Exposição retrata a visão do fotógrafo francês Pierre Verger sobre o Maranhão

Os registros da viagem ao Maranhão feitos por Verger foram pouco conhecidos.

No final dos anos 1940, o fotógrafo e antropólogo francês Pierre Verger fez uma viagem pelo Maranhão para pesquisar as relações culturais e religiosas entre o Brasil e a África.

Todo o trabalho resultante de sua pesquisa permitiu uma compreensão maior de aspectos religiosos, filosóficos e tradicionais das diversas culturas africanas presentes em terras brasileiras, principalmente a iorubá.

Exposição virtual retrata a visão do fotógrafo francês Pierre Verger sobre o Maranhão
Créditos: Pierre Verger /Divulgação/CCVM
Exposição virtual retrata a visão do fotógrafo francês Pierre Verger sobre o Maranhão

Fixando residência na Bahia, Pierre Verger definiu como cerne de sua obra as vivências, costumes, história e religião destes povos e de seus descendentes, sempre realizando expedições para a África, com o objetivo de aprofundar cada vez mais o seu conhecimento e entender as consequências dessa troca cultural para os dois lados do Atlântico.

A viagem de Pierre Verger ao Maranhão foi registrada em fotos. Parte deste material, ainda inédito, pode agora ser visto numa exposição virtual realizada pelo Centro Cultural Vale Maranhão (CCVM).

As 80 fotos que integram a exposição virtual ‘Maranhão por Pierre Verger’ foram selecionadas pela curadora e historiadora Paula Porta, em parceria com a Fundação Pierre Verger. Apenas 20 dessas fotografias chegaram a compor exibições ou foram publicadas em livros.

As imagens escolhidas para compor a exposição retratam um Maranhão de metade do século 20, com suas tradições religiosas e atividades econômicas, em cotidiano de resistência, ampliando a compreensão sobre a religiosidade, trabalho, arte, filosofia e tantos outros aspectos formadores de nossa cultura, herança do Atlântico Negro.


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“Esta exposição procura ampliar o acesso do público ao acervo de imagens históricas sobre o Maranhão e, mais uma vez, celebrar a força da cultura negra em nosso país, legado de culturas africanas que ainda não conhecemos tanto como deveríamos, mas que Pierre Verger nos ajudou a enxergar, compreender e valorizar”, afirma Paula.

‘Maranhão por Pierre Verger’ tem projeto expográfico assinado pelo diretor e coordenador artístico do CCVM, o arquiteto Gabriel Gutierrez, que utilizou tecidos tingidos com cascas de mangue vermelho, numa alusão às velas das embarcações tradicionais utilizadas por pescadores do Maranhão.

 Os registros da viagem ao Maranhão feitos por Verger foram pouco conhecidos.
Créditos: Pierre Verger /Divulgação/CCVM
 Os registros da viagem ao Maranhão feitos por Verger foram pouco conhecidos.

A produção dos tecidos foi realizada pelo Estaleiro Escola do Maranhão, unidade vocacional do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Iema), que capacita seus alunos a atuarem na produção artesanal de embarcações, com o diferencial de disponibilizar nos cursos importante acervo de ferramentas utilizadas durante séculos na carpintaria naval do Estado.