Casal lista 10 lições que aprenderam em um 1 de viagem pelo mundo

Um ano de viagem pelo mundo. Um a-n-o. Você saberia dizer o que você aprendeu ou o quanto você mudou de um ano pra cá? Pois nosso 1º aniversário de viagem chegou e, junto com muita comemoração, aproveitamos a data também pra refletir sobre as lições que aprendemos em nossa viagem pelo mundo.

O casal Adriana e Caio está a um ano da viajando pelo mundo e compartilha algumas ligões desta aventura

Um costume que criei antes de começarmos a viajar (e que mantive até hoje) é o de ler histórias de outros viajantes, que sempre funcionam como uma dose de inspiração pra continuarmos carregando nossas mochilas mundo afora. Agora que estamos completando nosso 1º ano de estrada, chegou nosso momento de compartilhar o que mudou (ou não) em nossas vidas.

A lista poderia se estender por infinitos posts aqui no blog, porque quase todo dia aprendemos algo diferente. A gente acredita que viajar é um dos melhores aprendizados da vida, porém o que nós queremos é que você viaje, explore novos destinos e tire suas próprias conclusões. Enquanto isso vem com a gente.

1 – Viajar é uma técnica que pode ser aprimorada com o tempo

Viajar é uma função. Mas depois de dar muita cabeçada, você aprende algumas lições. Seja quando a casa em que está hospedado quase pega fogo, quando o carro enguiça à noite numa estrada de chão (sem uma alma viva e sem internet) ou quando seu cartão de crédito é bloqueado –você aprende a se virar “na marra”.

E depois de um ano viajando, é tanta lição aprendida que hoje em dia não há mais perrengue que nos tire do sério. Ok, talvez eu mude de ideia se nossa mala for extraviada.

2 – É preciso tomar decisões o tempo todo. E rápido

A vida em uma viagem gira em outro ritmo. Situações do tipo “pensa rápido” são muito mais frequentes do que o coração de um indeciso pode suportar.

Se você é daqueles que, assim como eu, vive constantemente em cima do muro e passa horas pra escolher um simples item no cardápio (mesmo conhecendo o menu e tendo seu prato favorito), prepare-se pra mudar, e rápido.

Com o tempo, você aprende a traçar um plano B em menos de 5 minutos. Pode ser quando você chega à recepção do hotel e descobre que sua reserva não está confirmada e o hotel não tem mais vaga. Ou ainda, quando você chega ao aeroporto e não te deixam entrar no país, porque você deveria ter tirado o visto no Brasil e não na chegada.

3 – Nós fazemos planos. E às vezes não seguimos nada do planejado

 

Algumas decisões podem ser tomadas com mais calma. Quando vamos para um novo destino, geralmente pesquisamos sobre o lugar. Mas dificilmente temos um roteiro fechado e rígido.

Afinal, o bom de viajar por longo prazo é ter flexibilidade. É se perder pelas ruas e achar algo muito mais interessante do que aquela atração turística batida, que você “tem que ir” mesmo sabendo que é furada.

A gente pode planejar o quanto quiser, mas nenhuma pesquisa nos diz como um lugar é de verdade: nós temos que ir lá e descobrir por nós mesmos.

E vale ressaltar que deixar os planos em aberto já nos rendeu uma bela economia de estresse, tempo e dinheiro (incluindo algumas acomodações de graça!).

4 – As pessoas são todas iguais. Ou não?

Muita gente fala que não importa a origem, a classe social, o lugar em que se vive: no fim das contas, todos querem as mesmas coisas: amor, felicidade, segurança, um bom futuro. E eu acho que é verdade mesmo.

Porém, mais interessante do que chegar ao senso comum, é observar as diferenças: os detalhes de cada cultura, os caminhos diferentes que as pessoas seguem pra chegar ao mesmo objetivo. Bangcoc e São Paulo são muito parecidas vistas de cima. As fotos de Cape Town nos fazem lembrar o Rio de Janeiro. Mas basta uma conversa rápida com um nativo pra sentir o choque cultural. E isso nos fascina.

5 – Nós aceitamos mais as diferenças e julgamos cada vez menos

 

Morar cada hora em um lugar diferente significa que você tem que se adaptar. E isso te coloca em outra perspectiva: você precisa se encaixar e viver de acordo com os costumes.

As pessoas nos olham com cara de curiosidade/ estranheza por causa da cor da minha pele, pela altura e pela barba do Caio, ou por outros motivos que ainda não identificamos. A todo tempo nos lembram de que nós somos os diferentes.

