Conheça o impressionante tour astronômico do deserto do Atacama

Em parceria com Viagem em Pauta
18/03/2017 00:00 / Atualizado em 31/07/2017 16:36

Nem só com atividades terrenas se faz turismo no destino mais cobiçado em terras chilenas. Localizado no norte do Chile, o Deserto do Atacama tem condições climáticas que garantem poucas chuvas e mais de 300 noites de céu aberto por ano.

Vista da área de observação astronômica no Atacama, no norte do Chile
Vista da área de observação astronômica no Atacama, no norte do Chile

O deserto mais seco do mundo é considerado um dos melhores lugares do planeta para observação do céu, devido a suas condições favoráveis, como os mais de 2.400 metros de altitude, baixa umidade local e pouca luminosidade artificial.

E nem precisa ir muito longe para ver estrelas no deserto.

Céu do Atacama
Céu do Atacama

Em Ayllu de Sólor, a apenas seis quilômetros de San Pedro de Atacama, é possível passar 2h30 ouvindo histórias (e piadas) que o francês Alain Maury conduz durante seu tour astronômico.

E ficaríamos muito mais, não fossem as baixas temperaturas das noites no deserto, que chegam, facilmente, a zero grau.

“As pessoas não vêm até aqui para fazer um curso de astronomia e os tours bem-humorados são uma questão de sobrevivência. Não queremos ser como um ator que apenas lê o texto da peça”, comenta Alain.

San Pedro de Atacama, no norte do Chile
San Pedro de Atacama, no norte do Chile

A visita a esse observatório aberto ao público é dividido em três partes: introdução ao tema, quando aprende-se a observar o céu a olho nu; e manuseio dos telescópios, quando os grupos vão à loucura com a possibilidade de fazer fotos com suas próprias câmeras.

A terceira etapa, depois de mais de duas horas sob as estrelas do deserto, um chocolate quente é servido no interior da residência dos responsáveis pelo tour.

Vista do local onde acontecem as visitas astronômicas, no Deserto do Atacama
Vista do local onde acontecem as visitas astronômicas, no Deserto do Atacama

Como é o tour astronômico?

As saídas são diárias e só são canceladas em noites de lua cheia ou de céu nublado.

Embora Alain Maury insista em afirmar que não se trata de um curso de astronomia, a gente não pode negar que saímos de lá com uma aula completa (pelo menos para leigos como nós), em que se aprende a reconhecer o que estamos observando, a entender um mapa do céu e até a encontrar as principais estrelas.

Projeto ALMA, no Atacama, no norte do Chile
Projeto ALMA, no Atacama, no norte do Chile

Tudo isso com um laser esverdeado, apontado pelos guias, que vai pintando aquele céu negro, manchado de estrelas.

Considerado o maior parque de telescópios da América do Sul, com aparelhos de até 70 centímetros de diâmetro, o Space conta com visitas guiadas em inglês, espanhol ou em francês.

Às saídas são às 21h (verão) e às 19h, nos meses de inverno.

Vista do local onde acontecem as visitas astronômicas, no Deserto do Atacama
Vista do local onde acontecem as visitas astronômicas, no Deserto do Atacama

Segundo explica a própria empresa, a região tem dois invernos: o inverno regular austral, que vai de julho a agosto; e o altiplânico, em janeiro e fevereiro, considerados os meses com mais probabilidade de noites nubladas.

Só para se ter uma ideia, apenas cinco noites não tiveram céu aberto, entre os dias 28 de agosto de 2004 e 5 de janeiro de 2006.

E a gente nem precisa lembrar que visitantes bem abrigados, certamente, aproveitam melhor a experiência.

ALMA: o maior projeto astronómico

Essa associação entre o ESO (European Southern Observatory), a estadunidense NSF e institutos do Japão, Canadá, Taiwan e Coreia, deu origem a esse projeto audacioso, formado por 66 antenas de alta precisão, a 50 km de San Pedro.

Infelizmente, não é possível conhecer a área das antenas, a cinco mil metros sobre o nível do mar, ou fazer visitas noturnas.

Céu do Atacama visto do observatório ALMA
Céu do Atacama visto do observatório ALMA

Mas aos sábados e domingos pela manhã, um ônibus sai da cidade com passageiros que queiram conhecer o centro de apoio às operações do ALMA. D

urante o tour, o visitante passa pela sala de controle, laboratórios e por um transportador de antenas.

A entrada é gratuita e exige inscrição prévia no site do projeto.

SAIBA MAIS
SPACE (San Pedro de Atacama Celestial Explorations)
Calle Caracoles, 166 (centro de San Pedro)
Valor: 20.000 pesos chilenos (R$ 96, aproximadamente). A taxa inclui transporte de San Pedro, tour e bebida quente.
www.spaceobs.com