Dicas do que fazer e onde ir no bairro do Brooklyn, em NY
As dicas da Fernanda Paronetto são focadas em gastronomia, cultura, vida noturna entre outros tesouros 'secretos'
Há mais de três anos, paulistana Fernanda Paronetto desembarcou nos Estados Unidos para realizar um sonho: morar em Nova York.
A paixão indescritível pela cidade e com a ajuda de um grupo descolado de amigos locais, serviu de inspiração para Fê, como é carinhosamente conhecida, lançar o site Behind the Scenes NYC.
No BTSNYC, ela que compartilha dicas de passeios, restaurantes, lojas e atrações em Nova York e espalhadas pelo Estado que raramente estão nos guais turísticos.
Grande parte, são lugares fundados por locais, pequenos empreendedores e startups, com o objetivo de interagir com a comunidade local e mostrar aos moradores e visitantes que Nova York é muito mais do que “Manhattan”.
A pedido da Catraca Livre, Fernanda elaborou um roteiro para explorar o Brooklyn como um nova-iorquino.
***
Nova York é uma cidade incrível de diversas maneiras, mas uma das coisas que mais amo é que a cidade se reinventa constantemente. Cada vez mais vejo turistas querendo explorar outros pontos de Manhattan e a região mais hype agora, é o Brooklyn.
Cada bairro do Brooklyn tem sua curiosidade e seu charme, mas abaixo está um pequeno guia para quem nunca esteve para este lado do rio –moro no Brooklyn também– mas morre de vontade! O bairro de Williamsburg deveria estar no topo da sua lista.
Cruzar a ponte do Brooklyn
Por mais turístico que a ponte seja, a história por trás dela é maravilhosa. A construção durou 14 anos, foi inaugurada em 1883 e foi o que levou Brooklyn a se tornar parte de NYC. Por volta de 600 homens trabalharam incansavelmente e grande parte do trabalho foi liderado pela Emily Warren Roebling, depois que seu marido e engenheiro civil, Washington Roebling, morreu.
Hoje, mais de 120 mil carros, 4.000 pedestres e 3.100 ciclistas cruzam a ponte diariamente!
O bairro do outro lado da ponte já no Brooklyn se chama Dumbo. Vale ser explorado, pois além do famoso Jane’s Carousel e o Brooklyn Bridge Park que sempre tem incríveis instalações de arte, você vai conhecer muita coisa nova!
Adoro o One Girl Cookies para cafezinho e cookies assim como o Burrow que tem inspiração francesa e japonesa! Para comer um bagel, lanche queridinho dos nova-iorquinos, vá no La Bagel Delight! Para almoço, o renomado Italiano Cecconi’s ou o mais casual, Al Mar.
Depois de andar por lá, pegue a balsa chamada East River Ferry, que sai de lá e vá para Williamsburg – desça na 2ª parada.
Ah! Não deixe de tirar a famosa foto com a Manhattan Bridge de fundo, na Washington Street com a Water Street.
Williamsburg, o bairro hipster mais visitado
Sempre sugiro começar por algo fácil e perto de Manhattan. Uma vez que os visitantes descobriram quão rápido é chegar em Williamsburg, o bairro começou a crescer com novas lojas, restaurantes, bares, etc e receber pessoas do mundo todo.
O bairro é super fácil de andar e vale a pena gastar algumas horinhas explorando sem pressa. As principais ruas comerciais ficam entre Grand Street, até a North 12th, e entre a Kent Avenue, que beira o rio, até Havemeyer Street. Esse é o “quadrado” principal para começar a explorar, mas tem muito mais por lá.
Para fechar com chave de ouro sua visita, suba para o rooftop do William Vale hotel para um drinque, onde você terá uma vista 360º de Nova York.
Onde comer?
Eu amo viajar e experimentar novos pratos de culturas diferentes e por mais que Nova York seja nos EUA, você consegue encontrar restaurantes do mundo inteiro.
Williamsburg é um bairro que no inicio de 1900 recebeu muito imigrante da Polônia, Lituânia e Rússia, mas o que hoje mais se encontra, são os resquícios poloneses. De restaurantes como o Dziupla, localizada na principal rua –a Bedford Avenue, até a tradicional padaria polonesa, Northside Bakery para um lanchinho e os famosos pierogies (um tipo de dumpling).
Alguns dos restaurantes mais “escondidos” que amo, são japoneses. O Zenkichi escondido atrás de uma grande fachada de madeira com uma mini porta e o minimalista 1 OR 8 (que fica um pouco mais para o sul do bairro), são ótimas opções e longe de turistas.
Com inspiração marroquina, o Café Mogador chega a ter 2 horas de espera, mas grande parte com o pessoal local e o Sunday in Brooklyn traz pessoas de todos os cantos para comer seu famoso brunch.
