Encantos inusitados garantem uma viagem cheia de surpresas ao Peru

Por Tatiane Ribeiro

À procura de aventura? Ou de um circuito cultural? Algo inusitado para ver? Místico? Histórico? Ou apenas afim de uma boa comida? A resposta para  qualquer um desses destinos é curta: Peru. Nosso vizinho figura como uma das opções mais em conta, próximas e tops nos requisitos acima, com um adicional: ele ainda é pouco explorado pelos brasileiros. O que significa que você pode fazer uma viagem original, descobrir um monte de maravilhas inusitadas e voltar para casa cheia de histórias sem ter ido para muito longe.

Foi assim quando viajamos para lá. Uma viagem tão rica que fica difícil escolher o que contar aqui. Mas como roteiro nunca é demais, segue abaixo algumas maravilhas que você pode vivenciar internacionalmente aqui do ladinho.

Vista do bonito bairro de Miraflores, na capital peruana Lima[/img]

Cartão postal da cidade, o bairro concentra os centros de compras como o shopping Lacomar, os hotéis de luxo e restaurantes para todos os gostos. Para quem não sabe, a gastronomia do Peru é reconhecida com uma das melhores do mundo. Ceviche, quinua, frijoles, doce de lúcuma e o famoso pisco, bebida com 43% de teor alcoólico feita de uva, são algumas das opções tradicionais. A  chicha morada, uma preparação com milho que leva canela, abacaxi, maçã e limão como toque final, é a opção sem álcool preferida dos peruanos.

Cerâmicas contam como os incas lidavam com o sexo[/img]

A parte da conquista espanhola da cidade fica por conta das igrejas no centro, onde a arquitetura, os mosaicos, as estátuas mostram como foi a integração dos espanhóis com os povos originários. Vale a pena para acrescentar percepções novas sobre a cultura, pois, parafraseando o professor Elian Alabi Lucci, é bom conhecer a história para entender nosso tempo.

Além da grande diversidade biológica, também pode-se apreciar diversos sítios arqueológicos da cultura pré-inca em Paracas[/img]

Aventura no deserto é o que reserva Paracas. Lá é possível fazer passeio de buggy e sandboard pelas dunas de areia fina, que custa em torno de U$ 50 (R$ 200). O pôr do sol é digno de uma obra de arte. Para completar, o piquenique noturno feito ali mesmo, sob o céu estrelado,  montado com tendas e luzes coloridas dá um ar mais que surreal para a ocasião. Tudo isso proporcionado por agências de turismo de aventura que atende no local.

A região oferece ainda visita de barco às Ilhas Ballestas, onde é possível observar pinguins, lobos marinhos e aves. A saída pela manhã de lancha sai por U$ 42 (R$ 170).  E por falar nas aves, elas protagonizam uma história curiosa: vivem naquelas ilhas depositando o famoso “ouro branco” do Peru, que nada mais é do que as fezes (ou guano) que servem como poderoso adubo e já foram usadas para diminuir a dívida externa do país.

No percurso até lá se avista o candelabro, uma figura enorme num paredão de areia que ninguém sabe direito como foi parar ali, mais um ponto intrigante das histórias místicas do local.

A figura leva ao mistério das linhas de Nazca, outra atração imperdível, acessível por meio de um sobrevoo com saída de um pequeno aeroporto localizado na região. As linhas consistem em figuras enormes e geométricas grafadas no solo de pedra há milhares de anos, que até hoje não se desfizeram. Descobertas em 1920, as linhas intrigam arqueólogos e pesquisadores do mundo todo: como foram feitas e para quê?  Ao todo são 14 imagens, como beija-flor, macaco, trapézio e outras, algumas com até 3 quilômetros de tamanho.

Só é possível vê-las de cima, por isso é necessário comprar passagem e embarcar em um pequeno avião que faz o percurso em 1h30. Estômago e coragem para aguentar os sobrevoos inclinados sobre as figuras são indispensáveis. O passeio custa cerca de US$ 100 (R$ 400).

