Como viajar gastando pouco na Nova Zelândia
A Nova Zelândia está na lista dos países mais caros do mundo para se viajar, com médias diárias de US$ 60 a US$ 70 por dia segundo pesquisas. Mas com alguns ajustes é possível fazer da Nova Zelândia um país que cabe no seu bolso!
Basicamente existem três itens necessários para se viajar: transporte, acomodação e comida. Há também um quarto item opcional que seriam as atrações turísticas em cada destino, mas nem todos viajantes sentem necessidade de fazer os tours locais, o que nos leva de volta ao “Triângulo Essencial da Viagem”. Afinal, não é possível viajar sem se locomover, ter um “teto” para passar a noite ou se alimentar, não é verdade?
A dinâmica de gastos em cada um dos itens do “triângulo” vai depender de país para país, mas para aqueles que desejam viajar bem barato pela Nova Zelândia, basta seguir as dicas abaixo:
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[tab:Transporte]
Apesar de ser um país pequeno, passagens aéreas são consideradas caras pela distância voada na Nova Zelândia, inviabilizando o uso do transporte aéreo para aqueles que desejam viajar barato. Se a ordem é economizar, a melhor forma é seguir por terra.
Carona
A Nova Zelândia é um país extremamente fácil e seguro de se pegar carona devido à grande cultura mochileira existente, além de ser uma ótima maneira de conhecer moradores e sentir melhor a cultura local. É possível ver pessoas pegando carona diariamente para trabalhar em cidades vizinhas, e histórias de pessoas que cruzaram o país inteiro pegando carona são muito comuns.
Sites como Hitchwiki ou o grupo Ride Share New Zealand dentro do Couchsurfing oferecem formas de entrar em contato com pessoas que desejam dar ou receber carona. Para aqueles à moda antiga, basta ter paciência e manter o polegar para cima que a carona certa vai aparecer uma hora ou outra.
Carros de relocação
Na Nova Zelândia existe um serviço muito comum conhecido como Relocação de Carros, e funciona da seguinte forma: Algumas empresas de aluguel de veículos listam os carros que precisam ser transferidos da cidade “A” pra “B” antes de uma determinada data. Se houver algum carro que te interessa você se cadastra e aplica como voluntário para levar o carro, e a empresa geralmente paga pelo combustível e pedágio se houver algum no percurso.
Para aplicar basta ter mais de 18 anos e uma carteira de habilitação válida no país. Em muitos casos você irá se surpreender positivamente com os carros ofertados.
Uma lista das companhias que oferecem este serviço pode ser conferida em aqui. Um ótimo site que reúne muitos carros disponíveis no país é o transfercar.co.nz.
Campervan
Pode não ser uma opção tão barato como caronar, mas sem dúvida é uma excelente opção para quem tem um pouco mais de dinheiro para gastar, além de usar o carro como acomodação, a liberdade de parar onde quiser e a possibilidade de fazer amizades ao longo do caminho.
Ônibus
Ônibus públicos dentro de centros urbanos são extremamente caros e ineficientes na Nova Zelândia, mas o tradicional meio de transporte terrestre pode ser uma boa forma de se viajar barato à longa distância, desde que a viagem seja planejada com certa antecedência.
Sabe aquela velha e manjada dica de viajar durante a madrugada e economizar uma grana com acomodação? A companhia Intercity é a única que oferece este tipo de serviço entre as maiores cidades do país.
Já a Naked Bus têm algumas promoções de passagens a US$1, caso comprada com 3 a 6 meses antes da data de embarque, e também o Bus Pass, que dá descontos consideráveis na compra de vários tickets de uma só vez.
Por Guilherme Brunner, do blog The World Upon my Shoulders
[tab:Acomodação]
Em todo país é possível encontrar uma variedade de acomodações indo do básico ao luxuoso, mas com um pouco de paciência é possível se hospedar de graça ou gastando bem pouco.
Couchsurfing
O Couchsurfing é uma comunidade onde pessoas hospedam viajantes em suas casas, sem custo nenhum, seja num quarto privado, num sofá propriamente dito ou mesmo um colchão improvisado na sala. A grande sacada do Couchsurfing, além da hospedagem gratuita, é criar uma aproximação entre viajantes e locais.
Na Nova Zelândia não é difícil encontrar hosts, pessoas dispostas a receber viajantes, mas em cidades pequenas e/ou turísticas como Queenstown o número de hospedeiros é muito pequeno. Mesmo assim não se desespere, afinal um perfil 100% preenchido e um request pessoal e bem feito podem abrir portas em muitos lugares inesperados.
Warm Showers
Semelhante ao Couchsurfing, porém voltado para ciclistas.
Albergues
Se não for possível ficar hospedado de graça e pagar por acomodação for uma necessidade, não caia na besteira de pagar $100-$150 por noite em Hotéis, Moteis ou Bed & Breakfast espalhados pelo país. Conhecidos no exterior como Hostels e na Nova Zelândia e Australia como Backpackers, os famosos albergues são um tipo de acomodação em quartos compartilhados e de baixo custo e uma excelente opção para quem quer economizar.
Como acomodação na Nova Zelândia é algo muito caro, nem os albergues escapam da sina.
Quartos compartilhados entre 6 pessoas podem chegar aos US$ 35 em cidades mais caras e, ao contrário dos albergues em muitas cidades do mundo, não incluem internet ou café da manhã.
