Fort Myers e Sanibel têm golfinhos livres e santuário de aligátores
Fuga de Miami e Orlando leva a esse destino à beira do Golfo do México, na Flórida
Sabe aquela escapada na Flórida para curtir praias e ilhas paradisíacas cheias de golfinhos, ao estender sua viagem de Orlando e Miami? O destino é Fort Myers e as ilhas Sanibel e Captiva, no Golfo do México.
A cidade, que é a porta de entrada para o sudoeste do Estado, fica em uma região cheia de praias lindas e áreas protegidas. Muitas com golfinhos.
Sanibel e Captiva, duas pequenas ilhas conectadas a Fort Myers, são verdadeiros paraísos que abrigam animais em seu habitat.
Elas estão ligadas ao continente pela ponte Sanibel Causeway, que, por si, já vale a road trip até o destino.
Debaixo da Sanibel Causeway, quando em terra, já várias praias lindas onde se pode parar com o carro para curtir.
Ao passar a ponte você chega a Sanibel, a ilha maior. Continuando pela estrada que corta a ilha, uma outra ponte menor leva a Captiva, ilhota com 27,2 km² entre terra e mar, com apenas uma rua principal.
Trata-se de um dos lugares sensacionais da Flórida para ver animais selvagens livres, como golfinhos, tubarões, manatees (nosso peixe-boi) pelicanos, tartarugas e o temido aligátor, o jacaré americano.
Como se organizar
Destaco três passeios essenciais a quem vai ao destino. São eles o museu de Edison e Ford, em Fort Myers, cruzeiros para ver golfinhos partindo de Captiva e a reserva natural em Sanibel.
E, claro, no meio do caminho, programe paradas estratégicas nas praias e restaurantes sensacionai. Preparei um roteiro de lugares com pratos veganos e vegetarianos para usar quando estiver pelo destino.
Para os corajosos, dá até para remar em um caiaque no meio de aligátores, jacarés gigantes que chegam a 400 kg. “Não fazem nada”, garantem os guias.
Não posso deixar de falar do pôr-do-sol, um espetáculo à parte na Flórida em geral. Reserve seus fins de tarde para curtir o momento nas praias, piers e bares.
Sanibel: caiaque com aligátores
A visita à reserva natural de animais selvagens em Sanibel, J.N. Ding Darling National Wildlife Refuge, é gratuita. Lá é possível ver os jacarés americanos livres no mangrove.
A reserva faz parte do maior ecossistema de manguezais dos Estados Unidos. A visita pode ser feita de bike alugada, a pé ou com o ônibus da reserva, agendado no centro de visitantes.
Os jacarés que moram lá podem chegar a medir 3 metros e a pesar 400 kg. Gera uma certa contradição ao passear pela reserva, pois ao mesmo tempo que você quer muito vê-los, morre de medo de que eles realmente cruzem o seu caminho.
Passe a seta para conhecer como é um dos principais habitats naturais dos aligators na Flórida.
Áreas de proteção não nascem sozinhas. Para que o lugar onde está o J.N. Ding Darling National Wildlife Refuge, fosse preservado, foi preciso uma luta.
E o cartunista Jay Norwood Darling (1876-1962) lutou pela causa. Na época, conseguiu que o local, com terrenos então em alta no mercado imobiliário, fosse protegido pelo governo.
Em 1945, o presidente Truman criou a reserva de fato e, assim, ficaram intactos o mangue e a mata.
Hoje, o refúgio ajuda a protejer espécies ameaçadas e é habitat de inúmeros animais selvagens de Sanibel, com jacarés, tartarugas, golfinhos e mais de 245 tipos de aves.
É bem possível que no caminho tope com algum jacaré atravessando a estrada ou saindo do mangue. Mas jamais se aproxime, toque ou alimente o bicho.
A multa para quem o alimenta custa 500 dólares.
Ao lado da área da reserva é possível fazer caiaque no mangrouve e até remar ao lado de jacarés. Você iria? O passeio pago é operado por uma empresa terceirizada.
De acordo com os instrutores, é tranquilo e os animais ficam na deles enquanto você passa com o caiaque. Beleza, mas preferi ficar só no passeio de bicicleta.
Aluguei uma bike na ilha por 8 dólares, a cada duas horas. O trecho mais curto dentro do parque pode ser feito em uma hora, com paradas estratégicas para fotos.
Mas não pense que dá para fazer a ilha toda de Sanibel bike. Dá para fazer um trecho, e escolhi o do parque.
O resto, fiz de Uber, mas, como indico abaixo, o melhor mesmo é estar com um carro alugado nesta viagem.
Outro ponto imperdível em Sanibel é o farol antigo, que data do final do século 19.
Quando cheguei ao pier, consegui ver pelicanos e até um tubarão-martelo, nadando bem pertinho.
Passe a seta do post abaixo para ver o lugar e o mapa dessa ponta da ilha.
Fort Myers: museu Edison e Ford
Ser conhecido apenas como inventor da lâmpada elétrica seria uma injustiça com o gênio Thomas Edison (1847-1931), um dos moradores mais ilustres de Fort Myers.
O inventor patenteou mais de mil invenções, muitas que hoje evoluíram e fazem parte do nosso cotidiano.
Entre elas, está o fonógrafo, primeiro toca-discos do mundo, microfone, cinematógrafo – a primeira câmera de filmar.
