Dicas para economizar numa viagem à Chapada dos Veadeiros, em Goiás
Além do Parque Nacional, a região abriga belos jardins naturais, vales, e muitas cachoeiras
Os preços de hospedagens e serviços turísticos têm subido na mesma velocidade da fama que a Chapada dos Veadeiros conquistou nos últimos anos.
Formada por cinco municípios (Alto Paraíso de Goiás, Colinas do Sul, Teresina de Goiás, São João d’Aliança e Cavalcante), a Região Turística da Chapada dos Veadeiros, a 220 km de Brasília, é um dos destinos mais visitados do estado.
Baseado em sugestões de guias locais, o Viagem em Pauta selecionou algumas dicas para economizar nesse destino do nordeste de Goiás.
Hospedagem
Alto Paraíso, capital da Chapada dos Veadeiros e cidade com melhor estrutura na região, conta com opções que vão de hostels a pousadas charmosas. As diárias vão de R$ 75 (em um quarto compartilhado de hostel) a R$ 940, em um chalé de uma das pousadas mais exclusivas do destino.
Já a vila São Jorge, principal acesso para o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, é a melhor opção para quem viaja no esquema mochilão. As sugestões em Alto Paraíso são os hostels Aventura e Catavento.
A dica para economizar no destino (e ficar isolado do agito) são as hospedagens em municípios menos procurados como Teresina de Goiás, a 52 km de Alto Paraíso.
É ali que fica a pousada da Cachoeira Poço Encantado (diárias a partir de R$ 295), considerado o único hotel de toda a Chapada dos Veadeiros com vista para cachoeiras, como a bela queda de 40 metros de altura que dá nome ao estabelecimento. A praia de areia tem estrutura náutica como Stand Up Paddle (R$ 20/ meia hora) e pode ser utilizada também por quem não está hospedado (day use: R$ 25 por pessoa).
Em Alto Paraíso, a Fazenda Volta da Serra tem suítes para duas pessoas (R$ 180 com café da manhã e acesso às cachoeiras da propriedade) e aluguel de chalé para até 8 pessoas (R$ 180, o casal, ou R$ 540, a casa toda). O local oferece também aluguel de bicicleta e 3 cachoeiras, em trilhas que vão de 714 metros a 3,2 km de extensão (R$ 25, cachoeiras, ou R$ 65 com bicicleta).
Para uma experiência ainda mais rústica, no meio do mato e às margens de um córrego de águas, exageradamente, cristalinas, a dica é o Espaço Rei do Prata, em Cavalcante. O local tem opções de camping (R$ 70) e quarto coletivo (R$ 90). Reservas: (62) 9 9833-7650.
Para as reportagens na Chapada, o Viagem em Pauta ficou hospedado nos seguintes estabelecimentos: Pousada Meu Talento (Alto Paraíso) e Pousada Vila dos Ipês(Cavalcante).
Circulando
99% das atrações da Chapada exigem deslocamentos, por isso guias locais sugerem alugar um carro para maior autonomia.
Mas na Chapada o turista sem carro não fica parado. Diariamente, guias organizam saídas para grupos no Centro de Atendimento ao Turista (CAT), em Alto Paraíso, com diárias que custam cerca de R$ 100, incluindo transporte.
Alto Paraíso de Goiás fica a 420 km de Goiânia e a 220 km de Brasília, de onde saem ônibus da Real Expresso (3h30 de viagem e passagens a partir de R$ 65). Para quem vai de carro, a partir do Distrito Federal, a viagem começa na BR-020 e segue pela GO-118 até Alto Paraíso de Goiás.
Embora mais econômico, o município São João d’Aliança exige carro próprio para deslocamentos até os atrativos.
Dinheiro ou cartão
Os atrativos turísticos e restaurantes mais simples não costumam aceitar cartões, sobretudo por conta da instabilidade ou ausência de sinal telefônico. Por isso vá preparado para pagamentos em espécie.
Para retirada de dinheiro, há opções de bancos em Alto Paraíso (Itaú e Banco do Brasil) e São João d’Aliança (Itaú). Não há agência bancária em Cavalcante, destino quilombola com acesso à cachoeira Santa Bárbara.
Com guia ou sem guia?
Com cobrança de ingressos, atrativos como Vale da Lua e as cachoeiras dos Cristaise Loquinhas podem ser visitados por conta e não exigem contratação de guias.
Já as atrações em terras kalungas, como a cachoeira Santa Bárbara e o Complexo do Prata, exigem acompanhamento de um guia cadastrado, além de pagamento para entrar.
Os ingressos para as atrações locais variam de R$ 25 a R$ 40 por pessoa (não inclui custos com guias e transporte), porém algumas têm entrada grátis como as Cataratas dos Couros, a 52 km de Alto Paraíso.
De acordo com Manuel Pacheco, guia local desde 1982, numa época em que o turismo era praticamente inexistente e acontecia apenas na Almécegas e na cachoeira da Loquinhas, a Chapada dos Veadeiros abriga 50 atrativos naturais, 25 deles só em Alto Paraíso.
Refeição
A avenida Ari Ribeiro Valadão Filho, chamada também de Kundalini pela galera ‘gratiluz’, é a via principal de Alto Paraíso e concentra os principais serviços, de lanchonetes veganas a restaurantes francês e mediterrâneo.
Uma opção de refeição econômica é a jantinha, um PF goiano (R$ 15, aproximadamente) com espetinho, arroz, feijão tropeiro, vinagrete e mandioca. Em Alto Paraíso, provamos o prato na Churrascaria Central (Rua São José Operário, s/n) que, embora tenha pratos bem servidos, levou quase 60 minutos para servir os pedidos, em um sábado à noite.
Outra comida local que vale provar é a matula (R$ 40 por pessoa) do Rancho do Waldomiro (GO-239, km 18; diariamente das 11h30 às 17h30), na estrada entre Alto Paraíso e São Jorge. Essa “comida forte”, como define a filha do proprietário, tem carne de lata – antiga técnica tropeira de conservação de alimentos -, arroz, feijão tropeiro, mandioca, abóbora e paçoca de carne de sol. Não deixe de provar as cachaças com produtos do cerrado, á disposição no fundo do salão.
Na vizinha São Jorge, o vilarejo pé na areia de Alto Paraíso, vale conhecer o bar e restaurante Santo Cerrado (tel.: 61 – 9974-1150), uma risoteria com excelentes opções de risotos e drinques com ingredientes do cerrado.
Em Cavalcante, a lanchonete Baunilha do Cerrado é uma opção econômica, onde são servidos chapatis bem recheados. À noite, a dica é a cervejaria Aracê (Estrada Cavalcante- Colinas do Sul; tel.: (62) 9 9804-2501), estabelecimento de um casal de chilenos que produz a própria cerveja, com destaque para a versão de baru (de R$10,90 a R$ 23), e serve empanadas de carne.
Alto Paraíso tem também duas feirinhas de rua: a da Praça do CAT (domingo de manhã e quinta-feira à tarde) e a do Produtor Rural (sábado de manhã e terça-feira à tarde, próximo à Prefeitura), ambas com venda de produtos orgânicos, artesanato e comida vegana.