Como planejar seu mochilão pela América do Sul

07/05/2015 10:42 / Atualizado em 06/05/2020 21:00

Antes de qualquer coisa você precisa decidir quais países quer conhecer. A América do Sul tem 13 países –contando com o Brasil–, mas não adianta se empolgar e querer conhecer todos esses lugares se você só tem 1 ou 2 meses disponíveis. O ideal é pensar na distância entre eles e no tempo que você vai gastar com os deslocamentos.

Salar do Uyuni, no sudoeste da Bolívia[/img]

Nos próximos posts vamos contar, detalhadamente o que tem pra fazer nesses lugares, mas só pra adiantar, Arica é muito conhecida entre os surfistas, graças às ondas grandes e perfeitas. Já Iquique é o paraíso do paraglider, pois tem ventos ideais para os saltos 360 dias no ano.

Imprevistos acontecem

*Sobre nossa visita a Copacabana: a ideia inicial era visitar a cidade entre as viagens de La Paz e Cusco, já que ela fica no meio caminho, mas uma greve fechou a estrada e tivemos que mudar os planos e deixar o Lago Titicaca para o final, quando voltamos para La Paz para pegar o voo de volta para São Paulo.

Esses imprevistos acontecem e o ideal é ter jogo de cintura e mudar os planos sempre que precisar. Exatamente por isso é um risco reservar todos os albergues e comprar tíquetes antes de sair do Brasil, mas falaremos disso mais pra frente.

 
 

Como se locomover

As distâncias são um pouco longas, mas não o suficiente pra pegar um avião. Pra quem não quer gastar muito, a dica é ir de ônibus e dar preferência para as viagens noturnas, assim você não gasta com hospedagem nesse dia, nem gasta um dia inteiro pra se deslocar.

Abaixo segue uma lista com todos os ônibus que pegamos, o tempo gasto em cada viagem e o valor das passagens:

La Paz – Cusco: 12 horas de viagem. 220 Bs = R$ 85.

Cusco – Arica: 16 horas de viagem. 70 soles por pessoa = R$ 61. O ônibus para na rodoviária de Tacna, a última cidade do Peru. De lá, pegamos um táxi (estilo lotação) até a fronteira com o Chile, passamos pela migração e depois seguimos, com o mesmo táxi, até Arica. Cerca de 1 hora de viagem. Pagamos 3 mil pesos por pessoa = R$ 13 pela corrida do táxi.

Arica – Iquique: 5 horas de viagem. 5 mil soles = R$ 21 por pessoa.

Iquique – San Pedro de Atacama: 12 horas de viagem. 11 mil pesos por pessoa = R$ 46. Durante a madrugada o ônibus ficou estacionado em Calama por cerca de duas horas – prepare-se para o frio. Lá entraram novos passageiros e depois seguimos para San Pedro.

Atacama – Salar do Uyuni: Esse trajeto foi feito de jipe, durou três dias e custou 70 mil pesos por pessoa = R$ 294 –incluindo alimentação e hospedagem em um alojamento na primeira noite e em um albergue de sal na segunda noite. Foi um dos passeios mais incríveis de todo o nosso mochilão, pois conhecemos boa parte do deserto do Atacama e ainda o Salar do Uyuni. No terceiro dia chegamos a cidade de Uyuni, já na Bolívia, de onde embarcamos de ônibus para La Paz. A viagem durou 10 horas e nós pagamos 230 bs = RS 88,87.

La Paz – Copacabana: 2h30 horas de viagem. 30 Bs = R$ 12.

Vistos e vacinas

Por fazer parte do Mercosul, assim como o Brasil, nenhum destes países que visitamos exige visto pra entrar, e melhor ainda, você não precisa nem de passaporte, só o RG já é suficiente. Mas ele deve estar em bom estado e não ser muito antigo, ou seja, se você ainda tiver uma foto de quando era criança ou muito diferente da aparência que você tem hoje, é melhor fazer um novo, pois corre o risco de não liberarem sua entrada no país.

Sobre as vacinas, a Bolívia é o único país dos quais a gente visitou que exige o certificado internacional de vacinação contra a Febre Amarela. Pra conseguir esse certificado você precisa tomar a vacina em qualquer posto de saúde e depois levar sua carteirinha de vacinação, junto com o RG e a Certidão de Nascimento, até um ponto de atendimento da Anvisa. (Neste link do site da Anvisa você encontra todas as informações, endereços de postos e consegue agendar a visita).

Dinheiro

Como as moedas são diferentes em cada país, o ideal é pagar tudo no cartão, tipo travel check ou de débito, ou ainda sacar a moeda local nos caixas ATM. Além do cartão, nós começamos a viagem com um pouco de dólar e fomos trocando de acordo com a necessidade.

Preços

Nosso gasto total foi R$10.240 para duas pessoas, durante 26 dias: R$ 1.120 para cada passagem mais R$ 4 mil para estadia, passeios, alimentação, transporte, souvenir e taxas, por pessoa. (E valeu cada centavo! Neste post a gente fala mais sobre tudo que aprendemos com esse mochilão.)

Por Ligia Antoniazzi, do blog Vamos Fugir

Texto originalmente publicado no Blog Vamos Fugir. Também estamos nas redes sociais! Aqui você encontra nossa página no Facebook, nosso canal no Youtube e nosso Instagram:@Vamosfugirblog.