Mistura de sabores e tradições compõem mosaico da culinária brasileira
A diversidade gastronômica do Brasil tem despertado o interesse dos turistas que visitam o país e experimentam as delícias e sabores típicos de cada localidade.
De acordo com estudo realizado pelo MTur (Ministério do Turismo), em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), mais de 93% dos estrangeiros que percorreram o país durante a Copa de 2014 aprovaram a riqueza da culinária brasileira.
Confira abaixo o roteiro preparado com alguns pratos típicos que podem ser encontrados e degustados em feiras, vilas, mercados municipais e restaurantes nas cinco regiões brasileiras:
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Norte
Em Manaus o tacacá mais famoso é o da banca da Gisela, que fica na praça do Teatro Amazonas. O prato, que vem numa cuia com decoração indígena, leva tucupi, goma, folha de mandioca, jambu e camarão seco. A sensação é única ao provar o caldo, que dá uma leve dormência na boca causada pelas folhas de jambu.
Um grande sucesso marca da culinária manauara é o X-Caboquinho, sanduíche tucumã com queijo coalho e banana pacovã frita. O açaí, fruto típico das palmeiras amazônicas, é muito utilizado no preparo de sucos, vinhos, doces, licores e sorvetes.
É recomendável uma esticada até a capital do Pará, Belém. Um bom local para provar a culinária do Estado é a estação das Docas, onde há inúmeros restaurantes com pratos e alimentos típicos do estado. São três armazéns de ferro restaurados, onde funcionava o antigo porto de Belém.
Uma máquina a vapor de meados de 1800 e guindastes fabricados nos Estados Unidos compõem a paisagem. Os passeios de barco no rio Guamá, em Belém, e no Solimões, em Manaus, ficam mais bem aproveitados quando aliados à culinária local.
Entre os pratos típicos do Pará estão: vatapá feito com caldo do camarão salgado e temperado com alfavaca, chicória, alhos e cheiro verde, além das tradicionais gomas para tapioca ou beijus, que tem a forma de uma panqueca e pode levar vários tipos de recheio, como chocolate, queijos ou geleia.
Nordeste
O café da manhã nordestino é bastante variado, tendo como pratos típicos o cuscuz, a tapioca, o curau e o queijo coalho na brasa, entre outros. No almoço, a carne de sol com mandioca é bastante comum em estados como o Rio Grande do Norte e Alagoas.
Os nordestinos também apreciam um bom peixe frito, moqueca e outros pratos com frutos do mar. De sobremesa, não deixe de provar o bolo de rolo –rocambole de goiabada bem fininho, típico de Pernambuco– e a rapadura, feita do açúcar da cana, comum em todo o Nordeste.
O sertão baiano reserva novas misturas, aguça novos sabores e endossa o tempero da culinária baiana. Carne seca, pirão, mingau, cuscuz, bolos e doces variados de todas as frutas dão o tom da mesa farta do sertanejo em restaurantes espalhados pelo estado.
No Estado, a presença da cozinha tradicional afro-brasileira ainda é muito forte. É possível encontrar feijão variados, inhames, quiabos, acréscimos de camarões defumados, gengibre, pimentas e óleos vegetais como o azeite-de-dendê, que fazem a base de uma mesa em que vigoram acarajés, abará, vatapás de peixe e galinha, bobós, carurus, entre tantos outros pratos.
Centro-Oeste
Galinhada com pequi, empadão goiano, pamonha frita ou cozida, gueroba e baru são produtos típicos do cerrado e de Goiás, “no entanto a culinária desse bioma típico do Centro-Oeste é ainda pouco conhecida”, diz Rita Medeiros, que é autora do livro “Gastronomia do Cerrado”. A obra apresenta diversas receitas de pratos para café da manhã, chá da tarde e piquenique.
Rita, que também é dona de uma sorveteria, conta que o cerrado tem sabores de muita personalidade. Dentre as frutas, ela enumera o baru (tipo de castanha), o jenipapo e a cagaita. As duas últimas podem ser usadas para fazer um delicioso molho adocicado e picante no estilo indiano, o chutney.
A gastronomia das cidades que ficam no cerrado mato-grossense é uma saborosa mistura entre as frutas da região (pequi, banana, caju e mamão) com os peixes dos rios da região. A fruta popular do cerrado brasileiro, somada com o arroz banco, dão resultado a um dos pratos mais simbólicos do estado, o arroz com pequi.
