Inciativas revelam lado turístico da Baía de Guanabara

Região tem atrações e paisagens pouco conhecidas até mesmo pelos cariocas

A Baía de Guanabara, um dos principais cartões postais do Rio de Janeiro, pode oferecer experiências de intensa conexão com a natureza, com atrações e paisagens pouco conhecidas até mesmo pelos cariocas.

Formada por uma importante bacia hidrográfica que abraça parte do famoso espelho d’água que envolve o Pão de Açúcar e abrange 17 municípios, a Baía de Guanabara possui áreas naturais bem preservadas, com florestas, manguezais, restingas, além de fauna e flora representativas da Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados no Brasil.

Trilhas ecológicas em áreas remanescentes da Mata Atlântica são atração na região da Baía de Guanabara
Créditos: Divulgação/Fundação Grupo Boticário
Trilhas ecológicas em áreas remanescentes da Mata Atlântica são atração na região da Baía de Guanabara

A região possui 117 Unidades de Conservação (UC), que garantem a preservação da biodiversidade na Mata Atlântica e na região costeiro-marinha, além de oferecer serviços ecossistêmicos essenciais, como o fornecimento de água, a polinização e a adaptação às mudanças climáticas.

Potencial turístico da Baía de Guanabara

Para fortalecer negócios de impacto socioambiental e o potencial turístico na região, a Fundação Grupo Boticário, o Instituto humanize e o IDG – Instituto de Desenvolvimento e Gestão lançaram, em dezembro passado, o Fundo Viva Água, um fundo filantrópico para impulsionar as ações do movimento e fortalecer o ecossistema de negócios de impacto socioambiental

“Além da importância ecológica para a vida de mais de 11 milhões de pessoas, a Baía de Guanabara é um local importantíssimo do ponto de vista histórico, social e cultural, de grande valor para o país”, afirma Thiago Valente, gerente de Projetos da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

Conheça alguns exemplos de empreendimentos de turismo sustentável na Baía de Guanabara:

Reserva Ecológica de Guapiaçu

A Reserva Ecológica de Guapiaçu (Regua), área particular localizada em Cachoeiras de Macacu, é um exemplo de como a restauração ecológica pode transformar positivamente um território. Os proprietários da reserva recuperaram uma antiga fazenda degradada a partir do plantio de mais de 600 mil árvores, que ocupam uma área de mais de 400 hectares de Mata Atlântica.

Cachoeira na Reserva Ecológica de Guapiaçu
Créditos: Divulgação
Cachoeira na Reserva Ecológica de Guapiaçu

O local protege nascentes do rio Guapiaçu, que deságua na Baía de Guanabara, e também abriga um projeto piloto de reintrodução de antas na região, animal que havia sido extinto do local há mais de 30 anos.

A Regua oferece um ecolodge – formato de hospedagem próxima da natureza – com 10 suítes. Também oferece um roteiro de birdwathcing, que é a observação de aves a partir da imersão na floresta com o objetivo de contemplação e registros fotográficos.

Reserva Ecovila El Nagual

A proposta da reserva é ajudar pessoas a encontrar soluções para mudanças de hábitos, sensibilizando e abrindo novos horizontes para uma vida mais sustentável e conectada à natureza.

Riacha na Reserva Ecovila El Nagual
Créditos: Divulgação
Riacha na Reserva Ecovila El Nagual

Localizada em uma reserva particular de 17 hectares, em Santo Aleixo, distrito de Magé, a El Nagual promove diversas atividades e eventos –como cursos, encontros e workshops-– que trabalham temáticas como sustentabilidade, bem-estar, permacultura, turismo ecológico, educação ambiental e arte.

Vizinha ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos, funciona ainda como propriedade modelo funcional, desenvolvendo cursos experimentais e visitações guiadas, além da oferta de hospedagem e alimentação.

Caminhos do Manguezal

A Cooperativa Manguezal Fluminense trabalha com turismo de base comunitária na Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim e na Estação Ecológica da Guanabara, primeira unidade de conservação no Brasil criada para a proteção de manguezais.

Estação Ecológica da Baía de Guanabara, ou o ‘Pantanal Fluminense’
Créditos: Reprodução/TV Globo
Estação Ecológica da Baía de Guanabara, ou o ‘Pantanal Fluminense’

Entre os serviços oferecidos aos visitantes estão passeios de caiaque, produtos artesanais, visitas e vivências com embarcação motorizada guiada na Baía de Guanabara, além de hospedagem, camping, gastronomia e plantio de mudas de árvores nativas do mangue.

Por meio do projeto Caminhos do Manguezal, a cooperativa promove alternativas de trabalho e melhoria de qualidade de vida para os cooperados, além de dar voz aos moradores da região, legítimos caiçaras.

Remando no Manguezal

Realizado na Praia da Piedade, em Magé, o Remando no Manguezal alia a pesca sustentável e artesanal ao turismo ecológico, com os objetivos de preservar o ecossistema e gerar renda para os moradores da localidade.

Desde 2019, o Remando no Manguezal promove passeios turísticos de caiaques e pequenos barcos pela área do manguezal com o objetivo de despertar a consciência ambiental dos visitantes.

GuapimirimTur

A GuapimirimTur promove experiências de visitação em áreas naturais entre a Serra dos Órgãos e a Baía de Guanabara, com foco em turismo de base comunitária, valorização da história local, educação ambiental e geração de renda.

A experiência turística é enriquecida com rotas que envolvem produtores rurais e artesãos, agregando valor aos produtos da cidade.

Presenthe

A empresa promove a proteção dos patrimônios naturais e culturais das cidades de Magé e Guapimirim unindo contato com natureza, esportes e desafios ao ar livre.

https://www.instagram.com/presentheoficial/

A Presenthe oferece diversas atividades turísticas e esportivas, como caminhadas, trilhas e voo livre.

Trilha Caminho do Recôncavo da Guanabara

O projeto busca fomentar a economia local baseada na regeneração da biodiversidade e na restauração florestal por meio da criação de uma trilha de ecoturismo de longa distância e de base comunitária na região da “Baixada Verde”.

O trajeto projetado de Duque de Caxias até Cachoeiras de Macacu, com mais de 100 km, passará por unidades de conservação e pretende incentivar a restauração florestal, a biodiversidade e o desenvolvimento de cadeias produtivas agroecológicas.

Proposta pelo Instituto Sinal do Vale, a trilha permitirá contato com espécies da fauna e da flora que perduraram na região apesar dos diversos ciclos econômicos que impactaram o território.