Istambul, a antiga Constantinopla
Istambul é uma cidade tão cheia de vida, que é difícil explicar em palavras. Com seus mais de 10 milhões de habitantes, temos opções muito diversificadas. É uma espécie de turismo para além dos museus, a história está na rua e em seus habitantes. Também é bem convidativa para quem quer conhecer um pouco mais sobre o Islã e quebrar preconceitos.
A Turquia é um país fascinante e Istambul é um pedacinho disso tudo.
Onde ficar?
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Para os turistas, existem dois pontos “cruciais” na cidade: Sultahnamet e Taksim. O primeiro bairro, que foi escolhido por nós, é aonde se concentram as principais atrações “históricas” da cidade, além de ter ótimas opções de parques para descansar durante o dia e um pouco da culinária local. Já Taksim remonta um lado mais metropolitano, permeado de restaurantes, lojas e até shoppings (com preços que valem muito a pena). Quem se hospeda lá fica mais próximo ao “point” noturno da cidade, à Gálata Tower e à praça Taksim, que foi cenário dos protestos que levaram milhares de turcos às ruas em 2013.
O que fazer?
As informações são com base no meu roteiro de 4 dias (sendo o primeiro de chegada no final da tarde) pela cidade e tentar falar mais algumas dicas que li e escutei. Lembrando que os preços são de junho de 2016.
Istambul tem suas principais atrações:
Hagia Sophia (ou Basílica de Santa Sofia): construída para ser, inicialmente, catedral de Constantinopla, ao longo da história ela foi igreja católica, mesquita até se tornar o museu que é hoje. Também passou por destruições e reconstruções. É de deixar o queixo caído. Sua entrada custou 40 LT;
Cisterna da Basílica: perto da hagia Sophia, foi utilizada para ser cisterna de água, mas hoje é outra atração turística, que ajuda a se esconder um pouco do verão ensolarado da Turquia e tem o grande atrativo das cabeças das Medusas, onde você pode jogar uma moeda e fazer aquele desejo. Entrada? 20 LT;
Mesquita Azul: uma das mesquitas mais imponentes de Istambul e também a mais visitada pelos turistas. Não se preocupe com a roupa, pois lá eles disponibilizam algo para você se vestir adequadamente para entrar numa mesquita. Entrada gratuita por ser um templo religioso;
Loja de Tapetes do Ridvan (El Rincón de Fehmi em Sultanahmet): apesar de não ser para o “bico” de mochileiros, vale a pena entrar e conhecer essa loja e o Ridvan, um turco (de etnia curda) muito simpático, que nos recebeu muito bem, nos explicou um pouco de cenário político do país e contou a linda história dos tapetes turcos que (pasmem) são mais trabalhados que os famosos tapetes persas (ou iranianos), já que são feitos com 2 nós e não apenas 1 como no país vizinho. Ah, o melhor? Isso tudo foi em português, já que ele costuma vir para o Brasil vender seus tapetes;
Grande Bazar: ok, você pode ser o mochileiro que for, estar na estrada a meses ou ter ido só para uma viagem de férias, mas esse lugar é imperdível. Além da arquitetura incrível, o lugar é um dos maiores mercados fechados do mundo e era abastecedor para outras cidades ou pequenos produtores. O nome das ruas do mercado correspondem às atividades que aí se desenvolviam. Fora as lembrancinhas, dá vontade de comprar tudo (e olha que não sou de gastar!). Tinham várias porcelanas pintadas à mão, tapetes, souvenir,… Ah, e as casas de câmbio de lá tinham os melhores preços de Istambul;
Suleymaniye Mosque: uma mesquita no estilo da Blue Mosque, mas com menos turistas. Achei muito melhor para vivenciar um pouco a paz de uma Mesquita e entender um pouco melhor sobre o Islã. O preconceito, muitas vezes, vem da reprodução de um discurso de algo que não conhecemos, então é super importante mergulhar nessa experiência. Além de ser mais calmo, lá tinha uma mulher explicando um pouco sobre a religião, bem interessante. Não me lembro de emprestarem vestimentas adequadas, apenas o véu para tapar a cabeça ao entrar;
Bazar de Especiarias: bem próximo à Suleymaniye Mosque e essencial para quem quer ver os doces e temperos turcos. Apesar de serem vendidos por toda a cidade, lá eles são mais baratos. Confesso que me decepcionei um pouquinho, já que esperava algo diferente. Os doces pareciam com uma espécie de jujuba (eu juro, hahaha).
Estreito de Bósforo: a não ser que queiram aquelas breguices de barcos com músicas românticas com um preço bem salgado que começa em 15 euros, existe um barco público que faz esse roteiro (por apenas 12 LT);
Topkapi Palace: fica em Sultanahmet. Infelizmente, não posso descrever o quanto esse lugar (parece) é mágico, porque tive o azar dele estar fechado por um problema que não compreendi muito bem no dia que fui visitá-lo. Mas, com certeza, é parada obrigatória para quem vai à Istambul;
Parque Gulhäne: um lugar perfeito para dar uma relaxada depois do almoço ou para comprar uma frutas e tomar café da manhã. São flores para todos os lados, muita vida, crianças, pequenos animais. É para colorir seu dia!