A culinária típica de Goiás pode ser degustada em destinos como Pirenópolis e Cidade de Goiás, ambos municípios históricos do Estado. Uma iguaria única e que vale a pena provar é o Baruzetto, licor produzido a partir da amêndoa do baru.
Pirenópolis também promove o Festival Gastronômico de Pirenópolis, que este ano ocorre entre os dias 11 e 14 de junho. É um passeio pelas diferentes áreas da culinária, desde a degustação de vinhos ao preparo de pratos típicos. A programação inclui oficinas, aulas-show e a participação de vários restaurantes da cidade, que oferecem cardápios especiais nos dias do evento.
Sudeste
Quem nasceu em Vitória (ES) não abre mão do orgulho do prato tradicional, a moqueca, um dos ícones da história do estado, juntamente com a panela de barro em que a receita é preparada de acordo com a tradição indígena e o secular costume da fabricação paneleira artesanal.
O turista que visita a capital capixaba não pode deixar de experimentar a tradicional moqueca e tortas da Ilha de Caieiras. A comunidade, considerada polo turístico da região, oferece uma gama de restaurantes com variedade de pratos. Destaque para o restaurante Pirão, Mirante da Ilha e Restaurante Caieiras.
Durante a Semana Santa, milhares de turistas e moradores, se dirigem à ilha para participar do tradicional Festival da Torta Capixaba.
Em Minas Gerais, um roteiro fantástico é o de Salinas, que fica no Vale do Jequitinhonha a quase 700 km de Belo Horizonte, onde é possível degustar a cachaça mais famosa do Brasil: a Anísio Santiago, envelhecida em bálsamo e premiada internacionalmente.
Vale a pena conhecer também o Museu da Cachaça, que abre de quarta a domingo, das 9h às 19h, com entrada gratuita. O museu mostra a produção, a circulação, o consumo da cachaça e o significado da bebida como fruto do coletivo.
A produção do queijo da Serra da Canastra, Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, não pode faltar na sua agenda. Ela fica a 320 km de BH e envolve sete municípios, dentre eles São Roque de Minas, onde fica a nascente do rio São Francisco. Na região, além da produção do queijo e diversos restaurantes, é possível fazer roteiros de ecoturismo no Parque Nacional da Serra da Canastra, cuja vegetação é o Cerrado e onde há muitas –-e belas– cachoeiras.
Em São Paulo, o turista não pode deixar de visitar o tradicional Mercado Municipal. Inaugurado em 1933, visitantes não deixam de degustar uma série de iguarias, como o pastel de bacalhau e o famoso sanduíche de mortadela, além de possuir um universo de temperos e de sabores para os apreciadores da boa gastronomia.
Sul
Se você estiver em Florianópolis, vale uma esticada até Santo Antônio de Lisboa, vila de colonização açoriana onde há diversos restaurantes especializados em frutos do mar de frente para a praia. Peça ostras, robalo ou algum prato à base de camarão, tudo bem fresquinho. Isso, claro, depois de pegar uma praia no litoral norte de Florianópolis.
A culinária catarinense também recebeu influencia dos imigrantes poloneses, ucranianos, austríacos, húngaros e holandeses. Ao percorrer as comunidades por onde esses colonizadores se fixaram, é possível experimentar pratos típicos, como sopa de batatas com leite, pastéis de batata e requeijão, além do tradicional café colonial, que pode ser encontrado na cidade de Jaraguá do Sul. Confira opções de restaurantes.
Localizada numa área de colonização alemã, a rota da cerveja em Santa Catarina envolve 11 cervejarias e passa por municípios como Brusque, Timbó, Joinville, Gaspar e Pomerode. Nas férias de verão em Florianópolis, cabe um bate e volta nessa rota, que fica a cerca de 150 km da capital.
No município de Urubici, na serra catarinense, é possível experimentar a deliciosa culinária campeira ou os pratos de cozinha internacional servidos nos restaurantes, hotéis e pousadas locais. Não deixe de saborear a truta, peixe abundante nos rios da região, de comprar os produtos coloniais e visitar a vinícola da cidade.
Na tradicional cidade de Garibaldi, no Rio Grande do Sul, famílias de origem italiana apresentam sabores da culinária local, na bucólica Estrada do Sabor. O roteiro oferece a oportunidade de estar em contato com a paisagem, de caminhar pelos vinhedos e provar os deliciosos pães cozidos em forno a lenha, geleias, grapa e licores caseiros, produzidos através da agricultura ecológica.
Com informações do MTur