Casal larga tudo para viajar e trabalhar a bordo de uma Kombi

Depois da América do Sul, eles pretendem seguir para América Central, Ásia, Índia, terminando na Alemanha

Dar a volta ao mundo é o sonho de muitas pessoas. Algumas colocam as mochilas nas costas e partem sem destino. Já outras preferem fazer isto de carro. É o caso do casal Arthur Ferrari e Kolja, que está há quase um ano viajando e trabalhando pela América do Sul.

Nestes quase 300 dias de estrada a bordo da Kombi Trudy, que se transformou em casa e escritório, eles já cruzaram a Paraguai, Argentina, Uruguai, Chile, Bolívia e agora estão no Peru.

O casal Arthur e Kolja com a Kombi Trudy; eles estão viajando e trabalhando pela América do Sul
Créditos: Arquivo pessoal
O casal Arthur e Kolja com a Kombi Trudy; eles estão viajando e trabalhando pela América do Sul

“Viajar neste modelo é definitivamente diferente do que vivíamos antes como mochileiros. Passamos por momentos memoráveis como dormir no deserto de sal ou acordar ao lado de vulcões, mas também já passamos por muitos perrengues, como atolar no meio do nada, empurrar a Kombi morro acima ou descer um morro de ré sem freio”, conta o catarinense Arthur.

Toda a aventura é compartilhada nas redes sociais do projeto Novo Nômade. “A cada dia temos nos tornado menos turistas e mais viajantes, paramos em vilas e cidades fora das rotas tradicionais e ficamos quanto tempo for necessário para suprir as nossas expectativas, nos permitimos vivenciar a vida local e depois seguir em frente para o novo destino”, revela Arthur.

Parar num atoleiro é só um dos perrengues que o casal já passou na viagem
Créditos: Arquivo pessoal
Parar num atoleiro é só um dos perrengues que o casal já passou na viagem

Depois da América do Sul, eles pretendem seguir para América Central até o México, depois para Ásia, com uma parada na Índia, terminando a aventura na Alemanha, terra nala de Kolja.

Confira abaixo o relato de Arthur Ferrari sobre a aventura a bordo da Trudy, uma Kombi 1988.

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“Dar uma volta ao mundo é o sonho de muitas pessoas e sempre foi um dos meus também, mas realizar esse plano sempre pareceu distante da realidade até entrarmos em contato com um estilo de vida que colocava a mobilidade em prol da otimização do trabalho, a comunidade de nômades digitais. Trabalhamos online o que nos permite trabalhar de qualquer lugar por isso decidimos abdicar de uma residência fixa e viver viajando, como novos nômades.

Arthue e Kolja se conhecerem em Leipzig, na Alemanha, e decidiram viajar pelo mundo
Créditos: Arquivo pessoal
Arthue e Kolja se conhecerem em Leipzig, na Alemanha, e decidiram viajar pelo mundo

Nós somos um casal formado por um brasileiro e um alemão. Eu nasci no interior de Santa Catarina, mudei para Curitiba e posteriormente para Leipzig, na Alemanha, onde conheci o Kolja. Ele vem de uma região próxima a Frankfurt e mantém um projeto com escopo semelhante a este, mas em alemão.

Nosso plano é partir da Alemanha, viajar pela América do Sul, América Central chegando até a América do Norte, para então seguir viagem rumo à Ásia, India e retornar a Alemanha. Nosso primeiro mês foi marcado pelo retorno ao Brasil, depois de quatro anos longe de casa retornar em companhia de um estrangeiro é praticamente redescobrir o próprio país a partir de novos olhos.

Uma das inúmeras paradas para domrir
Créditos: Arquivo pessoal
Uma das inúmeras paradas para domrir

Passamos um tempo no Paraguai, um país encolhido entre os vizinhos que luta frequentemente contra os estereótipos que embargam o mercado de turismo. Aproveitamos a baixa do peso argentino e nos entregamos ao charme de Buenos Aires por alguns dias antes de chegar ao Uruguai, país este que permaneceremos explorando até dezembro.

A Kombi Trudy serve de casa e escritório para o casal Arthur e Kolja
Créditos: Arquivo pessoal
A Kombi Trudy serve de casa e escritório para o casal Arthur e Kolja

Quanto tempo levará essa aventura de dar uma volta ao mundo? Certamente mais que os 80 dias que Phileas Fogg levou no livro de Júlio Verne, mas quanto tempo exatamente ainda é incerto. Nossa estimativa fica entre um a dois anos, tudo depende de como nos adaptarmos a esse novo estilo de vida”.