Brighton: o que fazer em uma das cidades mais liberais da Inglaterra
Brighton tem uma grande comunidade LGBT e, anualmente, em agosto, cerca de 400 mil pessoas vão à cidade para o Brighton Pride
Fazer uma viagem a Londres e reservar no roteiro um tempinho para um mergulho no mar e passeio na praia com direito a refeição com frutos do mar é bem fácil, pois a apenas 60 minutos de trem está localizada a charmosa Brighton.
A cidade de 290 mil habitantes, que possui a fama de ser uma das mais liberais da Inglaterra (algo como: ‘O que se faz em Brighton, fica em Brighton’) ganhou esta reputação há muito tempo. No final do século 18, o local evoluiu de um simples vilarejo de pescadores a um destino de férias da elite britânica.
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Em 1787, quando o notório fanfarrão da família real britânica, o príncipe regente George IV, chegou à cidade para construir um retiro à beira-mar – o belíssimo Royal Pavilion – o bucólico destino litorâneo nunca mais foi o mesmo. Outro fato histórico que ajudou na consolidação da cidade como paraíso à beira mar foi a construção da ferrovia em 1861.
Atualmente, cerca de 7,5 milhões de pessoas visitam a cidade todos os anos. Conheça algumas atrações e curiosidades de Brighton!
A principal Parada LGBTQ + do Reino Unido
Brighton tem uma grande comunidade LGBT e, anualmente, em agosto, cerca de 400 mil pessoas vão à cidade para o Brighton Pride. A Parada LGBTQ + é um dos maiores e mais incríveis eventos do calendário da cidade e a principal passeata de orgulho gay de todo Reino Unido.
A cidade como paraíso gay teve origem ao longo do século 19 e início do século 20, devido à proximidade com a capital e a expansão do transporte. Nos anos 1930, bares e pubs gays e lésbicos invadiram a cidade e, depois da Segunda Guerra Mundial, as histórias sobre as diversões exclusivas em Brighton atraíram aqueles que também procuravam um lugar seguro para explorar sua sexualidade clandestinamente.
Hoje, acredita-se que entre 11 e 15% de todos os adultos em Brighton se identifiquem como gays, lésbicas ou bissexuais. É fácil ver a influência da comunidade LGBT, especialmente em bairros como Kemptown onde existem pubs como The Bulldog, The Camelford Arms e The Marlborough, alguns dos mais animados e tradicionais bares gays da cidade.Royal Pavillion
George IV visitou Brighton pela primeira vez em 1783, quando tinha 21 anos. Ele havia sofrido uma crise de gota e foi aconselhado a respirar ar puro e a se banhar no mar para se recuperar. Em 1786, ele decidiu adquirir uma residência em Brighton e o arquiteto Henry Holland foi contratado para transformar a então simples casa de praia. O local se tornaria o Royal Pavillion.
Em 1811, George foi empossado como Príncipe Regente, pois seu pai, Jorge III, foi considerado incapaz de atuar como monarca. Naquela época, o local ainda era um edifício modesto, não adequado para os grandes eventos sociais e entretenimento que George adorava. Então ele contratou John Nash, um designer de teatro e arquiteto, para aprimorar o Pavilhão. Essas mudanças ocorreram de 1815 a 1822 e o exterior foi transformado pela adição de minaretes, cúpulas e pináculos de inspiração indiana no exterior.
Nenhuma despesa foi poupada: o interior com muitos quartos, galerias e corredores foi cuidadosamente preenchido com decoração opulenta e mobiliário requintado. Esses espaços demonstram o amor do príncipe pela arte e design asiáticos. Isso mais tarde ficou conhecido como chinoiserie, um estilo inspirado na porcelana, seda e laca importados da China, Japão e outros países da Ásia.
O Royal Pavillion é um passeio imperdível para quem visita a cidade. Aberto diariamente das 9h30 às 17h45, o ingresso pode ser adquirido até às 21h30 da noite anterior à visita pela internet por valores mais em conta do que no guichê do museu.
O valor da entrada para adultos é de £ 13,50 e para crianças e adolescentes (idades entre 5 e 18 anos) é de £ 8,10. Já bilhetes para a família – dois adultos com até duas crianças é £ 35.10 e um adulto com até duas crianças, £ 21,60.
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Brighton Palace Pier
Em muitas cidades litorâneas do mundo – inclusive no Brasil – existem parques de diversões à beira mar com uma característica em comum: a cafonice. Cores vibrantes piscando, máquinas de bichos de pelúcia, vendedores de balões, quiosque de comidas gordurosas e açucaradas, crianças eufóricas e brinquedos diversos – de roda gigante a carrinhos de bate-bate…
No entanto, antes que imaginar que se tratam de características negativas, não é nada disso! Todas essas particularidades misturadas formam uma atmosfera de clima tão descontraído e alegre que não se divertir é praticamente impossível.
Em Brighton, o Brighton Palace Pier é justamente assim. Inaugurado em 1889, o local é uma das atrações turísticas mais famosas da cidade e parte do que torna a orla marítima tão popular: mais de 3 milhões de pessoas passam por ali todos os anos! Há montanha-russa, carrosséis, máquinas de jogos, algodão doce, cachorro-quente e gaivotas ladras, sim: gaivotas ladras! Dê bobeira com um sorvete ou com qualquer guloseima e o pássaro larápio te afanará no mesmo segundo. Pode testar, aconteceu comigo e, depois do fato, (obviamente), um monte de gente veio me dizer que isso é comum por lá.
