Cefalônia, a mais italiana das ilhas gregas

A Grécia é a materialização do conceito de paraíso. As belezas naturais, a riqueza histórica, a comida e o jeito grego fazem desse conceito uma realidade. O país oferece uma gama numerosa de ilhas para o viajante escolher e desfrutar de momentos incríveis em praias lindas, degustando um ótimo vinho e comendo um típico prato grego com queijo tipo feta e regado a muito azeite local que é sensacional.

Apesar de todos falarem das badaladas ilhas Cyclades de Santorini e Mikonos, as jônicas abrigam as praias consideradas mais bonitas da Grécia. Pouco conhecida pelos brasileiros, a ilha de Cefalônia é uma ótima opção de destino ao viajante que procura beleza e tranquilidade. Sem as casinhas brancas e igrejinhas de cúpula azul e tendo sofrido uma forte influência italiana, devido a um período de dominação, o local ainda conserva as características das vilas e fazendas com oliveiras e parreiras de uva, como nos cenários italianos.

Vista da praia de Myrtos, na ilha de Cefalônia

Fora de temporada, é possível se hospedar com diárias desde € 25, em hotéis com a estrutura necessária. Como nós estamos em viagem de volta ao mundo e buscando experiências diferentes, optamos por um camping. Inacreditável, mas o lugar tem uma estrutura de hotel, com piscina e Jacuzzi. Além disso eles oferecem o aluguel de barracas fixas, que é uma boa opção. Pagamos € 25 a diária e no último dia mudamos para um hotel, pois não havia vaga no camping. Os dois ficam no porto de Sami, de onde saem os ferrys para a Itália e também os com destino a Pátras, na parte continental da Grécia.

Estrutura do camping que ficamos na ilha de Cefalônia

Pertinho de Sami está a caverna de Melissani, um lago subterrâneo, que após um terremoto ficou exposto ao sol. A água doce se mistura com a salgada e é super azul. O lugar lembra muito as cavernas de Bonito, no Mato Grosso. O melhor horário de visita é de 12 as 14 horas, pois assim o sol reflete em todo o lago e tudo fica ainda mais azul e bonito. Acovardados, não perguntamos se era possível nadar e perdemos essa oportunidade. Para nossa infelicidade, somente no dia seguinte tivemos notícia por um blog, que uma menina pediu e foi autorizada a nadar. Pelo menos agora aprendemos a pedir tudo.

Caverna de Melissani

Considerando que a ilha é enorme e guarda cantinhos incríveis, o aluguel de um transporte próprio é imprescindível. Uma moto scooter de 125 cc sai por €15 a diária. Quem não é habilitado, mas quer o vento no rosto, um quadriciclo, fica em €30. Carro também é uma opção bastante utilizada, mas o valor é mais salgado, em média €80.

Com transporte próprio, Assos deve ser o destino principal. É uma pequena vila no lado oeste, construída em uma faixa de terra que separa a ilha de uma ilhota. Nela, um castelo no topo da montanha dá um charme sem igual. Vários barcos procuram o abrigo calmo e seguro que a faixa de terra oferece e isso confere uma imagem linda.

Chegando à baía de Evfimia

Falando em barcos, a tradição dos veleiros é bem forte. Na ilha se encontra lugares perfeitos para ancoragem, com paisagens lindas e estrutura de apoio perfeita. Velejadores de toda a Europa passam por lá, seja com barcos na ilha ou trazendo os seus próprios enquanto velejam no verão pelo mediterrâneo. A baia de Evfimia, no lado leste da ilha, abriga uma vila muito charmosa, com ótimos restaurantes e cafés. Os veleiros no fim de tarde formam um visual lindo, atracados ao píer da marina que existe ali.

A praia de Myrtos também não pode ficar de fora do roteiro. Para chegar lá, é preciso descer um morro bastante íngreme. Antes de descer, aprecie a vista, respire a brisa e escute o som que vem do mar. O pôr do sol ali também é lindo.

Marina na baía de Evfimia

Quem procura um lugar um pouco mais badalado, basta ir ao norte, no porto de Fiscardo. O lugar tem um clima um pouco mais requintado e no estilo de Santorini, com mulheres de salto alto e homens com camisa de botão, no estilho europeu de ir a praia.

No mais, entre em qualquer cantinho que sempre aparecerá uma nova praia paradisíaca para curtir.

Relato por Sandro Masseli e Isabela Almeida, do blog Viver por Ar e Mar