Além de sair em busca do menor preço da cidade, uma boa forma de se conseguir descontos em albergues é se filiar ao BBH, um cartão que custa US$ 45 e que dá descontos de no mínimo $3 nos albergues filiados. São necessários 15 dias hospedados nos albergues membros para que se pague o custo do cartão, e a partir daí todo e qualquer uso é lucro.
No site do BBH Card há uma lista com todos os albergues filiados, com bastante opções cobrindo praticamente todas as cidades do país.
Trabalho por acomodação
Popularmente conhecido como Woofing, uma modalidade muito utilizada por viajantes no país é o trabalho por acomodação, onde geralmente se trabalha de 2-6h diárias em troca de acomodação e, em alguns poucos casos, comida também.
Geralmente os albergues e lodges oferecem esta opção para aqueles que possuem o Working Holiday Visa ou estão habilitados a trabalhar no país, desde que se trabalhe por 2-3h por dia na recepção e/ou limpeza dos quartos.
O site do BBH lista as oportunidades dos albergues filiados por cidade.
O Wwoof New Zealand é uma comunidade voltada para o voluntariado em fazendas orgânicas por troca de acomodação e comida, além de ser uma oportunidade de vivenciar um estilo de vida diferente e aprender uma nova habilidade. A adesão custa $40 anuais e são requeridos de 4-6h de trabalho diários.
Outras comunidades bastante úteis são a Worldpackers e Workaway. A primeira é voltada para o voluntariado em albergues, e o segundo dispõe de uma longa lista de oportunidades de voluntariado em diversas áreas, como ensinando línguas, trabalhos em fazendas, cuidando de crianças entre outros. Ambos requerem uma taxa de inscrição de alguns poucos dólares anuais, e comida e horas trabalhadas podem ser negociados.
DOC Campsites
Com instalações bem básicas e sem chuveiro, os campings do DOC (Departamento de Conservação) espalhados pelo país custam apenas $6 por pessoa e oferecem uma ótima escolha para quem tem uma barraca ou deseja dormir no carro.
O pagamento é geralmente feito pelas “Caixas da honestidade”, onde se deposita o valor referente aos dias que ficou hospedado. O único inconveniente é que os campings estão localizados fora das zonas urbanas.
A lista com todas as zonas de camping do DOC pelo país pode ser acessada aqui.
Holiday Parks
Com área de camping e estrutura para receber campervans, os Holiday Parks na Nova Zelândia são uma opção alternativa aos albergues e com preços mais em conta.
[tab:Alimentação]
Refeições em restaurantes na Nova Zelândia saem em média entre US$15 e US$25, contribuindo muito para o aumento das despesas diárias. A melhor opção para se alimentar no país gastando pouco é cozinhando a sua própria comida.
Além de fornecer uma forma barata de se alimentar, cozinhar sua própria comida ainda é uma forma de interagir com outras pessoas, seja em um albergue, durante uma roadtrip ou na casa do seu hospedeiro pelo Couchsurfing.
Supermercados
A rede de supermercados Pak n’Save é de longe a mais barata do país, contrastando com as concorrentes como New World, Countdown e Four Square.
Além de buscar sempre comprar os produtos mais baratos, uma ótima forma de economizar nas compras é obtendo os cartões de desconto. Cada rede de supermercado tem seu próprio cartão com suas próprias regras de uso, dando descontos exclusivos em diversos produtos.
Outra dica é fazer suas compras próximo do horário de fechamento, pois os supermercados oferecem produtos como pães, bolos, saladas e massas que não foram vendidos durante o dia a preços bem mais baratos, sendo possível fazer uma refeição boa e saudável por $6.
Fast-Food
Para aqueles que não se preocupam muito em ter uma alimentação saudável, as redes de fast-food oferecem preços bem acessíveis em todo país.
Lanchonetes como McDonalds e Burger King possuem combos por $6, enquanto as redes de pizzarias Dominos e Pizza Hut têm as famosas pizzas de US$ 5 que são mais que suficiente para uma pessoa. O Subway, mais saudável que as opções anteriores, também oferece os sanduíches do dia por US$ 4,50.
[tab:Atrações turísticas]
Indispensável para alguns e nem tanto para outros, atrações turísticas estão em toda parte da Nova Zelândia. Aonde quer que você vá, há sempre um tour ou atividade querendo lhe arrancar alguns (leia-se MUITOS) dólares, por mais simples que sejam.
Uma boa forma de economizar nas atrações é agendando pelo BookMe, que oferece descontos de até 99% em algumas atividades. Outra opção são os combos, oferecidos diretamente pelas companhias ou através dos Centros de Informações Turísiticas (iSite).
Caminhadas e trekkings são uma boa opção para os aventureiros de plantão, uma vez que o país é repleto de trilhas mantidas pelo DOC, como as Nove Grandes Caminhadas da Nova Zelândia. O custo é relativamente pequeno uma vez que a entrada é gratuita e a você pode acampar em sua barraca pagando apenas $6 por noite!
Para quem gosta de história e arte, os Museus e galerias de arte da Nova Zelândia, em sua grande maioria, são gratuitos e de excelente qualidade, como por exemplo, o Museu Te Papa em Wellington e as galerias de arte de New Plymouth e Dunedin.