Para os antenados: muitos livros, filmes e séries de TV se referem a este píer e o usam em suas produções cinematográficas, um deles é o sucesso de Tim Burton: “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”.
Para conhecer o local, é possível entrar e caminhar até o final do caís sem pagar entrada e comprar comidas e bebidas. Já para brincar no parque de diversões, o valor do ingresso possui desconto de 25% se comprado antecipadamente pela internet para brincar ilimitadamente nos por um dia: £ 20 para adultos e £ 12 para crianças.
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Torre de observação British Airways i360
Em agosto de 2016, a torre de observação British Airways i360 foi aberta ao público em Brighton com 138 metros de altura. Projetada pela Marks Barfield Architects, a empresa por trás do icônico London Eye, a torre transporta 200 visitantes por vez para contemplar as vistas da cidade de Brighton, costa de Sussex e do Canal da Mancha. Esta é considerada a torre de observação mais alta do mundo no momento.
Com 18 metros de diâmetro e pesando 94 toneladas, a cápsula de observação é dez vezes maior que as cápsulas do London Eye. Construída em vidro duplo feito à mão, fornece um panorama total de 360 graus da paisagem circundante, com vistas de até 40 km de distância.
Uma vez dentro do ‘casulo’, os passageiros podem andar livremente ou se sentar e apreciar a paisagem e até tomar bons drinks no bar. O passeio completo dura cerca de 25 minutos.
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Banksy em Brighton
Aaaaaah, Banksy! Uma das obras mais aclamadas deste que é o artista de rua mais polêmico, controverso e respeitado do mundo está em Brighton. Na parede externa do pub Prince Albert está o icônico mural ‘Kissing Policemen’, uma saudação provocativa e bem humorada contra a homofobia feita em 2004.
O trabalho que mostra dois policiais apaixonados tornou-se um santuário para os fãs do misterioso grafiteiro inglês e uma parada regular na rota turística de Brighton. Mas embora o beijo lascivo permaneça no local, atualmente é apenas uma cópia do original em meio a um mural em homenagem a artistas britânicos. Em 2008, depois de repetidos ataques à obra de arte, que a deixaram seriamente danificada, Chris Steward, o proprietário do pub vendeu o original por uma quantia considerável, estimada entre US $ 500 mil e US $ 700 mil.
Para retirar a obra do local, uma empresa especializada em restauração de arte usou produtos químicos para transferir a imagem para uma tela e o original foi substituído por outro estêncil e envolto em acrílico. “Eu não acho que estamos enganando as pessoas”, disse Steward. “Talvez um pouco, mas é 80% um Banksy, apenas o estêncil foi feito por outra pessoa.”
Embora os trabalhos do artista sejam bastante variados, todos possuem características em comum: são feitos na calada da noite em locais públicos, têm forte cunho político e social e abordam questões da atualidade.
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Restaurante vegetariano Terre à Terre
Em Brighton, há 24 anos existe um dos melhores restaurantes vegetarianos que qualquer apaixonado por carne poderia desejar. Isso mesmo. No Terre à Terre os pratos são tão deliciosos, bem temperados e bonitos que nem mesmo o maior dos carnívoros sentirá falta de carne em sua refeição.
Altamente recomendado pela imprensa, sua abordagem criativa e divertida da culinária vegetariana garante que o cardápio mostre uma seleção de pratos exóticos e inovadores. Definitivamente, o local nunca poderia ser acusado de ser um restaurante vegetariano chato: tudo no menu parece interessante e incomum e é preciso ler a descrição de cada item para ter uma compreensão adequada de cada prato oferecido.
Esqueça as saladinhas convencionais, no restaurante os pratos são confeccionados como se fossem verdadeiras obras de arte e tudo com preços acessíveis ao bolso – mesmo para com a diferença de câmbio entre real e libra.
Os pratos têm nomes divertidos como KFC (Korean fried cauliflower – couve-flor frita coreana com gergelim agridoce), ‘Como Está Sua Vada?’ (petisco indiano feito recheado com folhas de curry e açafrão, gengibre e cominho, tudo envolto em flocos de amêndoa e arroz, frito e enrolado em sal negro) e Snap, Crackle e Choc (mousse confeccionado com creme de avelã com praliné de chocolate e bolachas de chocolate servidas com sorbet de Clementina – finalizado com minúsculos merengues de pimenta rosa.
O Terre à Terre ainda possui uma grande variedade de vinhos orgânicos, que eliminam fertilizantes químicos sintéticos, pesticidas ou herbicidas que afetam o crescimento natural e o amadurecimento das uvas. O restaurante também serve cervejas e cidras, além de coquetéis artesanais e opções não-alcoólicas.
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A jornalista Tuka Pereira, do site Pra Onde Vai Agora?, viajou a Londres a convite do Visit Britain, conselho de turismo da Grã-Bretanha, e da companhia aérea Norwegian.