Criticado por Bolsonaro, turismo gay cresceu bem acima do setor
Criticado pelo presidente Jair Bolsonaro, o turismo gay é um dos segmentos de maior potencial de faturamento econômico para o setor no país.
Estudo do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) revela que o Brasil é o país da América Latina com maior potencial de crescimento de receitas com o turismo gay. Em 2017, o setor registrou alta de cerca de 11% no país, enquanto o turismo de modo geral subiu 3,5%. As informações são do “O Globo”.
No mundo, o turismo LGBT movimenta anualmente US$ 218 bilhões (R$ 856,72 bilhões), segundo consultoria Out Now.
As declarações desastrosas de Bolsonaro foram dadas na última quinta-feira (25) durante um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.
“Quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. Agora, (o Brasil) não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay”, disse Bolsonaro.
Ainda segundo reportagem, um dos conceitos difundidos pelo Sebrae é o de país “gay-friendly”. O termo é utilizado para fazer referência a locais, políticas e instituições que oferecem ambiente aberto, agradável, receptivo e confortável para o público LGBT.
Em 2018, foi firmado um acordo entre o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) e a Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil para promover e apoiar a divulgação do Brasil, nacional e internacionalmente, como um destino “gay-friendly”.
A Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil divulgou uma nota de repúdio as declarações do presidente Bolsonaro.
“Países como Israel, Espanha, França, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Grã-Bretanha, Argentina e Uruguai, entre tantos outros, realizam investimentos constantes no Turismo LGBT como forma de aquecimento dos negócios, bem como afirmação e respeito à cidadania”, diz a nota.
“Combater a visita da comunidade LGBTI+ ao Brasil, além de ser um grave ataque aos direitos universais, impediria a entrada de US$ 26,8 bilhões na economia brasileira (pesquisa OUT/WTM 2018), colaborando com o desemprego e minando as relações internacionais brasileiras com países que valorizam a democracia e o fim do preconceito.”