Expedição chega à nascente do rio Amazonas no Peru

Por: Redação

Após percorrerem 60 dias em um roteiro inédito realizado em duas rodas, um grupo de cinco motociclistas chegou ao marco oficial da nascente, no Nevado Mismi, no Peru, a 5.200 m de altitude. Além de superar enormes desafios, o objetivo da expedição “Raízes do Rio Amazonas” foi retratar as diferentes comunidades ao longo da maior bacia hidrográfica do mundo.

A equipe, liderada por Marcelo Leite, saiu da foz do rio na cidade de Curuçá (Pará). Integraram a expedição os experientes pilotos Chris Cowper (Austrália), J. Velastequi (Equador), J.C. Balasse (França) e Guy Mathew (Reino Unido).

Chris, Marcelo, Guy virtualmente presente, Jean-Christophe e Julio após chegarem a nascente do rio Amazonas, no Nevado Mismi, no Peru
Chris, Marcelo, Guy virtualmente presente, Jean-Christophe e Julio após chegarem a nascente do rio Amazonas, no Nevado Mismi, no Peru

O grupo saiu da costa atlântica, passou pelas áreas do Tocantins, Xingu, Tapajós, Madeira, Solimões, Ucayali e Apurimac para finalmente chegar ao Nevado Mismi.

O rio Amazonas corre por 7.000 km de extensão, mas eles tiveram que percorrer aproximadamente 8.500 km em um trajeto nada fácil. As diferentes experiências dos pilotos foram fundamentais. Durante 60 dias, a equipe enfrentou de tudo, desde os longos trechos de “poaca” (como é chamada a grossa camada de poeira na época de seca amazonense), lama argilosa e muita água. Mas também tiveram dias de boas pistas de terra, um pouco de areia no topo dos Andes e até bom asfalto.

O grupo usa barcos para atravessa um dos trechos do rio Solimões, no Amazonas
O grupo usa barcos para atravessa um dos trechos do rio Solimões, no Amazonas

Como era esperado nesse tipo de ambiente, a expedição teve desafios diários e várias quedas. O piloto britânico Guy Mathew teve um acidente grave, mas foi resgatado a tempo. Guy recebeu 18 pinos e 2 placas na perna esquerda.

No percurso até o Peru, os pilotos passaram por comunidades isoladas, aldeias, uma seita, várias vilas, pequenas cidades e três metrópoles. Encontraram várias comunidades de ribeirinhos, pescadores, garimpeiros e até pastores andinos no Peru.

O grupo durante uma pausa em uma comunidade ribeirinha às margens do rio Tapajós
O grupo durante uma pausa em uma comunidade ribeirinha às margens do rio Tapajós

Marcelo e sua equipe visitaram e interagiram com quatro comunidades indígenas: os saterê-mawê, os kokamas e os tikunasno, no Brasil, e com os boras, no Peru.

“Dessa fantástica experiência foi gerado um enorme acervo de imagens, áudio e vídeo. São retratos e registros de lugares, de pessoas, do cotidiano, de cultura, de aventura, de desafios, de “causos” e inúmeras histórias. Tivemos o privilégio de contar com pessoas vindas de diferentes países e por isso com diferentes visões e perspectivas. A região do Amazonas é incrível, objeto de interesse e estereótipos no mundo todo, mas efetivamente muito pouco conhecida, mesmo pelos brasileiros.”, diz Marcelo.