Conheça 4 bares que contam a história da música brasileira
Estabelecimentos são pontos de encontro, inspiração e até personagens da cultura do país
Cerveja gelada, boa música e amigos reunidos: essa combinação é quase uma instituição nacional. Poucas experiências são tão celebradas quanto dividir uma mesa de bar com quem se gosta, enquanto se canta junto —especialmente quando o repertório vem de quem compôs as próprias canções. Para muitos artistas, os bares são mais do que cenário: são fonte de inspiração e até personagens das suas histórias.
Pensando nessa conexão entre cultura e convivência, a Ambev criou uma rota especial para o Guia de Bares Brahma. A seleção destaca quatro bares emblemáticos que ajudam a contar a trajetória da música brasileira. Eles fazem parte de um circuito inédito que reúne mais de 120 estabelecimentos em Brasília e outras cinco capitais do país.
Até o dia 15 de outubro, o público poderá viver essa experiência de forma completa, com pratos harmonizados com chope, encontros regados a boas conversas e, claro, muita cantoria. Afinal, celebrar a música também é celebrar os lugares onde ela nasceu, cresceu e continua ecoando.
Bar Brahma (São Paulo)
“Alguma coisa acontece no meu coração / Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João”. É impossível pensar em São Paulo e não lembrar de um dos cruzamentos mais icônicos da cidade. E muito disso se deve a Caetano Veloso, que eternizou as duas ruas em “Sampa”.

É nessa esquina onde fica um dos bares mais tradicionais da capital: o Bar Brahma. O lugar teve cantores importantes da música popular que foram assíduos frequentadores: Adoniran Barbosa tem uma estátua na entrada e Cauby Peixoto, que passou 15 anos se apresentando toda semana no bar, um prato em sua homenagem.
Bar da Portuguesa (Rio de Janeiro)
Imagina um bar ser tão querido pelos fregueses que um deles não se importava de ir beber vestido com o pijama. Agora imagina esse freguês ser o Pixinguinha. O mestre do choro era vizinho do estabelecimento e às vezes marcava de se encontrar com o violonista Baden Powell.
O hábito peculiar de Pixinguinha atraiu atenção da TV Globo, que fez uma reportagem e impulsionou a fama do bar. O documentário “Savanah”, que acompanha Pixinguinha, Baden Powell, Maria Bethânia e Paulinho da Viola em momentos de descontração e cantoria, teve cenas rodadas no Bar da Portuguesa. E a escultura de Pixinguinha de pijamas que aparece no filme hoje fica na entrada do bar.
Restaurante Gambrinus (Porto Alegre)
O Mercado Público sempre foi rota da vida noturna de Porto Alegre. No bar Treviso, hoje fechado, um dos cantores mais populares do país na “era do rádio” batia ponto. Chico Alves, conhecido como “o rei da voz”, se sentava sempre à mesma mesa junto de artistas como o sambista Lupicínio Rodrigues.
Quando Chico morreu em 1952, em um acidente de carro, a comoção foi tamanha que o dono do Treviso resolveu guardar a cadeira em que o artista se sentava como lembrança. O estabelecimento fechou e, hoje, a cadeira fica presa como homenagem ao cantor na parede do Restaurante Gambrinus, também situado no Mercado Público.Beirute (Brasília)

Brasília foi fundada em 1960. Seis anos depois, o Beirute abria as portas. O bar viu a cidade crescer, movimentos florescerem e músicos se encontrarem. Um deles foi Renato Russo, líder da banda Legião Urbana, que escreveria as primeiras canções, sempre sentado à mesma mesa, inflamado pelas movimentações que a capital brasileira carregava