Conhecendo o jardim de Monet na França
Minha história com o Jardim de Monet começou há muito tempo, quando eu ainda era uma criança. Lembro-me como se fosse ontem quando vi o livro “Linéia no Jardim de Monet” que estava exposto em uma feira do livro na escola que eu estudava.
Eu me encantei com aquele livro de capa dura e ilustrações belíssimas. Foi paixão à primeira vista. Quando voltei à feira mais tarde, com a minha mãe, para comprarmos um livro para mim, lembro que hesitei em mostrar ele, pois sabia que aquele era um dos livros mais caros da feira. Mas minha mãe, notando meu encanto pelo livro, o comprou para mim. E, juntas, fomos desvendando as páginas dessa linda história que acontece no Jardim de Monet e conta um pouco sobre o pintor e suas obras.
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Foi de imediato a minha fascinação por suas pinturas e eu ficava imaginando como seria aquele jardim. Quando vi pela primeira vez uma obra de Monet pessoalmente, fiquei paralisada, encantada, deslumbrada com tamanha beleza, detalhes, textura, vida… Mas quando fui à Paris pela primeira vez, era inverno e, infelizmente, não era possível visitar o jardim.
Quando surgiu a ideia de tirarmos um período sabático, um dos motivos que me fizeram embarcar nessa aventura foi que eu poderia conhecer o jardim na primavera, o que seria praticamente impossível para mim em outra situação, já que sou professora e as minhas férias não coincidem com esse período. E o mais legal, foi que minha mãe e meu pai foram me encontrar em Paris e fizemos esse passeio juntos. Foi emocionante estar com a minha mãe, pessoa que alimentou com muito afeto minha história com Monet.
Primeiras impressões
O jardim é bonito e bem cuidado e a famosa ponte é bem preservada (até demais… estava esperando algo um pouco mais rústico). Em um primeiro momento, o jardim é bonito, como tantos outros que já vimos pelo mundo. Mas foi quando parei realmente para observar cada pedacinho, que a beleza se deu. Só então consegui perceber as nuanças de cores que Monet explora, tão magnificamente, em suas pinturas. E conforme tudo era refletido nas águas do rio, ia me sentindo dentro das suas obras, como se Monet estivesse ali naquele momento pincelando a paisagem a minha frente.
O que deixou a desejar, na minha opinião, foram as ninfeias, que são tão grandiosas em suas pinturas, mas, pessoalmente eram bem pequenas e sumiam em meio a natureza.
Além do Jardim, a visita contempla a casa onde Monet morou. Foi muito interessante visualizar os cômodos e poder imaginar ele vivendo ali.
Quando ir
O Jardim de Monet (e a casa dele, a sede da fundação Claude Monet) fica aberto de abril até outubro. No inverno a fundação permanece fechada. Como vemos nas obras do artista, a cada estação do ano o jardim tem sua singularidade e belezas diferentes.
Fomos no começo de abril, que era início da primavera, mas o jardim ainda não estava tão florido.
A Fundação Monet abre as 9h30 e fecha as 18h e a entrada custa 9,50 euros. O ideal é comprar pela internet para evitar pegar fila no momento da entrada. Você pode comprar diretamente no site na Fundação. Minha sugestão é chegar cedo para pegar o jardim com menos gente. Depois de visitar o instituto, é possível conhecer a cidade de Giverny, que tem alguns restaurantes e cafés e Vernon, que é bem charmosa também.
Como ir
De trem – De Paris, existe um trem que sai da estação Gare St.-Lazare e vai até Vernon e, de lá, saem ônibus até Giverny, bem perto da fundação Claude Monet. Os ônibus fazem o trajeto o dia inteiro e são sincronizados com as chegadas e partidas dos trens para Paris.
O bilhete do trem pode ser comprado antecipadamente, pela internet, ou no local, pouco antes do embarque. Geralmente custa 14,70 euros cada trecho, entretanto, quando compramos, encontramos um preço promocional no site e pagamos 14 euros ida e volta (em abril de 2016). No dia que fomos, não havia fila para comprar diretamente no guichê, mas li na internet que geralmente a fila é bem grande, portanto é mais vantajoso comprar o ticket na internet, mesmo se não tiver desconto.
Você pode comprar a passagem de trem diretamente pelo site oficial (www.voyages-sncf.com) com cartão de crédito.
Quando chegar à estação, é só inserir o cartão utilizado na compra e imprimir o bilhete nas maquinas sinalizadas para isso.
Antes de embarcar, veja se a sua passagem é e-ticket. Se for, é preciso validar na maquininha. Caso não faça esse procedimento, a passagem não é válida e, se o fiscal pegar, ele vai te multar.
Ônibus – O ônibus fica em frente à estação de trem de Vernon e tem indicação no chão até o local. O pagamento é feito para o motorista no momento do embarque (você pode comprar somente ida ou já adquirir o ticket de volta também (pagamos 8 euros ida e volta).
De carro – Dependendo de quantas pessoas forem, sai mais barato alugar um carro para ir até o Instituto Monet. Ele fica a 72 km do centro de Paris, aproximadamente 1h20.
Dica: reserve o carro com antecedência, pois na véspera os preços sobem e não é mais vantajoso.
Por Mariana Isnard Carneiro, do blog Uma pitada de mundo