Mais de 2.500 cidades brasileiras receberam turistas via Airbnb

Dados do Airbnb mostram crescimento da diversidade de destinos e revelam novos pontos de interesse em todas as regiões do país

06/10/2025 09:40

O turismo brasileiro vive um momento de expansão territorial. Em 2024, mais de 2.500 cidades receberam hóspedes por meio do Airbnb, número que representa quase 45% do total de municípios do país. O número representa um avanço significativo na distribuição do turismo pelo país, com destaque para o surgimento de novos destinos fora dos circuitos tradicionais.

Segundo a plataforma, 2024 foi o ano com a maior distribuição de turismo no Brasil desde o início das operações. Entre os destinos visitados, 160 receberam reservas pela primeira vez, evidenciando o interesse crescente dos próprios brasileiros em explorar novas regiões e fugir dos grandes centros urbanos.

Em 2024, hóspedes do Airbnb viajaram para mais de 2.500 cidades brasileiras, revelando novos destinos em todas as regiões
Em 2024, hóspedes do Airbnb viajaram para mais de 2.500 cidades brasileiras, revelando novos destinos em todas as regiões - Markus Frenzel/iStock

Esse movimento reflete uma mudança no comportamento dos viajantes, que passaram a buscar experiências mais autênticas, conectadas à cultura local e à natureza. A descentralização do turismo tem permitido que municípios menores, muitas vezes fora do radar das grandes operadoras, passem a integrar o mapa de viagens dos brasileiros e estrangeiros. A tendência também favorece a economia regional, gerando renda e oportunidades em áreas antes pouco beneficiadas pelo setor.

Viagens domésticas em alta

A plataforma aponta que o crescimento está ligado à flexibilidade do trabalho remoto, à busca por refúgio em ambientes menos urbanos e ao interesse por destinos com menor densidade turística. Cidades do interior, vilarejos litorâneos e regiões de ecoturismo têm ganhado espaço, mostrando que o Brasil tem muito mais a oferecer além dos destinos consagrados como Rio de Janeiro, Salvador e Florianópolis.

Segundo o levantamento, 91% das reservas feitas em 2024 foram domésticas —índice superior à média de outros países da América Latina. Mais de 35% dessas reservas ocorreram em cidades afastadas dos grandes centros, como Ivinhema (MS), Tuparendi (RS) e Paranaiguara (GO), que passaram a integrar o mapa de viagens dos brasileiros. Cidades como Massaranduba (PB), Oratórios (MG) e Nova Olinda (CE) também receberam hóspedes pela primeira vez, revelando a capilaridade da plataforma e o potencial turístico de regiões menos exploradas.

Além de ampliar o acesso a experiências autênticas, essa dispersão do turismo tem gerado impacto econômico direto nas comunidades locais. Segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), a cada R$ 10 gastos em acomodações, outros R$ 52 são injetados em produtos e serviços no entorno, como bares, restaurantes, transporte e comércio.

“Ao oferecer aos hóspedes a oportunidade de conhecerem novos destinos e vivenciarem experiências autênticas, a plataforma está também alimentando neles uma vontade ainda maior de experimentar estadias no Airbnb em outros destinos, criando um ciclo de benefícios para o turismo, as comunidades e a economia dessas cidades”, afirma Carla Comarella, líder de Relações Institucionais e Governamentais do Airbnb no Brasil.