Dia da Pachamama: conheça destinos que celebram a data

Em parceria com Viagem em Pauta
31/07/2017 16:58

Pachamama (“Mãe Terra”, na língua quéchua) é a divindade máxima das regiões andinas da Bolívia, Peru, norte do Chile e (vejam só) também do noroeste da Argentina.

Embora todo o mês de agosto seja marcado por celebrações dedicadas a essa figura cultuada nos países indígenas da América do Sul, é no dia 1º de agosto que acontecem os rituais em homenagem a essa figura relacionada com a fertilidade e a terra.

Povo andino celebra o Pachamama todo dia 1º de agosto
Povo andino celebra o Pachamama todo dia 1º de agosto

É nessa época que se alimenta a terra para que novos frutos sejam produzidos. Como forma de agradecimento à Madre Tierra, uma espécie de divindade agrícola que nutre os seres humanos, indígenas agradecem tudo o que foi conquistado, na colheita anterior, enterrando comidas da região, em um buraco na terra.

Ao longo do continente diversas festas são marcadas para esses dias como as comemorações na Isla del Pescado, no Salar do Uyuni; em San Antonio de los Cobres, na Argentina, onde acontece, desde 1995, a Fiesta Nacional de la Pachamama de los Pueblos Originarios; em províncias do norte argentino, como Jujuy, Salta, Formosa, Catamarca e Tucumán; e no povoado de San Pedro do Atacama, no norte do Chile.

Indígenas agradecem tudo o que foi conquistado
Indígenas agradecem tudo o que foi conquistado

Conheça destinos indígenas da América do Sul:

Amaicha del Valle (Argentina)

Museo Pachamama, em Amaicha del Valle, no noroeste argentino
Museo Pachamama, em Amaicha del Valle, no noroeste argentino

Esse povoado de maioria indígena fica na província de Tucumán, no noroeste da Argentina, e é conhecido por abrigar um museu dedicado à Mãe Terra.

A Casa de Pedra, como o Museo Pachamama também é conhecido, foi projetada pelo artista plástico Héctor Cruz e seus 10 mil m² abrigam salas temáticas dedicadas a temas como geologia e antropologia, e trabalhos como pintura, escultura e tapeçaria indígenas do Valle Calchaquí.

Destaque para o impressionante jardim externo com figuras em pedra e cactus da região.

Quebrada de Humahuaca  (Argentina)

Cerro Siete Colores, em Purmamarca
Cerro Siete Colores, em Purmamarca

Localizada na província de Jujuy, essa região também celebra a data com eventos musicais nas ruas de pequenos povoados como Purmamarca.

A Quebrada, nas altas montanhas dos Andes, abriga uma sequência de povoados minúsculos que atraem o viajante a um dos destinos mais inusitados da Argentina

Esse vale de 155 km que cruza o noroeste do país, é considerado Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade pela Unesco e abriga montanhas multicoloridas e estradas que levam a povoados anteriores aos incas.

Entre os destaques cênicos e turísticos estão a montanha policromática Siete Colores, em Purmamarca; as Salinas Grandes, a 70 km dali; e Tilcara, capital arqueológica da região.

San Antonio de los Cobres (Argentina)

destino é conhecido pelas viagens de trem entre San Antonio e o Viaducto la Polvorilla
destino é conhecido pelas viagens de trem entre San Antonio e o Viaducto la Polvorilla

Endereço de uma das mais representativas festas dedicadas à Mãe Terra, na Província de Salta, no noroeste argentino, esse povoado começa o dia com a defumação das casas e segue a celebração com o tradicional enterramento de comidas locais, como oferenda à divindade, e uma espécie de procissão até a estação de trens da cidade, a 3776 metros sobre o nível do mar.

O destino é conhecido pelas viagens de trem entre San Antonio e o Viaducto la Polvorilla, a 4.200 metros sobre o nível do mar.

Uyuni (Bolívia)

Vista do Salar do Uyuni
Vista do Salar do Uyuni

Localizado no sul da Bolívia, a quase 600 km de La Paz, o Salar de Uyuni é daqueles lugares que a gente custa a acreditar que existe.

São 12 mil km² de sal, o que lhe deu os títulos de “a maior planície de sal do mundo” e o de “o único ponto natural brilhante que é possível ser avistado do espaço”.

Cusco (Peru)

Centro histórico de Cusco
Centro histórico de Cusco - iStock

Ceremonia de Pago a la Pachamama (Cerimônia de Pagamento à Pachamama, em tradução literal para o português) é um dos eventos mais importantes dessa cidade peruana, antiga capital do Império Inca.

Por ali, o ritual de devolução à Mãe Terra acontece nas casas locais, de forma privada, e nas montanhas dos arredores, em oferendas comunitárias com cerimônias ancestrais.

A cidade serve como base para quem visita o sítio arqueológico Machu Picchu.

Atacama (Chile)

Valle de la Luna, no Deserto do Atacama
Valle de la Luna, no Deserto do Atacama

Assim como em outros destinos sul-americanos, o ritual à Pachamama é celebrado em fevereiro, durante o Carnaval, como forma de agradecer pela colheita anterior, cujas festas se concentram em San Pedro de Atacama e Toconao.

A geografia por ali continua a mesma, mas este é aquele tipo de destino que a gente nunca se cansa de voltar.

O Atacama é o destino mais seco do planeta, abriga o deserto mais alto do mundo, seu solo é comparado ao de Marte e a chuva segue rara por ali.

Além dos clássicos desse deserto, no norte do Chile, há outro Atacama escondido que, por sorte, ainda é pouco divulgado entre os aventureiros que chegam por ali.