Hotéis de luxo revitalizam prédios históricos na Europa

Sinônimo de tradição e cultura, não à toa a Europa é conhecida como “Velho Mundo” –por lá, há um monumento a cada esquina e prédios históricos por todos os lados, onde hoje funcionam museus e até bares. Os hotéis, claro, não ficam de fora, e convidam turistas de todas as partes do mundo a dormir em prédios icônicos e sentir-se parte da história.

Construções como uma mansão no litoral de Portugal, um prédio industrial dos anos 30 em Paris e uma residência aristocrática em Florença, restauradas e transformadas em hotéis luxuosos, são exemplos de hospedagens em que a arquitetura e o design são as principais atrações. 

Em Cascais, e a apenas 35 minutos de Lisboa, está localizado o Farol Hotel, que funciona em uma mansão construída no final de 1880 a pedido dos Viscondes de Cabral. Com uma localização privilegiada ao lado do Farol de Santa Marta, já recebeu visitas ilustres como o rei D. Carlos e a rainha D. Amélia. Em 2002, com a intervenção do arquiteto Carlos Dias, o local foi transformado em um emblemático hotel boutique e se tornou membro da cadeia Design Hotels. O prédio é exemplo da arquitetura minimalista: a parede de vidro com vista para o Oceano Atlântico, em conjunto com o contraste do preto e do branco, as cores predominantes do projeto de interiores, quebram o estilo clássico e dão um toque contemporâneo ao hotel. 

Interior do bar e restaurante do hotel Le Cinq Codet, em Paris[/img]

O edifício sisudo, portanto, deu lugar ao luxuoso “hotel design”, conceito que preza por uma atmosfera residencial e aconchegante. No centro do hotel, o pátio interno é um refúgio da vida agitada de Paris: com vegetação exuberante, o local convida ao descanso. Para isso, há espreguiçadeiras, sofás circulares e mesas à sombra. 

Decorado com mais de 400 obras de renomados artistas –entre pinturas, esculturas e fotografias–, o Le Cinq Codet conta com 67 apartamentos, dispostos em 29 layouts diferentes. A paleta de cores – carvalho natural, cru e branco – destaca a luminosidade natural dos janelões da fachada, que contrasta com as referências industriais trazidas pelos painéis assinados pela artista gráfica Béatrice Grandjean. 

Nas suítes, que ficam na cobertura do hotel, o charme fica por conta dos terraços panorâmicos, de onde se pode avistar a Torre Eiffel, o Museu Rodin e o Domo des Invalides, sob o qual Napoleão foi enterrado. Ainda com o objetivo de reforçar a sensação de aconchego e familiaridade, estas acomodações contam com paredes corrediças que permitem integrar todos os cômodos, resultando em uma espécie de loft –sempre decoradas com muitas peças de arte e design. Já nos apartamentos duplex a luz natural flui por todo o ambiente e o mobiliário, assinado por Nuel, divide espaço com quadros de fotos em preto e branco, criando um ambiente residencial, mas com muito luxo. 

Por fim, interessados em história irão se encantar com o hotel

Villa Cora, inaugurado quando Florença ainda era a capital do Reino da Itália. Já hospedou personalidades célebres, como a princesa Eugénie, esposa de Napoleão III, o compositor russo Tchaikovsky e o músico e compositor francês Debussy. 

Próximo ao centro histórico da cidade, o hotel é formado por três construções distintas, hoje restauradas nos mínimos detalhes: a mansão principal, com 30 quartos decorados em diferentes estilos, inspirados nas personalidades que ali se hospedaram; o antigo estábulo, hoje revitalizado, que abriga 14 apartamentos temáticos sobre a burguesia do final do século 19, retratada na decoração e pintura do teto; e a La Follie, a última das três estruturas, que conta com apenas dois quartos privativos, ideal para quem busca uma hospedagem tranquila. 

Na área externa, mais de 130 espécies de rosas espalham-se pelos jardins do hotel. Ali também ficam a piscina aquecida, em meio às altas árvores do parque, e o grande terraço panorâmico, com 500 m², que tem vista privilegiada da cidade e do Duomo de Florença.