Cuzco

Chegar a Cuzco é chegar ao centro da história da civilização Inca. A cidade, conhecida como o umbigo do mundo, é visitada por turistas de todas as partes. Repleta de muros e ruas de pedras e rodeada por um conjunto de montanhas imponentes, que são reverenciadas pelos andinos, Cuzco foi a capital do antigo império que deixou diversos enigmas com suas construções geniais e sua forma de viver singular, relacionada a completa simbiose com a natureza.

Na cidade há acomodações para todos os gostos e bolsos e também uma boa oferta de restaurantes e atrações culturais. A maioria dos nativos ainda falam o idioma quechua e preserva o jeito de se vestir e alimentação típica do seu povo. Grãos considerados como super alimentos, como a quinua, o amaranto, além da maca e o cacau puro são encontrados nos mercados típicos da cidade. Assim como o artesanato local, farto em tecidos coloridos de algodão do Peru, um dos melhores do mundo, e também de pelo de Alpaca, uma lã de altíssima qualidade.

Ao redor da cidade fica o Vale Sagrado onde é possível conhecer os sítios arqueológicos, como o Sacsayhuamán, uma fortaleza que demorou 50 anos para ser construída.

 

Em Pisac, um dos vilarejos próximos há ruínas que demonstram parte do sistema de agricultura utilizado na época. A forma inteligente que os Incas  manuseavam os recursos naturais impressiona pela capacidade de produção que tinham sem precisar prejudicar o ambiente. Vale visitar também o museu Inkariy, que conta com uma estrutura moderna e interativa onde são contadas as singularidades e a cosmovisão de diversos povos do Peru.

As Salineiras de Maras, onde é produzido um dos melhores sal do mundo, e os Terraços de Moray, incríveis construções circulares possivelmente usada para aclimatização de sementes na agricultura, são outros pontos que valem a visita, bem como a  Fortaleza de Ollantaytambo, de onde sai o trem para Águas Calientes, cidade que antecede a subida a Machu Pichu. Em todo vale há diversas acomodações para quem quer aproveitar o clima místico das redondezas bem como restaurantes com deliciosas opções.

Machu Picchu continua sendo o ponto principal da visita ao Peru. Considerado uma das setes maravilhas do mundo, a cidadela tem diversas ruínas que demonstram como era a forma de organização urbana dos Incas. A descoberta histórica do local data de 1911 e, atualmente, cerca de 2 mil pessoas visitam o local por ano, fato que tem causado a preocupação das autoridades locais, devido a degradação ocorrida pela  intensa visitação. Por conta disso, em abril desse ano o complexo ficará 15 dias fechado para a manutenção.

O passeio vale também a estadia em Águas Calientes, o vilarejo localizado ao pé da montanha,  repleto de bares e restaurantes aconchegantes, e a paisagem bucólica durante a viagem de trem com ótimo serviço à bordo.

Preços

O turista que quer ir por conta aos lugares históricos da região de Cuzco precisa comprar o Bilhete Turístico Cusco Integral (BTCL) –ticket que permite a entrada em 16 pontos da cidade e custa 70 sólis (R$ 80). Há opções tanto para museus, como para parques e sítios arqueológicos válidos por um dia. As informações podem ser conferidas no site 

www.cuscoperu.com.

Para entrar em Machu Picchu é necessário comprar o ingresso antes, que custa US$ 65 (cerca de R$ 260) e pode ser adquirido pelo site: www.ingresso-machupicchu.com.

A CVC oferece opções de passeios terrestre por pontos turísticos do Peru, bem como só o ingresso a Machu Picchu com direito a guia. O pacote completo, passando por Lima, sobrevoo à linhas de Nazca, mais passeio de lancha pelas Ilhas Ballestas, uma tarde em Cuzco e ida a Machu Picchu já com passagem de trem, translados pelos pontos e pernoites (sete noites) sai por  U$ 1.618 (não inclui passagens aéreas).

* A jornalista viajou à convite da CVC e da PromPeru