Mission San Juan Capistrano, o lado histórico de Orange County

Não faz muito tempo que descobri que a Califórnia, além de ter lugares lindos, tem bastante história para contar.

Digo que descobri isso só recentemente porque, na real, a parte histórica aqui não é muito gritante, principalmente no sul da Califórnia. Os prédios e casas são bem novos, e é raro ver aquele charme histórico aqui por perto.

Los Angeles tem uma arquitetura bem interessante –principalmente no centro da cidade–, mas descobrimos um lugar mais perto ainda com bastante história para contar.

Dirigindo no sentido sul de Orange County, chegamos à cidade de San Juan Capistrano, cerca de 15 a 20 minutos de Irvine. Além de ser super fofa, essa cidade é casa para a Mission San Juan Capistrano.

A mission é uma construção bem grande que abriga as ruínas do que um dia foi parte de uma missão religiosa. O ingresso custa US$ 9.

Fundada em 1776, a missão, composta por padres e soldados espanhóis, tinha como objetivo catequizar e europeizar os nativos indígenas que moravam naquela área. Nessa época, as terras da baixa Califórnia era meio terra de ninguém, e os espanhóis queriam, é claro, ganhar mais essas terrinhas.

Chegaram lá, converteram os coitados todos para a religião deles, e fizeram questão de ensiná-los os “bons costumes” europeus. Bacana, né? #sóquenão

Foi uma grande sacanagem fazerem isso com os nativos, como ainda é o jeito que mostram a história do lugar lá na missão –vangloriando o trabalho dos padres e dos soldados, e marginalizando a história dos índios.

Apesar de ser um lugar bonito e interessante –dá para ver a capela e o lugar onde o pessoal trabalhava as ruínas da maior igreja do local, que foi destruída devido a um terremoto, as casas onde eles viviam — senti que a história dos índios ficou de lado. Queria muito saber mais sobre a cultura deles, mas a única parte reservada para contar um pouco do outro lado da moeda fica escondida, numa salinha bem pequena.

Tirando isso, a Mission San Juan Capistrano é um lugar bacana de se conhecer. Apesar da história –obscura–, ainda é legal poder ver essa parte da história tão bem preservada.

Thiti não gosta da vibe do lugar, mas tirando as coisas macabras, o lugar é lindo –sempre é cheio de fotógrafos lá fazendo sessões– e a arquitetura é bem interessante.

A missão começou a decair em 1831, e aos poucos foi acabando. Apesar disso, ela está lá, inteirona (quase) –e compensa a visita. Não é à toa que a missão atrai cerca de 300 mil visitantes por ano.

Relato por Gabriela Klafke, do blog De Repente Califórnia