Inciativas revelam lado turístico da Baía de Guanabara

Região tem atrações e paisagens pouco conhecidas até mesmo pelos cariocas

06/05/2023 08:30

A Baía de Guanabara, um dos principais cartões postais do Rio de Janeiro, pode oferecer experiências de intensa conexão com a natureza, com atrações e paisagens pouco conhecidas até mesmo pelos cariocas.

Formada por uma importante bacia hidrográfica que abraça parte do famoso espelho d’água que envolve o Pão de Açúcar e abrange 17 municípios, a Baía de Guanabara possui áreas naturais bem preservadas, com florestas, manguezais, restingas, além de fauna e flora representativas da Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados no Brasil.

Trilhas ecológicas em áreas remanescentes da Mata Atlântica são atração na região da Baía de Guanabara
Trilhas ecológicas em áreas remanescentes da Mata Atlântica são atração na região da Baía de Guanabara - Divulgação/Fundação Grupo Boticário

A região possui 117 Unidades de Conservação (UC), que garantem a preservação da biodiversidade na Mata Atlântica e na região costeiro-marinha, além de oferecer serviços ecossistêmicos essenciais, como o fornecimento de água, a polinização e a adaptação às mudanças climáticas.

Potencial turístico da Baía de Guanabara

Para fortalecer negócios de impacto socioambiental e o potencial turístico na região, a Fundação Grupo Boticário, o Instituto humanize e o IDG – Instituto de Desenvolvimento e Gestão lançaram, em dezembro passado, o Fundo Viva Água, um fundo filantrópico para impulsionar as ações do movimento e fortalecer o ecossistema de negócios de impacto socioambiental

“Além da importância ecológica para a vida de mais de 11 milhões de pessoas, a Baía de Guanabara é um local importantíssimo do ponto de vista histórico, social e cultural, de grande valor para o país”, afirma Thiago Valente, gerente de Projetos da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

Conheça alguns exemplos de empreendimentos de turismo sustentável na Baía de Guanabara:

Reserva Ecológica de Guapiaçu

A Reserva Ecológica de Guapiaçu (Regua), área particular localizada em Cachoeiras de Macacu, é um exemplo de como a restauração ecológica pode transformar positivamente um território. Os proprietários da reserva recuperaram uma antiga fazenda degradada a partir do plantio de mais de 600 mil árvores, que ocupam uma área de mais de 400 hectares de Mata Atlântica.

Cachoeira na Reserva Ecológica de Guapiaçu
Cachoeira na Reserva Ecológica de Guapiaçu - Divulgação

O local protege nascentes do rio Guapiaçu, que deságua na Baía de Guanabara, e também abriga um projeto piloto de reintrodução de antas na região, animal que havia sido extinto do local há mais de 30 anos.

A Regua oferece um ecolodge – formato de hospedagem próxima da natureza – com 10 suítes. Também oferece um roteiro de birdwathcing, que é a observação de aves a partir da imersão na floresta com o objetivo de contemplação e registros fotográficos.

Reserva Ecovila El Nagual

A proposta da reserva é ajudar pessoas a encontrar soluções para mudanças de hábitos, sensibilizando e abrindo novos horizontes para uma vida mais sustentável e conectada à natureza.

Riacha na Reserva Ecovila El Nagual
Riacha na Reserva Ecovila El Nagual - Divulgação

Localizada em uma reserva particular de 17 hectares, em Santo Aleixo, distrito de Magé, a El Nagual promove diversas atividades e eventos –como cursos, encontros e workshops-– que trabalham temáticas como sustentabilidade, bem-estar, permacultura, turismo ecológico, educação ambiental e arte.

Vizinha ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos, funciona ainda como propriedade modelo funcional, desenvolvendo cursos experimentais e visitações guiadas, além da oferta de hospedagem e alimentação.

Caminhos do Manguezal

A Cooperativa Manguezal Fluminense trabalha com turismo de base comunitária na Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim e na Estação Ecológica da Guanabara, primeira unidade de conservação no Brasil criada para a proteção de manguezais.

Estação Ecológica da Baía de Guanabara, ou o ‘Pantanal Fluminense’
Estação Ecológica da Baía de Guanabara, ou o ‘Pantanal Fluminense’ - Reprodução/TV Globo

Entre os serviços oferecidos aos visitantes estão passeios de caiaque, produtos artesanais, visitas e vivências com embarcação motorizada guiada na Baía de Guanabara, além de hospedagem, camping, gastronomia e plantio de mudas de árvores nativas do mangue.

Por meio do projeto Caminhos do Manguezal, a cooperativa promove alternativas de trabalho e melhoria de qualidade de vida para os cooperados, além de dar voz aos moradores da região, legítimos caiçaras.

Remando no Manguezal

Realizado na Praia da Piedade, em Magé, o Remando no Manguezal alia a pesca sustentável e artesanal ao turismo ecológico, com os objetivos de preservar o ecossistema e gerar renda para os moradores da localidade.

Desde 2019, o Remando no Manguezal promove passeios turísticos de caiaques e pequenos barcos pela área do manguezal com o objetivo de despertar a consciência ambiental dos visitantes.

GuapimirimTur

A GuapimirimTur promove experiências de visitação em áreas naturais entre a Serra dos Órgãos e a Baía de Guanabara, com foco em turismo de base comunitária, valorização da história local, educação ambiental e geração de renda.

A experiência turística é enriquecida com rotas que envolvem produtores rurais e artesãos, agregando valor aos produtos da cidade.

Presenthe

A empresa promove a proteção dos patrimônios naturais e culturais das cidades de Magé e Guapimirim unindo contato com natureza, esportes e desafios ao ar livre.

https://www.instagram.com/presentheoficial/

A Presenthe oferece diversas atividades turísticas e esportivas, como caminhadas, trilhas e voo livre.

Trilha Caminho do Recôncavo da Guanabara

O projeto busca fomentar a economia local baseada na regeneração da biodiversidade e na restauração florestal por meio da criação de uma trilha de ecoturismo de longa distância e de base comunitária na região da “Baixada Verde”.

O trajeto projetado de Duque de Caxias até Cachoeiras de Macacu, com mais de 100 km, passará por unidades de conservação e pretende incentivar a restauração florestal, a biodiversidade e o desenvolvimento de cadeias produtivas agroecológicas.

Proposta pelo Instituto Sinal do Vale, a trilha permitirá contato com espécies da fauna e da flora que perduraram na região apesar dos diversos ciclos econômicos que impactaram o território.