Descubra as Rotas do Queijo mais saborosas de Minas Gerais
Da Canastra ao Serro, de Araxá a Campo das Vertentes, siga o cheiro do queijo artesanal e viva experiências de lamber os beiços no coração mineiro
Minas Gerais é daquelas paixões que fisgam primeiro pelo estômago. Basta sentir o perfume de um canastra recém‑maturado ou de um pão de queijo saído do forno para entender que, por aqui, gastronomia não é só refeição — é identidade.
Entre montanhas verdes, vilas históricas e cachoeiras cristalinas, nasceram os queijos artesanais mais famosos do Brasil. Viajar pelas Rotas do Queijo em Minas Gerais é, portanto, muito mais que turismo: é mergulhar em séculos de saber‑fazer, em sabores premiados no mundo todo e em conversas cheias de “uai” que aquecem o coração.

Se você procura um roteiro que mistura natureza, cultura, produção sustentável e, claro, muita degustação, ajeite o chapéu de palha e partiu estrada. A seguir, descubra por que cada rota é um pedaço delicioso dessa história — com dicas práticas para montar um itinerário redondinho (ou seria redondão como uma boa peça de queijo?).
Por que Minas é o paraíso do queijo?
O clima de altitude, o “terroir” cheio de pastagens nativas e a tradição de produzir queijos com leite cru formam a “receita secreta” mineira. Não à toa, várias iguarias locais receberam selos de Indicação Geográfica e até o título de Patrimônio Cultural Imaterial do IPHAN –reconhecimento que valoriza modos de fazer passados de geração em geração.
Serra da Canastra — a celebridade do pedaço

Berço do icônico Queijo Canastra, essa região concentra fazendas que abrem as porteiras para mostrar o processo completo: da ordenha ao descanso nas prateleiras de madeira. Só leva o selo “Canastra” quem produz nos sete municípios da área de Indicação de Procedência (São Roque de Minas, Medeiros, Tapiraí, Bambuí, Piumhi, Vargem Bonita e Delfinópolis). Degustações harmonizadas com cachaça e trilhas no Parque Nacional da Serra da Canastra completam o pacote.
Serro — tradição que derrete na boca
Pioneira na arte queijeira, a cidade do Serro preserva fazendas centenárias onde o queijo, de massa macia e acidez suave, ganha vida em tábuas de bálsamo. Desde 2011, o produto exibe Indicação Geográfica, garantindo método tradicional e maturação mínima de 17 dias. Aproveite para caminhar pelas casas de taipa coloridas e combinar o queijo com doces de marmelo ou goiabada artesanal.

Araxá — suavidade e hospitalidade mineiríssima
Famosa pelas águas termais, Araxá também conquista pelo queijo amanteigado, de sabor delicado. Muitos produtores recebem os viajantes na varanda de casa, transformando a visita em um bate‑papo regado a receitas de família e vistas para o cerrado. Dica: programe‑se para os fins de tarde, quando o pôr‑do‑sol dourado combina perfeito com uma fatia de queijo “de coalho” na chapa.
Campo das Vertentes — queijo, história e poesia
Menos badalada, mas igualmente saborosa, a rota corta cidades como Barbacena e São João del‑Rei. Aqui, você alterna degustações em queijarias artesanais com passeios por centros históricos, museus e igrejas barrocas. O segredo? Pasto verdejante e clima ameno que dão cremosidade ao queijo, perfeito para acompanhar um café coado ou uma cerveja artesanal local.
Experiências imperdíveis no caminho
- Workshops de harmonização: aprenda a casar queijos de casca lavada com vinhos mineiros ou cachaças envelhecidas;
- Vivência no curral: acorde cedo para participar da ordenha e entender como a microbiota do “pingo” — fermento natural — faz toda a diferença no sabor;
- Piqueniques panorâmicos: compre peças direto do produtor, ache um mirante e celebre o pôr‑do‑sol comendo queijo fresquinho.
Bora pegar a estrada?
Com mapa na mão (ou no Waze), playlist de MPB e fome de descobertas, sua volta pelas Rotas do Queijo em Minas Gerais promete memórias crocantes. Entre um gole de café coado e outro de cachaça envelhecida, vai ficar claro: o sotaque mineiro é só o começo — o resto é derreter de prazer a cada mordida.