Castelo na França tem museu do Tintin e exposição de Lego

Em parceria com Viagem em Pauta
25/07/2018 15:52 / Atualizado em 05/05/2020 11:08

Não fosse Tintin e o capitão Haddock, logo na porta, poderia ser mais um castelo francês com fachada imponente, mobiliário classudo e de antigos proprietários com números ordinais no nome.

Castelos são endereços que fazem a gente imaginar histórias. E em Cheverny não é diferente.

Localizado no Vale do Loire, a 1h40 de Paris, o Castelo de Cheverny foi inspiração para Hergé ambientar as aventuras do jovem repórter Tintin.

Fachada do Castelo de Cheverny, no Vale do Loire, na França
Fachada do Castelo de Cheverny, no Vale do Loire, na França - Léonard de Serres/Office de Tourisme de Blois-Chambord

Diz a história que o cartunista belga teria estado no local e se inspirado nessa construção para a criação do Château de Moulinsart, propriedade fictícia de um antepassado do Capitão Haddock, parceiro de Tintin.

E lá estão algumas das referências às histórias dos quadrinhos, como a fachada de pedra e bustos romanos que, nos desenhos aparece em uma versão reduzida, e a escadaria onde o atrapalhado e mal-humorado Haddock costumava tropeçar.

Conheça o Museu do Tintin

Do outro lado do jardim bem cuidado do castelo, o museu Les secrets de Moulinsart abriga uma exposição permanente em uma área de 700 m² com cenografia que parece saltar dos quadrinhos de Hergé.

Museu do Tintin, no Castelo de Cheverny, no Vale do Loire
Museu do Tintin, no Castelo de Cheverny, no Vale do Loire - Eduardo Vessoni

Inaugurado em 2001, tem nove salas temáticas que recriam histórias de Tintin como a cripta do episódio ‘O Segredo do Unicórnio’, onde o castelo aparece pela primeira vez, em 1943; o quarto em que o repórter guardava os figurinos usados em suas aventuras pelo mundo; e o laboratório do professor Girassol, no episódio “O caso Girassol” (L’Affaire Tournesol, em francês).

O acervo do museu abriga também os primeiros desenhos feitos pelo cartunista e uma curiosa galeria de fotos de moradores reais de Cheverny que inspiraram os personagens das histórias de Tintin como Nestor, o mordomo de Moulinsart, inspirado em Jean-Claude, quem trabalhava em um hotel dos arredores de Cheverny.

Lego

Exposição com peças de Lego, no Castelo de Cheverny
Exposição com peças de Lego, no Castelo de Cheverny - Eduardo Vessoni

E se já não bastassem as aventuras protagonizadas por Tintin, o castelo de Cheverny acaba de inaugurar em seus quartos imponentes a exposição Mystère à Cheverny (‘Mistério em Cheverny’, em português), onde peças de Lego recriam histórias famosas de mistério.

Durante meses, um milhão de peças foram montadas para dar vida a cenas de ‘Os Pássaros’ de Alfred Hitchcock e ‘Assassinato no Orient Express’ de Agatha Christie. Tem até James Bond e Scooby-Doo.

Curiosidades do Castelo de Cheverny

⇒ O local é um dos castelos privados mais visitados da França e, anualmente, recebe mais de 400 mil visitantes.

O Castelo de Cheverny serviu de inspiração do cartunista Hergé para criação de cenários das histórias de Tin Tin
O Castelo de Cheverny serviu de inspiração do cartunista Hergé para criação de cenários das histórias de Tin Tin - David Templier/CRT Centre-Val de Loir

⇒ Aberto ao público em 1922, Cheverny é considerado também uma das poucas construções do gênero que ainda está habitada.

⇒ Charles-Antoine de Vibraye, quem herdou o castelo do tio-avô Philippe de Vibraye, e Constance du Closel são os atuais proprietários e moram no local com seus três filhos, em uma área de 250 m².

⇒ A primeira referência a esse castelo fortificado, construído por Raoul Hurault, data de 1315 e sua história segue pelos séculos seguintes sob cuidados de reis, condes e cavaleiros.

⇒ A propriedade está rodeada por uma floresta com árvores plantadas por Paul de Vibraye, entre 1820 e 1860, como tílias e sequoias gigantes.

⇒ A Orangerie é o setor de laranjeiras do castelo que serviu de esconderijo para mobiliários e, dizem, até para a obra Mona Lisa, durante a Segunda Guerra Mundial.

⇒ De moda na época, elementos decorativos eram criados a partir de obras literárias, como os 34 painéis de madeira do artista Jean Monier com trechos de Dom Quixote, de Miguel de Cervantes.

⇒ Nos desenhos de Tintin, o castelo aparece em versão reduzida por conta das árvores laterais que impediam que Hergé visse, de longe, a construção em sua totalidade.

Castelo de Cheverny e exposição permanente Les secrets de Moulinsart
Onde: Avenue du Château – 41700 (Cheverny)
Quanto: €11,50
Horário: das 9h15 às 18h30 (de abril a setembro) e das 10h às 17h (entre janeiro e março; e de outubro a dezembro)
Informações: chateau-cheverny.fr

Mystère à Cheverny

A exposição com peças de Lego fica no local de 27 de junho de 2018 a 31 de dezembro de 2019.
Visitantes do castelo tem acesso incluído ao museu.

Como chegar

A menos de duas horas de Paris, Cheverny cabe muito bem em um bate e volta a partir da capital francesa.

De trem, a viagem mais curta vai da estação Paris Montparnasse a Vendôme (cerca de 50 minutos). Dali, é preciso seguir até Blois, a 30 km de distância. Outra opção é seguir da estação Paris Austerlitz até Blois-Chambord (1h50, aproximadamente).
Em ambos casos é preciso tomar um táxi até o castelo (€25, segundo site do atrativo).

De ônibus (ouibus.com / flixbus.com), a viagem dura a partir de 2h30 (direto) e a passagem custa a partir de €12, do aeroporto Charles De Gaulle até Blois.

De carro, a viagem segue pela estrada A10, em direção a Bordeaux, e dali para Blois, pela saída 17.

Transfers

Baseada em Orléans, capital administrativa do Vale do Loire, a simpática Stéphanie realiza transfers e trabalhos de guia, a partir de Paris ou da região. Os tours podem ser feitos em  francês, espanhol e inglês. A partir de €47 por pessoa odyssee-valdeloire.com

De avião

Paris é a única cidade francesa que recebe voos diretos do Brasil.

Para chegar na França, o Viagem em Pauta viajou com a Air France (11h, aproximadamente, a partir de São Paulo).

Com 23 voos semanais (14 da capital paulista, 7 do Rio de Janeiro e 2 de Fortaleza), a companhia conta com serviços como a sala VIP de 3.200 m², aberta também para passageiros da classe Econômica (acesso a partir de € 25) e o menu a la carte em que o passageiro pode dar um upgrade na refeição, com opções como quinoa orgânica, foie gras e camarões com tartar de abobrinha (menus a partir de € 15).