Taksim Square: palco das manifestações, em 2013, que levaram 3 milhões de turcos às ruas. Essa região é conhecida como Istambul Moderna, aonde se concentram grandes centros comerciais, casas de câmbio. Lembra algo mais “ocidentalizado”;
Gálata Tower: é uma das torres mais antigas do mundo, foi usada como forte e como ponto estratégico na cidade. Tem uma vista panorâmica, que vale muito a pena, apesar da entrada ser bem salgada (25 LT);
Museu da Inocência: apesar de não ter conseguido ir, é interessante e até uma forma de prestígio a um dos mais famosos escritores turcos, Orham Pamuk. O museu leva o nome de um de seus livros mais conhecidos. Além desse, ele tem clássicos como “Istambul” e “Meu nome é vermelho”;
Ilhas no estreito de Bósforo (exemplo: Princess Islands): para quem curte andar de bike, vale a pena pegar um dos ferrys até essas ilhas e passar o dia relaxando (principalmente para quem tiver um roteiro menos corrido que o meu);
Lado asiático de Istambul: Kadikoy é o lugar do lado asiático mais conhecido, principalmente por suas ruas agradáveis e barzinhos (também não deu tempo de conhecer).
O que comer?
Sei que não sou a maior especialista em comida turca, já que foi muito pouco tempo para descobrir e me aprofundar mais nessa cultura tão rica, mas existem alguns pratos que, literalmente, são I-M-P-E-R-D-Í-V-E-IS! Ah, os restaurantes turcos tem uma tradição que eu simplesmente amo: servir entrada de pães com pastinhas (de graça <3 ).
-Kebab (bem famoso na culinária turca, no Grand Bazar era bem servido por um preço bem razoável de +- 7 liras por pessoa).
-Ali Nazic, uma espécie de Kabab com molho de alho e beringela (de lamber os beiços)
-Doces turcos. Apesar de não ter gostado, é uma experiência local prová-los.
-Chá turco, tem gosto de essências, como canela, mas é uma delícia. O único problema é a temperatura (você se queima real), que não é nada agradável, muito menos no calor do verão de Istambul.
Istambul, apaixonante
A verdade é que Istambul é uma cidade linda, cheia de vida e cultura. Apesar de todos os preconceitos que ouvimos diariamente acerca da Turquia, posso dizer que, em questão de segurança pública, Istambul ganha de 1000 a 0 do Rio. Chegamos a dormir numa praça com nossa câmera largada ao lado, andávamos feito “turistas” pelas ruas (com mapa na mão e câmera no pescoço). Não deixem de ir pelo “medo”, que nada mais é que um desconhecimento sobre a verdadeira realidade do país e da cidade.
O povo é muito receptivo, sempre disposto a ajudar – um bom lugar para tentar fazer couchsurfing. Apesar que os hostels são bem baratos. Acredito que conhecer a cidade no inverno também deve ser incrível (vendo as ruas nevadas). Se tiverem qualquer dica para complementar o roteiro ou qualquer dúvida, podem entrar em contato!
Informações úteis
- Brasileiros não precisam de visto no país;
- Existem dois aeroportos principais na cidade: o internacional de Atatürk, que recebe os principais voos, e o Sabiha Gökcen, que fica longe para um cacete e costuma fazer os voôs internos da Turquia. Portanto, se forem fazer algum tipo de conexão ou pegar algum voo para outra cidade, fiquem atentos, pois o aeroporto de Sabiha é de difícil acesso, principalmente para quem está com pressa (até mesmo de taxi demora). Já o aeroporto internacional pode ser acessado de metrô. Detalhe: a maioria dos hoteis e hostels oferecem transfer, que, diga-se de passagem, não é um absurdo: 5 euros para Atatürk e 10 euros pro Sabiha;
- Você pode, facilmente, se deslocar andando (caminha-se bastante) ou de ônibus, só precisa se informar com alguém que fale em inglês, já que se comunicar por mímicas no meio da rua não é uma tarefa fácil;
- Quanto mais você se embrenha na Turquia ou se distancia dos pontos históricos,menos os turcos falam inglês (até nos hotéis), então baixem um daqueles apps tradutores ou se informem beeeem antes de saírem andado por aí (passamos alguns perrengues por causa disso);
- A Guia Turca foi uma dica da querida Babi Cady, que já sigo no Instagram desde o começo de sua jornada pelo mundo. A Gonca (guia turca) é uma brasileira residente em Istambul que sabe a história da cidade como a palma de sua mão. Infelizmente, a Babi só passou pela cidade em outubro, então só fiquei sabendo disso depois da minha estadia por lá;
- O que é o Ramadan? É o nono mês do calendário lunar islâmico, um mês considerado festivo para os muçulmanos, que fazem jejum durante o dia como uma forma de respeito à Allah. Nossa passagem pela cidade se deu exatamente nesse período, em que o final do dia se enchia de pessoas e famílias nas praças para fazer a refeição. Além disso a Mesquita ficava totalmente iluminada e, durante o dia, tocava uma canção em determinados momentos para lembrar aos fiéis de rezar, muito interessante, diferente (para mim, claro) e bonita a prática.
Relato por Natasha Lauletta, do blog NanaTeLeva