Cinco cidades turísticas africanas que você precisa conhecer

Além de diversão e deleite é garantia certa de conexão com a ancestralidade e fortalecimento do black money

Conteúdo por Guia Negro
12/04/2021 17:52

As belezas do continente africano nem sempre fazem parte da nossa lista de desejos simplesmente porque os meios de comunicação de turismo falam pouco e mal (com narrativa branca e subalternizada) delas. Nós do Guia Negro listamos cinco destinos lindos, interessantes e diversos que vivem do turismo e são imperdíveis para qualquer viajante de carteirinha. Além de diversão e deleite é garantia certa de conexão com a ancestralidade e fortalecimento do black money.

Bora conhecer:

1 – Ilha de Gorée, Senegal

Foto: Cherilyn Derusha/Freeimages
Foto: Cherilyn Derusha/Freeimages

Visitar a pequena Ilha de Gorée pode significar uma viagem no tempo e rememorar feridas ainda abertas na humanidade do tempo da escravização, em que homens e mulheres eram trazidos forçadamente da África para se tornarem mercadorias nas Américas. Foi essa a sensação que o rapper Rincon Sapiência teve ao visitar o lugar. “É algo histórico e chocante. Você identifica mesmo que vagamente o que foi esse processo e é algo que te faz chorar. Eu, particularmente, chorei muito”, conta.

A ilha localizada numa das pontas do continente africano era estratégica para a rota dos escravizados que partiam dali. “Tinha um lugar aberto, onde ficavam os escravizados, as crianças, então é impossível você não imaginar a situação entrando nesses cômodos. É dramático, mas acho que vale a pena para entender como foi a história”, considera. É possível chegar na ilha a partir de Dakar, a capital do Senegal, e visitar a Maison des Eclaves, a casa dos escravos, que rememora o período colonial.

2 – Ganvié, Benin

Foto: Laurent Cornu
Foto: Laurent Cornu - LAURENT CORNU

“É uma cidade em cima d’água conhecida como a Veneza Africana pelos europeus. E cujo nome foi apropriado pelos moradores como forma de movimentar o turismo. Mas a verdadeira história de Ganvié não é essa. A cidade foi construída em 1717 por negros escravizados que conseguiram escapar do opressor. E denominaram seu lugar de liberdade de “Migambi ” que em Fongbe (língua originária) significa “Conseguimos escapar”. Dá pra sentir nas energias das águas que o lugar é mágico e anuncia a liberdade”, escreve Thamyra Tâmara, no @faveladospelomundo

A comunidade tem 35 mil habitantes que vivem da pesca e do turismo. “Está na lista dos lugares mais mágicos que conheci”, descreve Thamyra.

3– Chefchaouen, Marrocos

“Azul é a cor do país…”. A cidade toda azul e branco no Norte do Marrocos é super instagramável. Parece um cenário, a cidade dos Smurfs. Essa é uma das dicas de lugares a se visitar quando for ao Marrocos. Foi um dos temas do programa @porta.afora do @fabioporchat e da @rosana que participei. Ao contrário da maioria das localidades turísticas do Marrocos, Chefchaouen é uma cidade bem tranquila, onde é possível caminhar, tirar fotos e observar a vida local sem muita preocupação. Tem povo simpático, ótima comida e bons preços. Há ruas e vielas para se perder, com fontes e opções de passar um dia todo (dá para fazer bate-e-volta de Fez) ou dormir por lá. Entre as dicas está: caminhar pela Medina (cidade antiga), Praça Uta el-Hammam, Kasbah Museum, Grande Mesquita, Praça Bab el-Sor, A cascata de Ras el-Maa, Mesquita Espanhola no alto das Montanhas Rife e as Cascatas d’Akchour.

4 – Kolmanskop, na Namíbia

O deserto tomou conta das casas que um dia fizeram parte de uma cidade luxuosa de apenas 400 habitantes. Quando os diamantes foram encontrados na cidade em 1908, ela se tornou governada e habitada pelos alemães, de acordo com informações da Afro TV. Kolmanskop se desenvolveu e prosperou na venda de diamantes. Tudo isso foi a ruína com a chegada da primeira guerra mundial que interrompeu a mineração e levou à escassez de diamantes. Em 1956 não havia mais moradores na cidade. O deserto invadiu as casas e com o avançar do tempo as estruturas foram se deteriorando.
O deserto tomou conta das casas que um dia fizeram parte de uma cidade luxuosa de apenas 400 habitantes. Quando os diamantes foram encontrados na cidade em 1908, ela se tornou governada e habitada pelos alemães, de acordo com informações da Afro TV. Kolmanskop se desenvolveu e prosperou na venda de diamantes. Tudo isso foi a ruína com a chegada da primeira guerra mundial que interrompeu a mineração e levou à escassez de diamantes. Em 1956 não havia mais moradores na cidade. O deserto invadiu as casas e com o avançar do tempo as estruturas foram se deteriorando.

Hoje, a cidade fantasma é ponto turístico, com direito a museu com ferramentas de mineração e restauração de prédios notáveis como o salão de festas e o boliche. O acesso é limitado apenas para visitas guiadas.

5 – Ilha do Sal, Cabo Verde

Foto: Laurent Saint Jean/FreeImages
Foto: Laurent Saint Jean/FreeImages

É uma das 10 ilhas no Oceano Atlântico, que pertencente a Cabo Verde, no oeste da África. O arquipélago tem como idioma local o português, e praias belíssimas de água azul turquesa e areia branca, o destino faz sucesso entre os turistas que buscam sossego, natureza e aventura. Conhecida por suas salinas, a ilha é um dos pontos mais visitados do arquipélago de Cabo Verde. Se procura sossego, a Ilha do Sal é seu lugar – seja para curtir uma praia, os restaurantes ou os cafés espalhados pela cidade.

A Praia de Santa Maria é uma das mais belas e a mais famosa da ilha. O mar é mais calmo e tem três quilômetros de areia branca e água transparente em que é possível ver as formações rochosas no interior. Os turistas se misturam com locais nos bares, restaurantes e cassinos ao longo do litoral da praia de Santa Maria, onde é possível ouvir a rica música local. A Cabo Verde Airlines faz voos diretos de Recife para a Ilha do Sal e custam cerca de R$ 1 mil ida e volta. Antes da pandemia também havia voos diretos para Fortaleza e Salvador.

Já tinha ouvido falar de todos esses destinos?

Que outras cidades africanas turísticas e que são menos conhecidas colocaria nessa lista?

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