Gêiser del Tátio é atração imperdível no deserto do Atacama

A água fervendo que sai do interior da terra explode de tempos em tempos, alternando com colunas de fumaça com cheiro de enxofre. A paisagem composta por cerca de 80 gêiseres é incrível e, vista às 6h, vai ficando cada vez mais bonita à medida em que o sol começa a nascer.

O passeio do Gêiser del Tátio é um dos mais bonitos e marcantes do Deserto do Atacama, por isso, se você está planejando uma viagem para lá, eu recomendo que não deixe essa atração de lado. Apesar do esforço de acordar super cedo, sentir os efeitos do mal de altitude e passar um frio do cão, a paisagem e a experiência de todo o tour (que não se restringe só aos gêiseres) é muito diferente do que estamos acostumados a ver, por isso chama a atenção.

Para chegar até lá, a van nos buscou às 4h no hostel (isso mesmo, 4 da manhã!) e fez uma viagem de 2 horas montanha acima. Por causa da altitude –cerca de 4.200 metros acima do nível do mar– é comum sentir falta de ar, tontura e ânsia. A minha experiência não foi das mais agradáveis: logo que chegamos, comecei a sentir muita falta de ar e meu corpo começou a formigar, acho que minha pressão tinha caído. Descemos da van e fui ao banheiro passar uma água no rosto e tentar fazer qualquer coisa que pudesse ajudar, mas estava difícil…

Logo que voltei para van e o Ulisses perguntou se eu estava bem, um casal de suíços percebeu o meu estado e me emprestou um spray de oxigênio que levavam na bolsa para evitar esse tipo de mal-estar. Eles me deram também um chiclete, que segundo eles ajudava a controlar os batimentos cardíacos, que me ajudou muito (viva a tecnologia suíça!) e eu voltei ao normal.

Ainda com céu escuro, chegamos ao ponto onde ficam os gêiseres e começamos a andar entre os jatos de água quente que saíam da terra. De tempos em tempos, um novo jato explodia no centro de um dos círculos de pedra marcados no chão e nós logo corríamos para ver e aproveitar o vapor quentinho (mas fedorento) que saía dele. Com os primeiros raios de sol os guias já começaram a montar um café da manhã super gostoso para gente. Entre pães, bolos e bolachinhas, eles serviram um café com leite quentinho que caiu muito bem. Ah… e tinha até ovo cozido no vapor dos gêiseres.

Quando o sol começou a iluminar as montanhas, o frio ficou mais intenso e tornou-se quase insuportável! Nesta hora, voltamos à van e seguimos para uma piscina natural de água aquecida que brotava da terra. Não sei se o problema é que não estamos tão acostumados com frio ou aqueles gringos que eram malucos… mas enquanto eu e o Ulisses batíamos os dentes com os 10 (ou mais) graus negativos, os suíços, alemães, ingleses, chilenos, argentinos e outros gringos acostumados com neve, estavam lá se divertindo de biquíni dentro d’água! Imagina na hora de sair?

Carne de lhama

Seguimos com a van para a próxima parada do passeio: um vilarejo super pequenininho e com casinhas bem típicas da região, onde é possível comprar alguns suvenires e, finalmente, experimentar a tão esperada carne de lhama. Confesso que no começo fiquei um pouco em dúvida, mas como não sabia se teria essa oportunidade outra vez na vida, mandei ver. O espetinho preparado em uma churrasqueira portátil é uma delícia. A carne é super macia, estava muito bem temperada e é muito saborosa também. Lembra a de vaca, só que mais forte.

Ainda no caminho de volta a San Pedro do Atacama, paramos para tirar foto em um lugar que para mim ficou entre as top 3 de toda a viagem. Já usei essa foto várias vezes aqui no blog, mas não canso de olhar.. Não sei se é por isso ou por causa da imaginação fértil, mas sempre enxergo o mapa mundi no desenho que a vegetação formou. Não parece?

Serviço

Quanto: 19.000 pesos chilenos (R$ 95) por pessoa
Duranção: das 4h às 12h. Como chegamos cedo à San Pedro, deu tempo de almoçar, dormir um pouquinho e fazer o passeio da Laguna Cejar, que sai do centrinho às 16h

Por Ligia Antoniazzi, do blog Vamos Fugir

Texto originalmente publicado no Blog Vamos Fugir. Também estamos nas redes sociais (Facebook, Youtube e Twitter).