Cinco parques nacionais do Brasil ainda pouco explorados

Por Eduardo Vessoni, do site Viagem em Pauta

Chapadas, Lençóis, Iguaçu e Noronha. Viajante que é aventureiro já pisou ou sonhou em colocar os pés em algum desses territórios nacionais preservados.

Mas o Brasil vai bem além dos destinos mais óbvios (não que Fernando de Noronha ou os Lençóis Maranhenses não estejam na lista dos mais cobiçados) e, discreto, se exibe em parques nacionais pouco conhecidos dos viajantes.

Pouca gente sabe, mas o turismo na capital do Brasil, por exemplo, não conta só com obras de Niemeyer e abriga um parque nacional de 42 mil hectares, a 10 km do centro de Brasília.

Para ir mais longe (e conhecer um país que poucos brasileiros tiveram a chance de colocar os pés), o Amazonas é cenário de um impressionante labirinto com 400 ilhas e 130 km de extensão, entre Manaus e Novo Airão.

Sem falar na gruta cearense com acesso por um bondinho e o Parque Nacional de Superagui, no desconhecido litoral do Paraná.

Segundo o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), parques nacionais preservam ecossistemas de relevância ecológica e beleza cênica, “possibilitando a realização de pesquisas científicas, realização de atividades educacionais e de interpretação ambiental, recreação e turismo ecológico”. O que em outras palavras significa dizer que você vai visitar alguns dos endereços mais preservados e cenográficos do Brasil.

E quem já fez trilhas em alguma das chapadas brasileiras, sobrevoou os Lençóis Maranhenses ou mergulhou em uma das praias de Fernando de Noronha sabe o que queremos dizer.

Conheça a seleção que o Viagem em Pauta fez com endereços ainda pouco conhecidos entre os brasileiros.

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Vista do Parque Nacional de Brasília[/img]

Essa área preservada com pouco mais de 42 mil hectares conta com atrações como trilhas de dificuldade baixa (a da Capivara com duração de 20 minutos e a do Cristal Água, percorrida em uma hora); e as piscinas formadas a partir dos poços de água que surgiram às margens do Córrego Acampamento.

Quando ir: Diariamente, das 8h às 16h (e das 6h às 16h, para mensalistas)
Quanto custa: R$ 7,50 (brasileiros) e R$ 15 (estrangeiros)
Como chegar: O local está a cerca de 10 km do centro de Brasília  e tem acesso pela Estrada Parque Indústria e Abastecimento – Via EPIA.

Parque Nacional da Serra do Cipó (Minas Gerais)

Com 33.800 hectares, este parque abriga uma área verde que um dia foi chamada de ‘Jardim do Brasil’ pelo paisagista Burle Marx.

Sua topografia acidentada e a grande quantidade de nascentes dão origem a rios, cachoeiras, cânions e cavernas. O local abriga diversas trilhas como a o Cânion das Bandeirinhas (24 km – ida e volta, nível alto de dificuldade); e a da Cachoeira da Farofa (16 km/dificuldade moderada).

Destaque também para o Circuito das Lagoas (4 km, nível baixo); Cachoeira das Andorinhas (14 km, moderado); e a trilha da Cachoeira Tombador (22 km e dificuldade alta).

Como chegar: O parque se localiza nos municípios de Jaboticatubas, Santana do Riacho, Morro do Pilar e Itambé do Mato Dentro, e está a cerca de 100 km de Belo Horizonte.
Quanto custa: Entrada gratuita.

Parque Nacional de Superagui (Paraná)

Localizado no município de Guaraqueçaba, o Parque Nacional de Superagui abriga quase 34 mil hectares de ilhas, canais, rios e terras continentais como o Vale do Rio dos Patos, além de uma fauna ameaçada de extinção como o mico-leão-da-cara-preta, papagaio-da-cara-roxa, suçuarana e bugio.

