Construções brasileiras que valem a pena conhecer
A arquitetura não é a apenas o projeto de construção de prédios e os cálculos que envolve, é pensar no bem-estar e conforto das pessoas e também em harmonizar com ambiente que está próximo. Alguns edifícios brasileiros têm uma arquitetura tão trabalhada que vale a pena incluir no roteiro de viagem por toda a atmosfera que envolve a construção e o período histórico.
Recentemente o jornal britânico “The Guardian” elegeu Brasília como um dos 10 melhores tours de arquitetura do mundo. Mas nem só dos projetos de Oscar Niemeyer é feito o turismo de arquitetura. Confira abaixo uma lista de edifícios ícones da arquitetura brasileira que vale a pena visitar.
Rio de Janeiro
- 3 destinos brasileiros ótimos para viajar em setembro e você nem imagina
- Museus em São Paulo: conheça os melhores da cidade!
- Um passeio pelos castelos, fortes e mosteiros de Nova York
- SP 470: 47 curiosidades sobre São Paulo que talvez você não sabia
Palácio Capanema – Localizada no centro da cidade, a construção –que teve influência do arquiteto franco-suíço Le Cobusier – representa a arquitetura moderna no Brasil. Construído entre 1937 e 1945, o projeto de Lúcio Costa contou com uma equipe formada por jovens arquitetos como Oscar Niemeyer, Carlos Leão e Ernani Vasconcellos.
Com jardim projetado por Roberto Burle Marx, o prédio apoia-se em pilotis com pé direito alto e vão livre e apresenta um painel de azulejos em vários tons de azul de Cândido Portinari. Para completar conta com esculturas de Bruno Giorgi, Celso Antônio e Alfredo Ceschiatti e telas de Guignard e Pancetti.
Conjunto Habitacional Pedregulho – Projetado pelo arquiteto modernista Affonso Eduardo Reidy, em 1946, a obra é uma das mais importantes do modernismo brasileiro e chama a atenção na paisagem do bairro de São Cristóvão.
Criado originalmente para ser moradia dos funcionários do Distrito Federal, antigo Estado da Guanabara, o edifício apresenta curvas que acompanham a topografia do terreno. O Pedregulho tem sua própria escola, posto de saúde, espaços esportivos, piscina, jardins e áreas de lazer.
Curiosidade: O conjunto habitacional teve um papel de vanguarda para a época pois já incluía lavanderia, com máquinas trazidas da Alemanha. A ideia era otimizar o tempo das mulheres nas tarefas domésticas para que tivessem mais tempo para se dedicar ao trabalho e cuidar dos filhos.
São Paulo
Sesc Pompeia – Classificado pelo jornal britânico “The Guardian” em sexto lugar na lista das 10 melhores construções e estruturas em concreto do mundo, o prédio projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi na década de 1970, se tornou patrimônio cultural em 2015.
É de Lina Bo Bardi também a autoria do projeto do MASP, outra bela construção que traduz leveza, transparência e suspensão. O vão livre no térreo foi pensado como uma praça para uso da população. A arquiteta também inovou ao usar cavaletes de cristal para expor a coleção no segundo andar do edifício.
Copan – O edifício de curva sinuosa, localizado no centro da cidade, foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Com 1.160 apartamentos, é um dos maiores conjuntos residenciais e o maior prédio em concreto armado da América Latina. Seu projeto começou em 1951, mas após uma série de dificuldades e alterações no projeto original, a obra só foi concluída em 1967.
Belo Horizonte
Conjunto Arquitetônico da Pampulha – Desenvolvido a pedido de Juscelino Kubitschek para Oscar Niemeyer, é conhecido pelas curvas da Casa do Baile, do Cassino, do Iate Clube e da Igreja de São Francisco de Assis que ostenta belos painéis de Portinari. As obras, consideradas de vanguarda para a época, foram construídas entre 1942 e 1944.
Curiosidade: No início a arquidiocese proibiu a celebração de missa na igreja de São Francisco devido a forma não convencional para uma igreja, e ao painel de Portinari, onde se vê um cachorro representando um lobo junto a São Francisco de Assis.
Edifício Niemeyer – Famoso pelas curvas, o residencial de 12 andares, formado por placas horizontais sobrepostas e uma fachada com brises horizontais, fica próximo à praça da Liberdade. O edifício não é aberto à visitação.
Brasília
Nem só de Oscar Niemeyer é feita a capital federal. As obras do arquiteto carioca João Filgueiras Lima, ou Lelé, chamam a atenção de quem visita a cidade. Entre seus projetos, destaque para: o hospital Sarah Kubitschek e o memorial Darcy Ribeiro também conhecido como Beijódromo, que abriga a fundação Darcy Ribeiro e que seria originalmente um espaço para serestas e leitura de teatro e poesia.
Beijódromo – O local foi criado a pedido de Darcy Ribeiro, ex-ministro da Educação e idealizador da Universidade de Brasília. Em carta à Darcy na entrega do projeto, Lele descreve a arquitetura: “Lembra um pouco um disco voador ou uma mistura de maloca dos xavantes com a dos kamayanás, que você tanto admira”.
Hospital Sarah Kubitschek – A construção situada no lago norte, utiliza da iluminação e ventilação naturais para aperfeiçoar a sensação de conforto.
Lelé buscava sempre construções rápidas, limpas e sustentáveis. Seus projetos usavam sistemas pré-moldados. São dele também os projetos da Casa dos Arcos e os edifícios da colina (UnB) onde moram professores da UnB.
Porto Alegre
Fundação Iberê Camargo – O primeiro projeto do arquiteto português Álvaro Siza no Brasil, a obra recebeu o Leão de Ouro na Bienal de Arquitetura de Veneza em 2002. A Fundação tem uma área de 8.250m, às margens do Guaíba. Primeira obra no Brasil a utilizar concreto branco aparente armado em toda a sua extensão. A construção não utiliza tijolos ou elementos de vedação. Além do impacto plástico, o material oferece alta durabilidade e baixa manutenção.
Por Carolina Valadares, do MTur