Mas ser diferente é normal. Entender isso faz com que a gente pare de classificar as coisas como “certo ou errado” e passe a aceitar melhor que as pessoas têm prioridades, costumes e culturas diferentes. E veja só que coisa: o que pensamos sobre elas não muda em nada a vida delas, nem a nossa.

Fulano comprou uma roupa que equivale a 1 mês da nossa viagem? O povo da tribo Himba vive sem banho? Tailandês come inseto? Tudo é normal, depende do ponto de vista.

6 – Desenvolvendo a linguagem dos sinais

Sim, saber inglês é realmente importante. Mas com mímica e um sorriso no rosto você chega a qualquer lugar e não morre de fome.

A vida fica mais fácil quando você tem um tradutor no celular e aprende pelo menos um “oi” e um “obrigado”. Mas nós já estabelecemos longas conversas onde entendíamos o que a pessoa queria dizer, mesmo sem entender uma palavra que ela pronunciava. E já fizemos muitos taxistas rirem da nossa cara ao falar que nosso destino era a Rua Ngamwongwarn (tente ler esse nome em voz alta e entenda nosso drama).

Na dúvida, sorria sempre.

7 – As prioridades mudam

 

Viver viajando por um ano não só nos colocou em constante mudança geográfica. Nós mudamos tudo o tempo todo. Seja a forma de pensar, seja o que nós queremos pro nosso futuro.

Nossa ideia de viajar surgiu da necessidade de mudar algo em nossas vidas. Juntamos grana e nos preparamos pro que, inicialmente, seria um ano de vigem pelo mundo. Tínhamos um mapa mundi mentalmente traçado, com destinos cobiçados em todos os cantos do mundo.

Mal completamos dois meses de viagem e as coisas já começaram a tomar outro rumo: nossas prioridades mudaram. Ter internet de qualidade se tornou mais importante do que se isolar numa praia deserta. Conseguir economizar, ganhar dinheiro e se manter viajando se tornou mais importante do que os destinos que visitaríamos.

Manter o custo de vida baixo fez com que nossa estadia na Tailândia mudasse de 30 dias para mais de 6 meses. Dos 15 países inicialmente planejados, mal passamos por 9. Estendemos o prazo de 1 ano de viagem para o status de indeterminado. E não fazemos ideia do que mais irá mudar pela frente!

Ter prioridades é importante. Mas ainda mais importante é estar aberto a mudá-las sempre que necessário.

8 – Viagem de longo prazo é viver 10 anos em 1

Eu não tenho dúvidas que, se não estivesse vivendo desse jeito, levaria 10x mais tempo pra aprender tudo que a vida tem me ensinado. Uma viagem de longo prazo pode te ensinar muito, sobre tudo: sobre você, sobre a vida, sobre seus limites. História, geografia, compaixão, empatia. Que países fazem fronteira com o Mianmar. O que realmente te faz feliz, do que você realmente precisa pra viver. Tudo junto, misturado, ao mesmo tempo.

9 – Crie uma nova versão de você mesmo

 

O resultado de tanto aprendizado é que você passa a enxergar tudo diferente. Ou melhor, você fica diferente. Muda seus hábitos, passa a aceitar coisas que antes não tolerava. Você nunca mais vai olhar pra casa (seu lugar de origem) do mesmo jeito, por exemplo.

Para alguns, isso significa voltar pra casa ao final da viagem tendo outra perspectiva. Para outros, significa não voltar mais pra casa. Mas para todos que viajam por um longo prazo, o significado é o mesmo: sua vida nunca mais será a mesma.

10 – Nem todos os dias são bons

Viajar, assim como em qualquer escolha que se faça na vida, tem seus altos e baixos, seus prós e contras. Existem dias ruins e dias péssimos. Nós já contamos como por aqui como é nossa rotina como blogueiros de viagem. Mas como na vida de qualquer um, tem dias em que tudo dá errado, momentos em que a gente parece não ter forças pra seguir em frente.

Mas a gente para, respira. E só espera a tempestade passar.

E a grande conclusão disso tudo é: embarcar nessa viagem foi uma das coisas mais gratificantes que já fizemos. 365 dias se passaram e em nenhum dia nos arrependemos da escolha que fizemos.

E vocês? Que lições aprenderam no seu último ano?

Por Adriana Mendonça, do blog Em Algum Lugar do Mundo