Construções brasileiras que valem a pena conhecer

21/03/2016 12:00

A arquitetura não é a apenas o projeto de construção de prédios e os cálculos que envolve, é pensar no bem-estar e conforto das pessoas e também em harmonizar com ambiente que está próximo. Alguns edifícios brasileiros têm uma arquitetura tão trabalhada que vale a pena incluir no roteiro de viagem por toda a atmosfera que envolve a construção e o período histórico.

Igrejinha de Nossa Senhora de Fátima em Brasília (DF)
Igrejinha de Nossa Senhora de Fátima em Brasília (DF)

Recentemente o jornal britânico “The Guardian” elegeu Brasília como um dos 10 melhores tours de arquitetura do mundo. Mas nem só dos projetos de Oscar Niemeyer é feito o turismo de arquitetura. Confira abaixo uma lista de edifícios ícones da arquitetura brasileira que vale a pena visitar.

Rio de Janeiro

Palácio Capanema – Localizada no centro da cidade, a construção –que teve influência do arquiteto franco-suíço Le Cobusier – representa a arquitetura moderna no Brasil. Construído entre 1937 e 1945, o projeto de Lúcio Costa contou com uma equipe formada por jovens arquitetos como Oscar Niemeyer, Carlos Leão e Ernani Vasconcellos.

Palácio Capanema no Rio de Janeiro
Palácio Capanema no Rio de Janeiro

Com jardim projetado por Roberto Burle Marx, o prédio apoia-se em pilotis com pé direito alto e vão livre e apresenta um painel de azulejos em vários tons de azul de Cândido Portinari. Para completar conta com esculturas de Bruno Giorgi, Celso Antônio e Alfredo Ceschiatti e telas de Guignard e Pancetti.

Conjunto Habitacional Pedregulho – Projetado pelo arquiteto modernista Affonso Eduardo Reidy, em 1946, a obra é uma das mais importantes do modernismo brasileiro e chama a atenção na paisagem do bairro de São Cristóvão.

Criado originalmente para ser moradia dos funcionários do Distrito Federal, antigo Estado da Guanabara, o edifício apresenta curvas que acompanham a topografia do terreno. O Pedregulho tem sua própria escola, posto de saúde, espaços esportivos, piscina, jardins e áreas de lazer.

Curiosidade: O conjunto habitacional teve um papel de vanguarda para a época pois já incluía lavanderia, com máquinas trazidas da Alemanha. A ideia era otimizar o tempo das mulheres nas tarefas domésticas para que tivessem mais tempo para se dedicar ao trabalho e cuidar dos filhos.

São Paulo

Fachada do Sesc Pompéia, na zona oeste de São Paulo
Fachada do Sesc Pompéia, na zona oeste de São Paulo

Sesc Pompeia – Classificado pelo jornal britânico “The Guardian” em sexto lugar na lista das 10 melhores construções e estruturas em concreto do mundo, o prédio projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi na década de 1970, se tornou patrimônio cultural em 2015.

É de Lina Bo Bardi também a autoria do projeto do MASP, outra bela construção que traduz leveza, transparência e suspensão. O vão livre no térreo foi pensado como uma praça para uso da população. A arquiteta também inovou ao usar cavaletes de cristal para expor a coleção no segundo andar do edifício.

Copan – O edifício de curva sinuosa, localizado no centro da cidade, foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Com 1.160 apartamentos, é um dos maiores conjuntos residenciais e o maior prédio em concreto armado da América Latina. Seu projeto começou em 1951, mas após uma série de dificuldades e alterações no projeto original, a obra só foi concluída em 1967.

Belo Horizonte

Igreja de São Francisco de Assis em Belo Horizonte (MG)
Igreja de São Francisco de Assis em Belo Horizonte (MG)

Conjunto Arquitetônico da Pampulha – Desenvolvido a pedido de Juscelino Kubitschek para Oscar Niemeyer, é conhecido pelas curvas da Casa do Baile, do Cassino, do Iate Clube e da Igreja de São Francisco de Assis que ostenta belos painéis de Portinari. As obras, consideradas de vanguarda para a época, foram construídas entre 1942 e 1944.

Curiosidade: No início a arquidiocese proibiu a celebração de missa na igreja de São Francisco devido a forma não convencional para uma igreja, e ao painel de Portinari, onde se vê um cachorro representando um lobo junto a São Francisco de Assis.

Edifício Niemeyer – Famoso pelas curvas, o residencial de 12 andares, formado por placas horizontais sobrepostas e uma fachada com brises horizontais, fica próximo à praça da Liberdade. O edifício não é aberto à visitação.

Brasília

Memorial Darcy Ribeiro em Brasília (DF)
Memorial Darcy Ribeiro em Brasília (DF)

Nem só de Oscar Niemeyer é feita a capital federal. As obras do arquiteto carioca João Filgueiras Lima, ou Lelé, chamam a atenção de quem visita a cidade. Entre seus projetos, destaque para: o hospital Sarah Kubitschek e o memorial Darcy Ribeiro também conhecido como Beijódromo, que abriga a fundação Darcy Ribeiro e que seria originalmente um espaço para serestas e leitura de teatro e poesia.

Beijódromo – O local foi criado a pedido de Darcy Ribeiro, ex-ministro da Educação e idealizador da Universidade de Brasília. Em carta à Darcy na entrega do projeto, Lele descreve a arquitetura: “Lembra um pouco um disco voador ou uma mistura de maloca dos xavantes com a dos kamayanás, que você tanto admira”.

Hospital Sarah Kubitschek – A construção situada no lago norte, utiliza da iluminação e ventilação naturais para aperfeiçoar a sensação de conforto.

Lelé buscava sempre construções rápidas, limpas e sustentáveis. Seus projetos usavam sistemas pré-moldados. São dele também os projetos da Casa dos Arcos e os edifícios da colina (UnB) onde moram professores da UnB.

Porto Alegre

Fundação Iberê Camargo em Porto Alegre
Fundação Iberê Camargo em Porto Alegre

Fundação Iberê Camargo – O primeiro projeto do arquiteto português Álvaro Siza no Brasil, a obra recebeu o Leão de Ouro na Bienal de Arquitetura de Veneza em 2002.  A Fundação tem uma área de 8.250m, às margens do Guaíba. Primeira obra no Brasil a utilizar concreto branco aparente armado em toda a sua extensão. A construção não utiliza tijolos ou elementos de vedação. Além do impacto plástico, o material oferece alta durabilidade e baixa manutenção.

Por Carolina Valadares, do MTur