Dunas e safáris são experiências únicas da Namíbia

Por Eduardo Vessoni, do site Viagem em Pauta

De norte a sul, esse país africano é dono de um território capaz de fazer até o mais experiente dos viajantes esfregar os olhos quando paisagens desérticas e selvas lotadas de animais insistem em cruzar o caminho.

Antiga colônia alemã até o fim da 1ª  Guerra Mundial e, mais tarde, administrada pela África do Sul, a Namíbia pode não ter a mesma fama turística da vizinha rica, mas esse país discreto com vistas para o oceano Atlântico abriga experiências como imensas áreas verdes com 100 diferentes espécies de animais, tem as dunas mais altas do planeta, é endereço de um grupo seminômade que usa ocre vermelho para proteger a pele e possui uma impressionante área com carcaças de embarcações naufragadas entre bancos de areia.

Etosha National Park, na Namíbia[/img]

À beira da estrada, grupos de leões, elefantes, girafas e tantos outros animais selvagens parecem alheios aos olhares estrangeiros alucinados. Dizem que por ali são 45 mil zebras e 3 mil elefantes.

Para ver esses animais, a uma distância improvável em outras partes da Namíbia, a melhor opção é embarcar em um carro 4×4 para seguir as trilhas do parque que contam com lagoas na beira da estrada para atrair animais sedentos.

A melhor temporada para ver a bicharada bem do lado do carro vai de maio a setembro, época de seca na região. Saiba mais

Skeleton Coast, região conhecida como o ‘maior cemitério de navios do mundo'[/img]

Conhecida como “o maior cemitério de navios do mundo”, essa área de 16 mil km² abriga embarcações naufragadas, entre dunas de areias, tragadas pela fúria de tempestades e nevoeiros.

Safáris terrestres ou voos panorâmicos são as melhores sugestões para quem visita a região. Porém não espere ver a abundância de mamíferos que fazem a fama do continente africano. Por ali, apenas esqueletos de navios e a impressionante colônia de focas do Cabo Cross.

Sossusvlei: a Namíbia alaranjada

O sul do país exagera nos matizes alaranjados que cobrem as montanhas arenosas de Sossusvlei, a 591 km da capital.

Essa região árida, que em língua ‘nama’ significa, curiosamente, ‘local de coleta de água’, abriga as mais altas dunas do planeta, a 325 metros sobre o nível do mar.

Em uma área de 50 mil km², vida e morte se exibem em cenários formados por imagens como as florestas petrificadas do Dead Pan, cujo solo amarelado de argila abriga árvores de quase mil anos que, há milhares de anos, foram surpreendidas pelo mar de areia trazida por correntes do Atlântico, a 60 km dali, e que tornou a região uma das paisagens mais impressionantes de todo o sul do continente africano.

Himba: a Namíbia ocre

Encontrado no desértico noroeste da Namíbia e no sul da Angola, os Himba são conhecidos pela tradição de passar na pele e no cabelo uma mistura de ocre vermelho, gordura e resina aromática como forma de proteger-se contra o sol forte e o clima seco do deserto, além de evitar picadas de mosquitos.

Com uma população atual de cerca de 50 mil pessoas, esses homens e mulheres faziam parte do grupo Herero que migrou da África Oriental, no século 16. Os Himbas permaneceram na região norte de Kaokoland, enquanto os Herero se dirigiram para o sul.

Grupo seminômade da África é destaque da Namíbia