Intercâmbio no Marrocos, uma viagem que você precisa fazer
Mesmo para um viajante experiente, o programa acabou sendo muito marcante
Eu tinha 18 anos quando falava em conhecer o mundo e morar em outros países. Demorou alguns anos até conseguir reunir condições de fazer um intercâmbio no exterior, mas quando finalmente recebi aquele primeiro carimbo no passaporte, não parei mais.
Depois dessa experiência, fiz outros intercâmbios e nos anos seguintes viajei de diferentes formas e por vários países: seja a turismo, a estudo e até a trabalho, como tripulante de navios cruzeiros. Com os anos passei a buscar novas formas de viajar e assim construir diferentes experiências ao redor do mundo.
Foi nessa busca por uma nova bagagem de vida que descobri o Worldpackers, um dos principais sites de volunturismo e experiências colaborativas de viagem do mundo. Através da plataforma, viajantes podem se cadastrar para oferecer suas habilidades e algumas horas do seu dia em troca de acomodação e, em muitos casos, alimentação, e assim visitar vários países sem gastar com hospedagem. Vi que o Worldpackers poderia proporcionar exatamente o que eu queria: uma experiência nova e profunda em um outro país por um período maior, para conhecer seu povo e sua cultura mais a fundo.
Após definir o país que queria conhecer e analisar as possibilidades no Worldpackers, escolhi aplicar para uma experiência em um hostel no Marrocos, norte da África. Rapidamente fui aceito e com poucos dias já estava comprando minha passagem para Marrakech.
Nos primeiros dias no Marrocos, fui descobrindo um novo universo de cores, sons, cheiros, sabores e paisagens, além de facilmente fazer amizade com colegas e hóspedes do hostel, inclusive brasileiros de passagem pelo país. Meu intercâmbio especificamente envolvia 4 horas por dia da minha ajuda, com atendimento na recepção e apoio em outras áreas do hostel, como no restaurante. Tirava o horário livre para passear por Marrakech, fazer vídeos para o meu canal no Youtube e escrever artigos para o blog do Saindo do Brasil, meu projeto de apoio a brasileiros interessados em estudar, trabalhar e viajar pelo exterior.
A adaptação foi fácil, inclusive ao calor de mais de 50°C e ao caos poético da Medina, área mais antiga de Marrakech. A cidade revela uma beleza exótica e muita história, e a cada dia, era capaz de descobrir novos encantos, desde a comida africana à arquitetura árabe, do idioma à religião, da música aos costumes. Um mês de programa acabou virando dois.
Após terminar a experiência no hostel, era hora de realizar outro sonho: conhecer o deserto do Saara. Sai de Marrakech numa tradicional excursão que passa pelo interior do país e chega ao Saara, acampando no deserto por uma noite, com direito a comida e música típicas do povo Berbere, um dos mais antigos do continente africano. Agora, sim, a viagem estava completa!
Mesmo para um viajante experiente, o programa acabou sendo muito marcante e não pretendo parar por ai. O próximo? Talvez um voluntariado com estudo de francês no Canadá ou dar aulas de inglês a crianças carentes na Tailândia, quem sabe. Seja qual for o próximo destino, terei ainda mais histórias para compartilhar no Saindo do Brasil.
Viajar, ainda mais dessa forma onde você fica um tempo maior no país e se envolve com o povo local, leva a momentos inesquecíveis e uma profunda transformação pessoal. Se torna um vício, mas um vício bom, cheio de descobertas, diversão, amadurecimento e realização de sonhos.
Pelo Worldpacker Diogo Kyrillos