Em Superagui, tudo segue do mesmo jeito: as ruas estreitas do vilarejo rústico ainda são de areia, construções de madeira pintada em tons coloridos recortam o verde preservado do parque, o fandango dá o ritmo da música tocada nos raros bares do destino, a cataia (a bebida local preparada com uma folha da região) envelhece na garrafa improvisada de cachaça e os raros papagaios-da-cara-roxa da Ilha dos Pinheiros continuam fazendo barulho na hora da revoada do final de tarde.

Como chegar: Nesta área declarada Sítio do Patrimônio Natural e Reserva da Biosfera pela Unesco, carros não entram e o acesso se dá de barco, a partir do porto de Paranaguá, uma longa viagem de três horas em barcos de madeira que cruzam a vizinha mais famosa, a Ilha do Mel.

Parque Nacional de Anavilhanas (Amazonas)

Considerado um dos maiores do mundo, esse arquipélago fluvial está localizado entre Manaus e Novo Airão.

O parque é formado por um impressionante labirinto de 400 ilhas e possui, aproximadamente, 130 km de extensão.

Atualmente, é possível se banhar nas praias de rio (de setembro a fevereiro); realizar trilhas aquáticas em igapós (de março a agosto); e visitar o “Flutuante dos Botos”(R$ 15,00 por pessoa), onde os visitantes podem alimentar os famosos botos amazônicos em um projeto acompanhado pelo ICMBio, na Praia da Orla de Novo Airão.

As trilhas abertas para visitação são a do Barro Branco, um percurso circular com 867 metros de extensão; e a do Bariaú, cujo início se encontra a 2h30 de voadeira, a partir de Novo Airão.

Embora não exista cobrança de ingressos ao parque, os passeios devem ser acertados, diretamente, com os profissionais.

Quando ir: A temporada de seca, entre setembro e fevereiro, é marcada pelo surgimento de praias de areias brancas que emergem nos rios locais. O período de cheia vai de março a agosto e é ideal para realizar as trilhas aquáticas de igapó, como são conhecidos os passeios de barco no interior de florestas alagadas.
Como chegar: Por vias terrestres, é possível chegar a Nova Airão, a partir de Manaus (a 194 km de distância), de carro, táxi-lotação e ônibus (R$ 40 para quatro horas de viagem). Já as viagens fluviais são feitas em barcos regionais que levam 9 horas para realizar o trajeto.

Parque Nacional de Ubajara (Ceará)

Conhecida como um dos menores parques nacionais do Brasil, essa área preservada a 348 km de Fortaleza possui pouco mais de 6 mil hectares e tem como principal atração natural a Gruta de Ubajara, uma galeria iluminada de 1.200 metros de extensão, cujos 450 primeiros metros estão abertos para visita.

Mas não é só lá dentro que o visitante encontra boas doses de adrenalina. O acesso ao local se dá por uma trilha íngreme de 7 km sobre pedras (em média, quatro horas de caminhada) ou pelo teleférico, um percurso de 550 metros que dura 3 minutos.

Quem segue pela trilha exigente é recompensado com banho na Cachoeira do Cafundó ou Rio das Minas e com vistas panorâmicas do parque, no mirante às margens do Riacho Gameleira e na borda da Chapada.

O passeio à Gruta é realizado com o acompanhamento de Guias, os quais tem autorização do ICMBio, através do Parque Nacional de Ubajara, para realizarem tal atividade.

 
 

Quando ir: O parque dispõe de atrativos naturais que, durante os períodos de férias escolares e feriados prolongados, têm fluxo intenso de visitação. Para quem gosta de um ambiente calmo, a melhor época para visitar o parque é durante os meses de fevereiro a junho, com exceção dos feriados de Carnaval e Semana Santa, quando a visitação média é de 1.500 pessoas por dia. O outro período é de agosto a novembro.

De janeiro a junho, o clima na região varia de 20°C a 24ºC, de dia; e de 16°C a 18°C, à noite. A temperatura média é de 28ºC, durante o período mais quente que vai de julho a dezembro.

Quanto custa:  Embora conte com entrada gratuita, o visitante deve pagar pelos serviços no interior do parque como as trilhas realizadas com guia obrigatório (R$ 10 por pessoa) ou o transporte de teleférico (R$ 8).