O bairro está repleto de opções: Lilia (italiano), Chloe (vegano), Patês e Tradicion (francês), Beco (brasileiro), The Bedford (americano), Suzume (japonês com foco em ramen), Little Choc Apothecary (crepes veganos), Lighthouse (mediterrâneo), Peter Luger Steak House (churrascaria), enfim…a lista não acaba.
Onde fazer compras?
O bairro não é necessariamente o melhor para que está focado em compras, mas se você curte comprar de pequenas lojas, vai achar bastante coisa legal.
As lojas que mais gosto são: Narnia, para peças vintage de marcas famosas como Dolce & Gabbana, Missoni, Oscar de La Renta, entre outras; o Artists & Fleas é um dos famosos mercados de pulga que vale muito passar pois tem que tudo la –joias, roupas, vintage, acessórios, objetos de decoração, produtos de beleza…tudo de marcas locais; para coisas de casa, adoro o BERLYN 65 com peças feitas a mão trazidas da Turquia, por exemplo. As lojas Zero Waste Daniel e Package Free Shop tem uma pegada super eco-friendly e pró sustentabilidade.
Para beber!
Sim, nada como um bom drinque para terminar o dia bem, ou apenas para relaxar a curtir as férias né? O bairro tem lugares deliciosos para coquetéis e até degustações.
O Brooklyn Brewery tem umas das cervejas mais famosas por aqui e sim, turistas já descobriram, mas é uma delicia passar por lá para fazer degustação e até um rápido tour da cervejaria.
Outro lugar mais escondido é o Cantina Royal. Com uma decoração super bacana de lustres no teto a quadros mais modernos, o cardápio tem inspiração mexicana, e os drinques são amados pelos locais.
Ao entrar no Maison Premiere você se sentirá entrando em um bar em Nova Orleans. Esse é um dos hot spots com um cardápio incrível. Quem gosta de ostras, tem que visitar! E, falando rapidinho em Ostras, o Five Leaves, bar do artista Heath Ledger que morreu em 2008 (Coringa do batman), é outra opção.
Para os cervejeiros, temos uma tradicional biergarten chamada Radegast Hall! Eles passam jogos na TV, tem bandas ao vivo, enfim, é sempre uma festa!
Para quem gosta da vida noturna!
Nova-iorquinos certamente sabem se divertir. Talvez não como brasileiros, pois sabemos muito bem como aproveitar uma boa festa, né? Mas Williamsburg tem umas opções diferentes para todos os gostos!
Eu amo jazz e ver uma galera mais nova tocando Jazz mega tradicional é uma delicia! O St. Mazie Bar é o lugar perfeito e no topo da minha lista, pois estou sempre la! Você vai poder tomar ótimos drinques, a comida é muito boa (amo o risoto de cogumelos) e música ao vivo é a cerejinha do bolo!
Próximo do rio East River, o National Sawdust recebe músicos do mundo todo para se apresentar! O ambiente é super casual, todo mundo de pé curtindo, um bar pequeno, mas você terá a chance de conhecer grandes músicos emergentes.
Para quem curte música eletrônica, o Output é uma das melhores baladas de toda Nova York e tem até um rooftop para apreciar a vista de Manhattan iluminada a noite.
Todo bom americano adora jogar boliche. E sim, é super divertido! O Brooklyn Bowl não tem apenas boliche, mas bandas ao vivo tocando também! A casa também traz muitas bandas renomadas para tocar!
E, por último o Music Hall of Williamsburg que junta uma galera que curte indie-rock entre outros estilos!
Para terminar em grande estilo nos rooftops!
A paixão dos nova-iorquinos é passar por todos os rooftops mais bacanas durante os meses mais quente para aproveitar o tempo e a vista.
A vantagem de rooftops em Williamsburg, é que você consegue enxergar todo o skyline de Manhattan de uma distância perfeita.
Como falei no começo, o William Vale hotel tem um rooftop bar chamado Westlight e tem a melhor vista de todas pela altura. No 22º andar, é o prédio mais alto do bairro que oferece um bar híper bacana e uma vista 360º.
Antes da abertura desse bar, o Wythe Hotel era o que atraía todo mundo. Muita gente continua indo lá, por ser menos “grandioso” e mais local.
Outro lugar que vale a pena passar, é o Northern Territory. Ele fica bem na divisa de Williamsburg com outro bairro incrível que sempre vou e está crescendo bastante, chamado Greenpoint.
Enfim, eu poderia listar mais inúmeros lugares para visitar em Williamsburg, mas vou deixar você explorar um pouco sozinho também!
Venha de coração aberto e curta a cultura dos brooklynites –como são chamados quem mora no Brooklyn!
Have fun!