Nice, uma cidade repleta de cheiros, sabores e arte

Banhada pelo azul do Mediterrâneo e com paisagens de tirar o fôlego, a Riviera Francesa (ou Côte d’Azur, para ser mais glamoroso), é destino que povoa o imaginário do brasileiro.

Endereço de celebridades e milionários, a região é uma das mais bonitas e charmosas de toda a Europa. É neste trecho de cerca de 180 km no sudeste da França que estão as badalas St Tropez, Cannes e Nice.

Vista do porto de Nice, principal cidade da Riviera Francesa
Créditos: A.ISSOCK
Vista do porto de Nice, principal cidade da Riviera Francesa

Apesar de ter fama de cara, a Riviera Francesa é mais acessível ao bolso do que muitos imaginam. Isto é, se a época escolhida não for entre maio e setembro –período de grandes eventos (Festival de Cinema de Cannes e a F-1, que apesar de ser no principado de Mônaco, atraí muitos turistas à região) e da alta temporada na Europa.

Nice é a porta de entrada e a base para conhecer a região da Côte d’Azur.  Capital da Riviera Francesa, a cidade é a maior da região e a quinta mais populosa da França –cerca de 350 mil.

Começo da primavera é época ideal para conhecer a Riviera Francesa, em especial Nice, a principal cidade da Côte d’Azur

Fundada por volta do ano 350 a.C, a pequena metrópole une o antigo e moderno com vida cultural e gastronômica pulsantes.

Depois de Paris, Nice é a cidade francesa que mais recebe turistas estrangeiros. E não é à toa. Uma das razões é a sua localização. A partir da Nice, de carro, trem ou ônibus, pode-se chegar, em até duas horas, a destinos como Saint-Tropez, Cannes, Menton e o principado de Mônaco.

Outro atrativo é o céu. Com cerca de 300 dias de sol por ano, Nice é destino certo para quem gosta de praia (apesar de não ter areia, e sim pequenas pedras), esportes ao ar livre ou simplesmente contemplar o mar.

Mas talvez sejam os cheiros e sabores que fisgam os turistas. Basta caminhar pelas ruelas da parte antiga da cidade –a Vieux Nice—para entender o porquê.

Vista da Place Masséna, praça principal de Nice e que une os centros antigo e novo da cidade

Os cheiros que saem das pequenas lojas de produtos artesanais como pães, queijos, doces e embutidos, se misturam com o aroma das flores e formam uma experiência única. É quase impossível resistir à tentação das delícias que cada uma delas oferecem.

Flores, quinquilharias e artes

Se você quiser se sentir como um local, não deixe de ira ao Cours Saleya. De terça à domingo, o centro da Cidade Velha abriga um dos mais tradicionais mercados de flores, frutas e legumes da Riviera Francesa.

Vista do Cours Saleya, na Cidade Velha

De generosos morangos (dependendo da época do ano) e tomates a uma infinidade de tipos de queijos e embutidos. É um verdadeiro festival de cores e sabores pelo labirinto formado por dezenas de barracas de produtores locais.

Às segundas-feiras as frutas, legumes e flores dão espaço ao mercado de pulgas. É possível encontrar qualquer tipo de quinquilharia. De móveis a brinquedos antigos, prataria a louças, o Cours Saleya é uma “Disney” para os amantes de antiguidades.

De terça à domingo, dezenas de barracas se espalham pelo Cours Saleya com produtos fresquinhos como flores, legumes e frutas
Créditos: Getty Images
De terça à domingo, dezenas de barracas se espalham pelo Cours Saleya com produtos fresquinhos como flores, legumes e frutas

Ainda na Cidade Velha não deixe de visitar o Palácio Lascaris (www.nice.fr/fr/culture/musees-et-galeries/palais-lascaris-le-palais). Construído na metade do século 18 para o conde Lascaris-Vintimill, a construção em estilo barroco e genovês conserva uma imponente escadaria com degraus de mármore. Destaque para os tetos das salas e quartos, com afrescos com temas mitológicos ou ornamentos do final do século 17.

Detalhe de uma das salas do Palácio Lascaris

O palácio abriga ainda uma das mais prestigiosas coleções de instrumentos musicais antigos conhecidos na Europa –são mais de 500 ao todo.

Nice também abriga dois importantes museus e que não devem ficar fora do roteiro.

