas e cidras, além de coquetéis artesanais e opções não-alcoólicas.

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A jornalista Tuka Pereira, do site Pra Onde Vai Agora?, viajou a Londres a convite do Visit Britain, conselho de turismo da Grã-Bretanha, e da companhia aérea Norwegian.