Aperfeiçoou o telefone e, depois da lâmpada, criou a Edison General Electric, em 1888, que anos após virou a empresa GE, General Electric.
O museu e antigas as mansões hoje são parte do complexo The Edison and Ford Winter Estates, um passeio pela história de Fort Myers. O tour completo custa US$ 30.
Ele chegou a Fort Myers em 1885, quando comprou sua mansão em terreno milionário na cidade, de frente para o rio Caloosahatchee.
No museu é possível ver peças originais de Edison e carros criados por Ford. Um pequeno laboratório infantil tem atividades para crianças se divertirem com descobertas da ciência.
A mansão de 1906 também pode ser visitada. Em 1947, Mina, a mulher de Edison, doou a propriedade à cidade de Fort Myers.
Fã e amigo de Edison, Henry Ford, o inventor de carros, virou vizinho dele.
Você pode visitar também a casa do empresário e ver de perto os primeiros projetos de carros de Ford, entre eles, um protótipo de madeira. O carro chegava ao comprador dentro de uma caixa para ser montado.
Há outros museus em Fort Myers, como o Southwest Florida Museum of History que conta a história local desde os dinossauros e a evolução pelo tempo.
Vamos catar conchinhas?
Quando me disseram, achei bobagem. Mas ao pisar na praia e ver a quantidade e variedade, peguei minha primeira concha colorida. Apaixonei e não parei mais.
Há até um nome para a atividade: shelling, que deriva de shell, concha em inglês.
Catar conchinhas é coisa séria e muito divertida nesta parte da Flórida. E as praias são tão preservadas que você encontra conchas enormes e coloridas.
Além disso a maré colabora com a diversidade de tamanhos e cores e sempre revela novas conchas, graças às correntes do Caribe.
Mas não pense que pode pegar qualquer concha. Se estiver ainda com o animal vivo, não mexa. Há multa para quem retira a iguaria que não está vazia da praia.
O melhor momento para procurar conchinhas é pela manhã, com a maré baixa. É possível encontrar exemplares raros, com manchas e cores que só se vê por lá.
As praias das ilhas de Sanibel e Captiva são as campeãs de modelos diferentes. Reserve um tempo para isso. Alguns resorts até tem um lugar para você limpar as iguarias que achou na praia.
Há ainda um museu em Sanibel, Bailey-Matthews National Shell Museum. Lá estão coleções incríveis de conchas que permitem você identificar os tipos que, por ventura, tenha achado.
Captiva: Golfinhos, aos montes!
Vê-los livres é a única forma de observação desses animais sem colaborar com a crueldade do cativeiro.
Desista de parques que os aprisionam e os forçam a “beijar” turistas. Opte por esses passeios nos quais os animais escolhem chegar perto de você.
E são apaixonantes, brincam e saltam nadando ao lado de barcos e até de caiaques.
Há muitos cruzeiros para ver golfinhos no oceano, no Golfo do México, e os barcos saem dos 3 lugares: Fort Myers, Sanibel e Captiva. Escolhi nesta última ilha.
Na ilha de Captiva, você topa com montes deles, em famílias. Cheguei a ver cinco de uma vez nadando ao lado do barco.
É emocionante vê-los brincar, dá um play no vídeo do Facebook Lado B Viagem.
O cruzeiro feito pela Captiva Cruises é acompanhado por guias voluntários da Sanibel Captiva Conservation Foundation, uma organização sem fins lucrativos dedicada à conservação aquática.
Os guias narram curiosidades sobre esses animais. Custa $27.50 mais taxas.
Além dos golfinhos, pode-se ver pelicanos, águias-pescadoras e muitas aves.
Onde ficar
A rede hoteleira de Fort Myers e das ilhas é imensa. Mas se pretende ficar nas ilhas de Sanibel e Captiva, reserve com antecedência.
Elas são pequenas, e os resorts, muitos bem luxuosos, costumam lotar facilmente.
Em Fort Myers, fiquei em um resort beira-mar que se revelou excelente opção para quem viaja em família, o Pink Shell Baach Resort & Marina.
A localização é excelente, com vista para o Golfo do México, próximo do centro e das pontes. Mas não dá para ir a pé, tudo no destino precisa de carro.
Crianças vão amar a piscina central com brinquedões aquáticos.
O resort tem três restaurantes, atividades o dia todo, como aulas de ioga, ginástica, caiaques e stand up paddle para alugar.
Reserve um dia para o pôr-do-sol na praia do local, em Fort Myers Beach.
Inclui também o serviço de concierge, que foi excelente e me ajudou muito a programar meus dias no destino.
Na praia, dispõe de espreguiçadeiras e toalhas, para facilidade do hóspede. O café da manhã normalmente não está incluso e é servido em bufett.
Em caráter de cortesia, na minha reserva havia café da manhã para todos os dias, e a refeição é bem completa, com frutas frescas e ovos feitos na hora.
Como chegar e se locomover
Alugue carro, pois todos os passeios precisam de transporte no destino. Essa é a melhor maneira de se locomover do continente às ilhas e acessar todos os lugares facilmente.
Fiz o roteiro todo de Uber, e, apesar de funcionar em todos os lugares, foi a opção mais cara para passear pelo destino.
Para chegar, pode vir de carro de Orlando ou Miami, 3h30 e 2h30 respectivamente de estrada, ou chegar via aeroporto.
O aeroporto internacional de Fort Myers é muito bem conectado e não vai ser difícil encaixar um voo para lá.