Comissão aprova volta da bagagem de graça em voos nacionais

Pela proposta aprovada, a franquia mínima de bagagem nos voos domésticos será de 23 kg por passageiro

25/04/2019 21:47

Uma comissão mista no Congresso aprovou nesta quinta-feira (25) uma regra para a retomada da franquia mínima de bagagem para voos nacionais.

A regra foi incluída pelo no texto da Medida Provisória (MP) 863/2018, que permite 100% de capital estrangeiro nas empresas aéreas pelo relator, senador Roberto Rocha (PSDB-MA).

O texto ainda precisa passar por votação na Câmara dos Deputados e no Senado. O prazo de validade da Medida Provisória é até 22 de maio.

Aprovada por comissão do Congresso, medida foi editada em dezembro de 2018 por Michel Temer
Aprovada por comissão do Congresso, medida foi editada em dezembro de 2018 por Michel Temer - José Cruz/Agência Brasil

Desde junho de 2017, a cobrança por bagagens foi autorizada por meio de uma resolução da Anac (Agência Nacional de Aviação).

Pela norma atual, o passageiro tem direito a transportar como bagagem de mão um volume de até 10 quilos em viagens nacionais e internacionais, com limite de 55 centímetros (cm) de altura por 40 cm de comprimento.

Pela proposta aprovada na comissão, a franquia mínima de bagagem nos voos domésticos será de 23 quilos por passageiro nas aeronaves acima de 31 assentos; 18 quilos para as aeronaves de 21 até 30 assentos; e 10 quilos para as aeronaves de até 20 assentos.

O texto ainda precisa passar por votação na Câmara dos Deputados e no Senado
O texto ainda precisa passar por votação na Câmara dos Deputados e no Senado - Divulgação

O relator fez ainda outras duas mudanças. Uma delas é a exigência de que as aéreas cumpram uma cota mínima de 5% de seus voos em rotas regionais, “por um prazo mínimo de dois anos a partir da concessão, autorização ou da transferência ou aquisição de ações”.

A outra estabelece que os voos internacionais mantidos por empresas brasileiras deverão ser operados por tripulantes brasileiros, mediante contrato de trabalho regido pela legislação brasileira. Atualmente é permitido que no máximo um terço de comissários estrangeiros.

Anac e MTur

A Anac e o Ministério do Turismo veem com preocupação as mudanças aprovadas no texto da MP.

Em nota, a Anac informou que apoia a abertura do setor aéreo a 100% de capital estrangeiro, classificou a possível alteração de retrocesso e disse que vê com preocupação as mudanças no texto da MP.

A Anac e o Ministério do Turismo veem com preocupação as mudanças aprovadas no texto da MP
A Anac e o Ministério do Turismo veem com preocupação as mudanças aprovadas no texto da MP - iStock

A agência diz ainda temer que a volta da franquia de bagagem despachada afaste especialmente as empresas low cost (baixo custo) que começam a chegar ao país.

Também em nota, o MTur (Ministério do Turismo) vê com preocupação.  “A inclusão de emendas alterando o conteúdo original pode ter um impacto perigoso na abertura do mercado de aviação nacional”, diz a nota.

“Nesta equação, a população brasileira é a grande prejudicada, uma vez que a ampliação do mercado –atendido atualmente por quatro empresas, sendo uma em processo de recuperação judicial– possibilitará o aumento de rotas com possibilidade de impacto na redução do custo da passagem aérea para os viajantes”.

O Ministério do Turismo diz ainda que “acredita que o setor de viagens reúne todas as condições necessárias para desenvolver o novo ciclo econômico do país, mas defende que isso só é possível por meio da abertura do mercado nacional e a adoção de medidas para desburocratizar o setor, não havendo mais espaço para retrocessos”.