Família viaja o mundo trocando trabalho por hospedagem

12/02/2018 11:44 / Atualizado em 07/05/2020 04:45

Você já ouviu falar em work exchange? Esse é o termo usado para a troca de trabalho por hospedagem (leia mais sobre o assunto aqui), que segundo Amanda Barbosa, do blog Por Uma Vida Mais Rica, é uma experiência capaz de transformar a vida de qualquer pessoa.

E para aqueles que pensam que esse tipo de viagem é apropriada apenas para jovens ou pessoas sozinhas, confira o relato da família com três crianças pequenas que está dando a volta na Ásia fazendo work exchange em fazendas:

 
 

Já fazem mais de dois meses que a família Dirand –Guillaume, Gaëlle e os filhos, Yohan, 8, Chloé, 4 e Eléonore, 1– partiram de sua fazenda em Ariège, no sul da França para uma aventura de um ano pelo mundo.

Depois da Letônia, Turquia e Jordânia, seu próximo destino é… Sri Lanka! E a viagem não vai parar por aí. A família planeja continuar fazendo work exchange durante um ano inteiro. A idéia é dar a volta na Ásia, parando na Malásia, Tailândia, Camboja, Vietnã, Taiwan, Filipinas, China e Japão.

Mas o que levou esta família aparentemente sã a partir para o outro lado do mundo com 3 crianças pequenas? Essa é a pergunta que mais intriga as pessoas que tomam conhecimento de sua história…

“Nós sempre quisemos viajar o mundo e descobrir outras culturas, mas não sabíamos como. Durante as nossas últimas viagens, sempre tivemos o sentimento de que estávamos vendo apenas a ponta do iceberg, e não indo de fato a fundo nas trocas humanas. Nós tínhamos que encontrar um outro jeito”.

Além da paixão por viajar, a família carrega um sonho em comum: construir uma fazenda auto suficiente com uma padaria. O objetivo da jornada com work exchange é adquirir o conhecimento necessário para concretizar seu sonho quando voltar para casa”.

E como fazer para viajar com três crianças pequenas?

“Não há dúvidas de que viajar com criança muda um pouco as coisas. Cansaço, calor, e transporte, são o tipo de coisa que pode ser muito mais pesado para uma família. Mas essas situações são facilmente compensadas com a riqueza de momentos que temos juntos uns dos outros”.

Segundo os pais, a presença das crianças os mantém ainda mais focados em fazer o que estão fazendo. Nessa idade, ainda não há barreiras entre as pessoas. Jogos para crianças são universais. Língua é secundário. E elas ainda terão a oportunidade de criar laços com pessoas de diversas culturas.

“Isso também irá permitir que elas vejam o mundo de maneira diferente, longe de estatísticas e da televisão. Um mundo no qual uma família pode ir em busca de seus sonhos sabendo que sempre haverá alguém em algum lugar dele que irá abrir a porta de suas casas apenas pelo prazer de compartilhar”.

 
 

Os preparativos para a viagem

No começo, a grande preocupação do casal era a de não conseguir encontrar fazendas dispostas a hospedar uma família com 5 pessoas.

“Entramos em contato com alguns hosts na Turquia, que era um dos países que havíamos planejado visitar, e a surpresa! Recebemos cinco respostas positivas de pessoas super entusiasmados em nos receber em suas fazendas. Isso nos mostrou que estávamos no caminho certo. Nosso projeto era viável!”.

Durante os longos 12 meses de preparação para essa jornada, a família seguiu a lógica geográfica. Ao escolher as fazendas, eles levaram em consideração, principalmente, a descrição do local e as conversas durante as trocas de emails com os potenciais anfitriões. A localização da fazenda e sua singularidade também foram pontos importantes para eles.

As experiências em quatro fazendas diferentes

Embora cada experiência tenha sido única, eles dizem que as fazendas tiveram 2 coisas em comum: seus hosts os receberam de braços abertos e todos, inclusive as crianças, aprenderam aos montes estando com eles!

“Na Letônia, com Tomas, Liga e seus 3 filhos, nós ajudamos com permacultura, construímos uma cozinha de madeira externa, ordenhamos cabras e fizemos queijo. Uma experiência incrível!

Na Turquia, em Nyhal, onde Ceyhal e seus 2 filhos moravam, nós aprendemos sobre homeopatia, eco construção e permacultura. Eles foram exatamente como seu país: generosos e com o coração enorme.

Na casa de July e Jafar, no deserto de Waidi Rum, nós ajudamos a construir um dique de irrigação e dormimos sob as estrelas.

No norte da Jordânia, nós podíamos ver as luzes de Jericó e Jerusalém de nossas casas. Criamos uma espaço para relaxamento e cuidamos das tâmaras”.

Além disso, a família organizou workshops de criação de leveduras e panificação em todas as fazendas.

 
 

“Eu adorei ficar no deserto de Wadi Rum. Foi demais… Eu aprendi a fazer pão na areia, vou tentar em casa!” Yohan

Suas experiências supriram suas expectativas?

“Em termos de trocas humanas e aprendizados sim, sem sombra de duvidas!”.

Além dos laços que criaram com os seus hosts, a família também se aproximou de outros voluntários, que por sua vez já reservaram seu lugares para ajudar a construir sua fazenda, quando retornarem para casa.

Quais lições vocês aprenderam até agora?

“No começo, nós íamos até os nossos hosts com algumas idéias pré concebidas sobre o programa, rotina de tarefas, etc… mas, mudamos nossa atitude quando percebemos que nada é previsível! Agora, aprendemos a chegar no local livres de qualquer amarra e prontos para nos adequar a cada situação”.

Mas a principal de todas as lições aprendidas é que nem tudo gira em torno de dinheiro!

“Conhecer pessoas que, apesar da falta de dinheiro, decidiram realizar seus sonhos, nos conforta na idéia de perseguirmos os nossos. Vamos levar todas essas idéias inspiradoras de volta para casa!”.

 
 

Qual conselho você daria para as famílias que gostariam de viajar o mundo como vocês?

“Em primeiro lugar, dedicar o tempo que for necessário para preparar a sua viagem com bastante cuidado.

Antes de partir, é importante ser honesto e deixar tudo muito claro com os seus hosts, para garantir que as coisas corram bem por lá. Além disso, é preciso levar as crianças em consideração e escolher os hosts certos para elas também.

Pessoalmente, nós preferimos hosts em áreas não tão remotas.

E por último: ser voluntário é melhor do que ser um turista!

Mas essa é a nossa experiência. Cada família é diferente”.

Saiba mais sobre o que é e como planejar uma viagem de work exchange no blog Por Uma Vida Mais Rica, da expert no assunto, Amanda Barbosa.

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