Um deles é o Museu Nacional Marc Chagall (musees-nationaux-alpesmaritimes.fr/chagall), dedicado ao pintor surrealista francês Marc Chagall (1887-1985). O espaço conta com algumas das principais obras do artista, entre elas as 17 telas sobre a bíblia;

O Museu Matisse, em Nice
Créditos: Artazum, LLC
O Museu Matisse, em Nice

O outro é Museu Matisse (www.musee-matisse-nice.org) que fica um casarão e exibe mais de 300 obras de Henri Matisse (1869-1954), entre pinturas, desenhos e esculturas.

A gastronomia ‘niçoises’

A gastronomia é outro ponto forte de Nice. Os pratos ‘niçoises’ apresentam combinações de pescados –os mais diversos–, azeites, ervas, muitos legumes e verduras, e massas, é claro –por conta da proximidade com a vizinha Itália (a cidade pertenceu ao reino da Sardenha no século 19).

Não deixe de saborear a socca, espécie de panqueca apimentada, uma das iguarias de rua mais tradicionais de Nice. Ela é vendida por todos os cantos da Vieux Nice.

*O jornalista viajou à convite da Atout France e do Comitê Regional de Turismo da Côte d’Azur

[tab:Onde ficar]

Hotel Windsor Nice

Uma galeria de arte que é um hotel. Esta é a melhor definição do Hotel Windsor, que celebra a arte em 30 dos seus 57 quartos concebidos por renomados artistas contemporâneos como Glenn Baxter, Olivier Mosset e Jean Le Gac.

Interior de um dos quartos do Hotel Windsor,

Do “simples” ao sofisticado, todos os quartos são únicos.

Mas a arte não está restrita somente aos quartos. As principais áreas comuns do hotel –lobby, restaurante e o charmoso jardim tropical, onde, no verão, são servidos o café da manhã e o jantar– também abrigam obras de artes e exposições temporárias.

 Como uma ótima localização, próximo a Promenade des Anglais (orla de Nice) e a principal estação de trem da cidade (Gare de Nice), o Windsor ocupa um prédio da década de 1930 e possui um spa, piscina e academia. As diárias custam a partir de € 110 (cerca de R$ 374)

11 Rue Dalpozzo, 06000 Nice, França

[tab:Onde comer]

L’Escalinada – Localizado em uma das ruelas (22 rue Pairolière) da Cidade Velha, o restaurante é especializado na gastronomia ‘niçoises’. O ambiente acolhedor é ideal para provar novos sabores. Os preços são amigáveis e cabem no bolso. Peça o Daube à l’ancienne, Gnocchi maison (nhoque caseiro com guisado de ovelha).  Informações: escalinada.fr.

Bistrot du Port – Comandado pelo simpático casal José e Stephanie Orsini, o restaurante fica em frente ao porto (28 quai Lune). A especialidade da casa são pratos a base de peixes e frutos do mar, que são fresquinhos. Tem opções assadas ou grelhadas.  No almoço, o menu do dia custa a partir de € 14,50 (cerca de R$ 50).

Brasilia boite à café – Se você quer matar a saudade da culinária brasileira, definitivamente o Brasília não é o lugar. O aconchegante e minúsculo café localizado no bairro Garibaldi (8 Rue Bonaparte), próximo ao porto, é comandado pelo jovem casal brasiliense Victor Brandi e Mariana Altenbernd.

As tapiocas recheadas do Brasilia boite à café

A especialidade da casa é o café, em especial o brasileiro, e releituras de algumas iguarias como pão de queijo e as tapiocas recheados (uma delícia, por sinal). Os sucos orgânicos completam a refeição. Informações: www.brasiliaboiteacafe.com

[tab:Como ir]

Do Brasil não há voo direto para Nice. A melhor opção é via Paris (trecho operado pela Air France). O aeroporto internacional Nice Côte d’Azur (www.nice.aeroport.fr) é o principal da região e um dos mais movimentos da França.

O terminal fica a menos de 10 km do centro de Nice. A cidade também é servida por trens omo o TGV (www.sncf.com).

French Riviera Pass – Para conhecer as principais atrações de Nice e região o ideal é comprar o French Riviera Pass, que dá direito a entrada gratuita em uma infinidade de lugares, como em museus e passeios. Ele é vendido em três modalidades –24h (€ 26), 47h (€ 38) e 72h (€ 56 ). Saiba mais em: frenchrivierapass.com.