Dia da Pachamama: conheça destinos que celebram a data
Pachamama (“Mãe Terra”, na língua quéchua) é a divindade máxima das regiões andinas da Bolívia, Peru, norte do Chile e (vejam só) também do noroeste da Argentina.
Embora todo o mês de agosto seja marcado por celebrações dedicadas a essa figura cultuada nos países indígenas da América do Sul, é no dia 1º de agosto que acontecem os rituais em homenagem a essa figura relacionada com a fertilidade e a terra.
É nessa época que se alimenta a terra para que novos frutos sejam produzidos. Como forma de agradecimento à Madre Tierra, uma espécie de divindade agrícola que nutre os seres humanos, indígenas agradecem tudo o que foi conquistado, na colheita anterior, enterrando comidas da região, em um buraco na terra.
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Ao longo do continente diversas festas são marcadas para esses dias como as comemorações na Isla del Pescado, no Salar do Uyuni; em San Antonio de los Cobres, na Argentina, onde acontece, desde 1995, a Fiesta Nacional de la Pachamama de los Pueblos Originarios; em províncias do norte argentino, como Jujuy, Salta, Formosa, Catamarca e Tucumán; e no povoado de San Pedro do Atacama, no norte do Chile.
Conheça destinos indígenas da América do Sul:
Amaicha del Valle (Argentina)
Esse povoado de maioria indígena fica na província de Tucumán, no noroeste da Argentina, e é conhecido por abrigar um museu dedicado à Mãe Terra.
A Casa de Pedra, como o Museo Pachamama também é conhecido, foi projetada pelo artista plástico Héctor Cruz e seus 10 mil m² abrigam salas temáticas dedicadas a temas como geologia e antropologia, e trabalhos como pintura, escultura e tapeçaria indígenas do Valle Calchaquí.
Destaque para o impressionante jardim externo com figuras em pedra e cactus da região.
Quebrada de Humahuaca (Argentina)
Localizada na província de Jujuy, essa região também celebra a data com eventos musicais nas ruas de pequenos povoados como Purmamarca.
A Quebrada, nas altas montanhas dos Andes, abriga uma sequência de povoados minúsculos que atraem o viajante a um dos destinos mais inusitados da Argentina
Esse vale de 155 km que cruza o noroeste do país, é considerado Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade pela Unesco e abriga montanhas multicoloridas e estradas que levam a povoados anteriores aos incas.
Entre os destaques cênicos e turísticos estão a montanha policromática Siete Colores, em Purmamarca; as Salinas Grandes, a 70 km dali; e Tilcara, capital arqueológica da região.
San Antonio de los Cobres (Argentina)
Endereço de uma das mais representativas festas dedicadas à Mãe Terra, na Província de Salta, no noroeste argentino, esse povoado começa o dia com a defumação das casas e segue a celebração com o tradicional enterramento de comidas locais, como oferenda à divindade, e uma espécie de procissão até a estação de trens da cidade, a 3776 metros sobre o nível do mar.
O destino é conhecido pelas viagens de trem entre San Antonio e o Viaducto la Polvorilla, a 4.200 metros sobre o nível do mar.
Uyuni (Bolívia)
Localizado no sul da Bolívia, a quase 600 km de La Paz, o Salar de Uyuni é daqueles lugares que a gente custa a acreditar que existe.
São 12 mil km² de sal, o que lhe deu os títulos de “a maior planície de sal do mundo” e o de “o único ponto natural brilhante que é possível ser avistado do espaço”.
Cusco (Peru)
A Ceremonia de Pago a la Pachamama (Cerimônia de Pagamento à Pachamama, em tradução literal para o português) é um dos eventos mais importantes dessa cidade peruana, antiga capital do Império Inca.
Por ali, o ritual de devolução à Mãe Terra acontece nas casas locais, de forma privada, e nas montanhas dos arredores, em oferendas comunitárias com cerimônias ancestrais.
A cidade serve como base para quem visita o sítio arqueológico Machu Picchu.
Atacama (Chile)
Assim como em outros destinos sul-americanos, o ritual à Pachamama é celebrado em fevereiro, durante o Carnaval, como forma de agradecer pela colheita anterior, cujas festas se concentram em San Pedro de Atacama e Toconao.
A geografia por ali continua a mesma, mas este é aquele tipo de destino que a gente nunca se cansa de voltar.
O Atacama é o destino mais seco do planeta, abriga o deserto mais alto do mundo, seu solo é comparado ao de Marte e a chuva segue rara por ali.
Além dos clássicos desse deserto, no norte do Chile, há outro Atacama escondido que, por sorte, ainda é pouco divulgado entre os aventureiros que chegam por ali.