Destinos remotos e pouco explorados conquistam brasileiros

Expedições ganham força no turismo brasileiro com foco em experiências; modelo atrai viajantes que buscam imersão cultural

11/10/2025 18:13

As viagens de expedição vem ganhando espaço no turismo brasileiro, especialmente entre viajantes que buscam experiências mais profundas e menos convencionais.

Em vez de apenas visitar pontos turísticos, esses viajantes participam de festivais, tradições locais e interagem com comunidades, tornando a jornada mais significativa.

Expedição na Islândia tem caça a aurora boreal
Expedição na Islândia tem caça a aurora boreal - Divulgação

Dados do setor confirmam essa tendência. Uma pesquisa do Laboratório de Inteligência de Mercado de Viagens, encomendada pelo Sebrae, mostrou que nove em cada dez brasileiros viajam motivados por experiências. Já a plataforma Paytour registrou um crescimento de 14,7% nas vendas de turismo de experiências no primeiro semestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Na agência Se Tu For, Eu Vou, 60% dos clientes já optam por expedições, e a expectativa é que esse número chegue a 80%, segundo o diretor Luis Antonio Caetano.

Segundo a agência cinco perfis se destacam nesse modelo: quem deseja ir além do tradicional, quem sonha com destinos pouco explorados, quem prefere não se preocupar com planejamento, quem viaja sem companhia e quem valoriza o acompanhamento integral de guias.

Destinos remotos e pouco explorados conquistam brasileiros

A agência oferece roteiros para destinos como Japão, China, Coreia do Sul, Tailândia, Islândia, Peru e Egito. Todos os itinerários são previamente testados pela equipe, que verifica voos, hospedagens, transfers, atrações e restaurantes.

Festival das Luminárias na Tailândia é a sensação dos turistas
Festival das Luminárias na Tailândia é a sensação dos turistas - Divulgação

Um líder acompanha o grupo desde a saída do Brasil até o retorno, auxiliando em processos como check-in, imigração e até nas compras. “Nosso objetivo é oferecer uma viagem sem imprevistos, com suporte constante e experiências autênticas”, afirma Caetano.

Além do acompanhamento integral, as expedições contam com guias locais em todos os destinos e suporte médico remoto. “Eu sou médica e oriento os viajantes sobre medicamentos e cuidados. Se houver qualquer problema de saúde, realizo atendimento por telemedicina e indico os próximos passos”, explica Carolina Taketomi, sócia da agência.

O serviço inclui ainda concierge no Aeroporto de Guarulhos, garantindo apoio desde o embarque. O modelo tem atraído especialmente profissionais liberais e empresários entre 25 e 55 anos, que valorizam segurança, praticidade e experiências culturais profundas.

Experiências das expedições

O diferencial das expedições também está na curadoria das experiências, que vão muito além de um roteiro turístico tradicional.

Na China, por exemplo, os viajantes podem conhecer a Muralha de um jeito inusitado, descendo de tobogã após a visita. No Japão, o grupo participa de uma cerimônia de chá conduzida por uma gueixa, vivência rara até mesmo para turistas experientes. Na Coreia do Sul, vestir o hanbok (traje típico coreano) para visitar os palácios é mais que uma atividade cultural: é um mergulho na tradição, que rende registros fotográficos únicos.

Expedição inclui aluguel de traje típico coreano para visitar os palácios
Expedição inclui aluguel de traje típico coreano para visitar os palácios - Divulgação

Na Tailândia, as experiências vão desde prazeres simples, como uma massagem na Khaosan Road, até vivências radicais e divertidas, como provar insetos fritos, testar o “gás do riso” e jantar em um restaurante estrelado Michelin, além de visitar o rooftop que ficou famoso no filme “Se Beber, Não Case”.

Outros destinos oferecem experiências igualmente exclusivas: caçar a aurora boreal na Islândia, participar de uma cerimônia espiritual inca e avistar pinguins e leões-marinhos nas Ilhas Ballestas, ambas no Peru, ou ainda se hospedar em um hotel com vista para as Pirâmides de Gizé e navegar em iate privativo no Mar Vermelho, no Egito.