Mais de 2.500 cidades brasileiras receberam turistas via Airbnb
Dados do Airbnb mostram crescimento da diversidade de destinos e revelam novos pontos de interesse em todas as regiões do país
O turismo brasileiro vive um momento de expansão territorial. Em 2024, mais de 2.500 cidades receberam hóspedes por meio do Airbnb, número que representa quase 45% do total de municípios do país. O número representa um avanço significativo na distribuição do turismo pelo país, com destaque para o surgimento de novos destinos fora dos circuitos tradicionais.
Segundo a plataforma, 2024 foi o ano com a maior distribuição de turismo no Brasil desde o início das operações. Entre os destinos visitados, 160 receberam reservas pela primeira vez, evidenciando o interesse crescente dos próprios brasileiros em explorar novas regiões e fugir dos grandes centros urbanos.

Esse movimento reflete uma mudança no comportamento dos viajantes, que passaram a buscar experiências mais autênticas, conectadas à cultura local e à natureza. A descentralização do turismo tem permitido que municípios menores, muitas vezes fora do radar das grandes operadoras, passem a integrar o mapa de viagens dos brasileiros e estrangeiros. A tendência também favorece a economia regional, gerando renda e oportunidades em áreas antes pouco beneficiadas pelo setor.
Viagens domésticas em alta
A plataforma aponta que o crescimento está ligado à flexibilidade do trabalho remoto, à busca por refúgio em ambientes menos urbanos e ao interesse por destinos com menor densidade turística. Cidades do interior, vilarejos litorâneos e regiões de ecoturismo têm ganhado espaço, mostrando que o Brasil tem muito mais a oferecer além dos destinos consagrados como Rio de Janeiro, Salvador e Florianópolis.
Segundo o levantamento, 91% das reservas feitas em 2024 foram domésticas —índice superior à média de outros países da América Latina. Mais de 35% dessas reservas ocorreram em cidades afastadas dos grandes centros, como Ivinhema (MS), Tuparendi (RS) e Paranaiguara (GO), que passaram a integrar o mapa de viagens dos brasileiros. Cidades como Massaranduba (PB), Oratórios (MG) e Nova Olinda (CE) também receberam hóspedes pela primeira vez, revelando a capilaridade da plataforma e o potencial turístico de regiões menos exploradas.
Além de ampliar o acesso a experiências autênticas, essa dispersão do turismo tem gerado impacto econômico direto nas comunidades locais. Segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), a cada R$ 10 gastos em acomodações, outros R$ 52 são injetados em produtos e serviços no entorno, como bares, restaurantes, transporte e comércio.
“Ao oferecer aos hóspedes a oportunidade de conhecerem novos destinos e vivenciarem experiências autênticas, a plataforma está também alimentando neles uma vontade ainda maior de experimentar estadias no Airbnb em outros destinos, criando um ciclo de benefícios para o turismo, as comunidades e a economia dessas cidades”, afirma Carla Comarella, líder de Relações Institucionais e Governamentais do Airbnb no Brasil.