Cunha (SP) celebra arte milenar da cerâmica com programação extensa
Com entrada gratuita, o evento ocorre até 9 de novembro e uma das principais atrações é Feira da Cerâmica que ocorre no feriado de 12/10
Conhecida nacionalmente pela produção de cerâmica de alta temperatura, a estância climática de Cunha, no Vale do Paraíba, no interior de SP, recebe mais uma edição sua tradicional festa dedicada arte.
Com entrada gratuita, o evento ocorre até 9 de novembro e uma das principais atrações é Feira da Cerâmica, que acontece neste fim de semana (11 a 14/10), no Parque Lavapés, que reunirá ceramistas locais e de outras partes do país expondo seus trabalhos.
Os visitantes também podem contemplar exposições coletivas e individuais, espalhadas por vários ateliês da cidade, além de shows e outras atividades. Também estão programadas várias performances com demonstrações ao vivo de ceramistas criando esculturas, modelagens e pinturas, inclusive atividades lúdicas para as crianças.
E, para descontrair, as competições de torno prometem agitar o festival para saber qual ceramista vai conseguir fazer a peça mais alta e a de maior diâmetro.
Abertura do forno
A abertura de forno, atividade sempre muito aguardada, será realizada no sábado, dia 12, na sede do ICCC, com a participação de ceramistas de Cunha e de outras regiões que vão fazer uma apresentação da técnica de queima em forno Smokeless, culminando com a retirada das peças do forno a lenha.
Durante todo o festival, o público poderá visitar a exposição Cerâmica e Luz do Atelier Suenaga & Jardineiro um dos mais antigos da cidade e que trabalha com peças artesanais queimadas em forno a lenha Noborigama. A exposição destaca várias obras de cerâmica que dialogam com a iluminação de interior, apresentando peças originais como luminárias, abajures e arandelas.
No Casarão das Luas e nos ateliês dos artistas acontecerão os workshops e as palestras sobre temas variados do universo ceramista, a partir de inscrições pagas que podem ser feitas pelo site oficial do Festival.
Cunha, capital nacional da cerâmica
Em junho do ano passado, Cunha recebeu o título de “Capital Nacional da Cerâmica de Alta Temperatura”. A produção de cerâmica está presente na região desde os tempos de ocupação pelos índios tamoios, que produziam utensílios com uma técnica rudimentar, em forno de barranco.
O grupo do ateliê do Antigo Matadouri, em 1975, foi o pioneiro na produção de cerâmica usando o forno Nobirigama, de uma linhagem de fornos chineses e refinados no Japão.
Alimentados à lenha, a temperatura interna dessas fornalhas podem atingir ultrapassa os 1.400 °C. A partir da década de 1990, outros ateliês de cerâmica de alta temperatura foram instalados na cidade, o que aumentou a relevância econômica do município.
Como chegar
A cidade de Cunha está a 230 km da capital paulista. O visitante deve seguir pela Rodovia Presidente Dutra (BR-116) até a Saída 65, em Guaratinguetá. Depois seguir pela Rodovia Paulo Virgínio (SP-171) até Cunha.
Quem for de ônibus, também deve ir até Guaratinguetá. Na rodoviária há ônibus intermunicipal até Cunha. Os horários das partidas devem ser checados no local.
Onde se hospedar em Cunha
A dica para quem pretende acompanhar o festival de perto é se hospedar na Pousada Candeias. Com uma atmosfera aconchegante, o empreendimento tem piscina, restaurante e 10 chalés equipados com tudo que o viajante precisa para curtir o passeio da melhor forma possível.
Outro diferencial é o contato com a natureza. O complexo fica em uma propriedade cercada pela vegetação local. A área até conta com uma trilha na mata, que tem 1.700 metros de extensão.
O trajeto passa por pinus, araucárias e pereiras (que têm seus frutos usados para a produção de compotas artesanais preparadas na própria pousada), levando a uma queda d’água onde é possível tomar um delicioso banho gelado.
De quebra, a hospedagem oferece fácil acesso aos principais restaurantes, bares e pontos turísticos da cidade. Entre eles, é possível destacar lugares como Lavandário, Contemplário e Parque Estadual Serra do Mar.