Guia completo para visitar Iporanga, a ‘capital das cavernas’

Cidade do Vale do Ribeira abria o Petar, parque com mais de 300 cavernas catalogadas

28/11/2024 05:48

Iporanga, conhecida como a “Capital das Cavernas”, é um destino fascinante no coração do Vale do Ribeira, no sul do estado de São Paulo, que encanta os amantes de ecoturismo e aventura.

Localizada em uma das regiões com maior concentração de cavernas do Brasil, a cidade abriga o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar), conhecido por suas mais de 300 cavernas catalogadas, repletas de formações rochosas impressionantes, rios subterrâneos e paisagens deslumbrantes.

Caverna Temimina, que faz parte do Petar, em Iporanga
Caverna Temimina, que faz parte do Petar, em Iporanga - C. R. Malaquias/Wikimedia Commons

Além das cavernas, Iporanga oferece trilhas exuberantes em meio à Mata Atlântica preservada, rica em biodiversidade, e a oportunidade de vivenciar uma conexão única com a natureza. Ideal para quem busca adrenalina, como rapel e boia-cross, ou simplesmente deseja contemplar um dos cenários mais incríveis do país.

Iporanga, destino de aventura

Na última década, Iporanga se tornou um dos destinos mais procurados pelos turistas que buscam aventura e natureza.

Paraíso escondido entre vales e serras, a visita ao destino também pode incluir o contato com comunidades tradicionais e quilombolas que habitam a região.

Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar) abrange os municípios de Iporanga e Apiaí, no Vale do Ribeira
Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar) abrange os municípios de Iporanga e Apiaí, no Vale do Ribeira - Divulgação

Às margens do rio Ribeira de Iguape e da foz do Ribeirão Iporanga, o município –que em do tupi ignifica “água bonita”– integra a região turística Cavernas da Mata Atlântica e oferece pousadas para todos os perfis de turistas, incluindo famílias, casais e grupos de viajantes.

Melhor época para visitar Iporanga

A melhor época para visitar o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR) depende do tipo de experiência que você busca.

Entre abril e setembro, durante a estação seca, o acesso às cavernas e trilhas é mais fácil, pois os rios estão com níveis mais baixos, garantindo segurança e melhores condições para explorar as grutas.

Interior da Caverna da Água Suja, em Iporanga
Interior da Caverna da Água Suja, em Iporanga - Divulgação/Alesp

Já na temporada de chuvas, entre outubro e março, a vegetação fica mais exuberante e as cachoeiras mais volumosas, mas algumas cavernas podem ter acesso restrito devido ao aumento do nível dos rios.

Entre as cavernas imperdíveis no Petar estão:

Caverna de Santana: Uma das mais visitadas do Petar, destaca-se por suas incríveis formações de estalactites e estalagmites.

Caverna do Morro Preto: Combina uma trilha até a entrada com um salão interno impressionante.

Caverna Água Suja: Requer mais preparo físico, mas recompensa os visitantes com um rio interno cristalino e formações deslumbrantes.

Caverna Temimina: Famosa por suas claraboias naturais, que criam um espetáculo de luz e sombra no interior.

Independentemente da época, é fundamental visitar com guias credenciados para garantir a segurança e a preservação das cavernas.

O Petar

Para facilitar as visitações às cavernas, o Petar foi dividido em quatro núcleos distintos: Santana, Caboclos, Casa de Pedra e Ouro Grosso. 

O núcleo Santana, bairro da Serra, é o principal núcleo de visitação do Petar. Localiza-se no vale do rio Betari, uma das paisagens mais notáveis da região e oferece diferentes roteiros de visitação tais como as caverna de Santana e Água Suja, a trilha do Betari e a do Morro-Preto Couto.

Próximo à entrada do núcleo encontra-se um quiosque de onde se iniciam as trilhas que levam às cavernas distantes. Dispõe de área para camping, com sanitários, lavanderia e ambulatório.

No bairro da Serra, distante 14 quilômetros do centro, também fica a maioria das pousadas.

Entrada da Caverna do Diabo, no Vale do Ribeira
Entrada da Caverna do Diabo, no Vale do Ribeira - Luan Alves Chaves/Wikimedia Commons

A sede do núcleo Ouro Grosso também fica no bairro da Serra e tem como principal atrativo a Caverna Ouro Grosso, um grande abismo composto por cachoeiras e piscinas, um dos mais verticais da região.

Próxima à entrada desta caverna está uma gigantesca figueira com raízes tão grandes que se pode passar por entre elas de pé. O rio Betari também faz parte do cenário deste núcleo, que conta com um centro de educação ambiental para o desenvolvimento de atividades junto à comunidade local, possuindo um pequeno museu com utensílios tradicionais da região.

Entrada da Caverna do Couto, no Petar
Entrada da Caverna do Couto, no Petar - Divulgação/Setur-Iporanga

Localizado na parte alta do parque, o núcleo Caboclos é o que possui menor infraestrutura. Além disso, há poucas cavernas próximas ao núcleo, sendo que as trilhas para a maioria delas são longas e extenuantes, explicando por que este é o núcleo menos visitado.

Mas essa falta de estrutura é muito bem compensada com lindas cavernas, paisagens muito bem preservadas além de se ter a verdadeira sensação de estar isolado da civilização. Neste núcleo estão situadas a Pedra do Chapéu e várias trilhas como a do Mirante e a Sete Reis, que conduzem às cavernas do Chapéu, Aranhas, Água Sumida, Arataca, Pescaria, Desmoronada, Teminina, entre outras.

Casa de Pedra é a caverna com o maior pórtico do mundo, são cerca de 215 metros de altura
Casa de Pedra é a caverna com o maior pórtico do mundo, são cerca de 215 metros de altura - Divulgação/Setur-Iporanga

O núcleo Casa de Pedra conta com uma base de fiscalização e controle turístico. Seguindo por uma bela trilha que margeia o rio Maximiniano e, depois de uma longa caminhada, chega-se à caverna Casa de Pedra, que tem um dos maiores pórticos de entrada do mundo (215 metros de altura), possuí cerca de sete quilômetros de extensão, com salões magníficos e conta também com cânions e abismos de grandes proporções.

Durante a trilha é possível encontrar exemplares típicos da Mata Atlântica, como figueiras, bromélias, paus-brasil e perobas.

Ao lado do Petar está o Parque Estadual Caverna do Diabo, que acrescenta riquíssima biodiversidade, sítios arqueológicos e históricos.

Como chegar

Para quem está em São Paulo, o acesso é pela Rodovia Régis Bittencourt (BR-116) até a saída 475. Depois, seguir pela Rodovia José Edgar Carneiro dos Santos (SP-193) e pela Rodovia Benedito Pascoal de França (SP-165).