No aniversário de SP, conheça a história do Monumento às Bandeiras

Por Heitor e Silvia Reali do site Viramundo e Mundovirado

Será que o paulistano apressado e distraído, ou o turista sabe a história por trás desse monumento? Vamos a ela?

A obra faz aniversário no mesmo dia da cidade de São Paulo e foi esculpida por Victor Brecheret (1894-1955). Teve nomes sugeridos por poetas como ‘Cidade em Marcha’ ou ‘Muralha de Gente’, mas ficou sendo ‘Monumento às Bandeiras’. Como todo brasileiro é chegado em apelidos, ele é mais conhecido como ‘Empurra-Empurra’.


Nada ali foi feito sem um significado. Até mesmo sua localização é personagem. O monumento se localiza no Ibirapuera, onde morou o cacique Caiuby, e está em frente à Avenida Brasil, de modo a evocar os caminhos que as Bandeiras paulistas abriram em nosso país. A escultura aponta para o Pico de Jaraguá, histórica montanha que era a bússola dos comandantes dessas expedições.


Talhada em granito de Mauá, a obra pesa 25 toneladas e as 40 figuras têm tamanho médio de cinco metros. O monumento representa uma bandeira em marcha, e a mistura de nossa raça: o branco, o índio e o negro.


Na escultura os dois líderes a cavalo traduzem a essência do comando: lado a lado, um olha prá frente o objetivo de sua busca, enquanto o outro olha pra trás e mostra preocupação e cuidado com seus homens. De faces ossudas, e pés descalços, cada homem representa a contribuição de uma raça. A figura do bandeirante com a cabeça erguida para o céu é o que foi flechado, como muitos. Já o enfermo na rede simboliza Fernão Dias que morreu de fadiga e febre. Ao lado oposto a vida e a esperança está na figura da índia que amamenta seu filho. Alguns homens arrastam com esforço o batelão, que era para transpor quantos saltos, cachoeiras e corredeiras, topassem na viagem.

Quer saber um pouco mais? Dê uma esticada até a Pinacoteca do Estado de São Paulo para ver um dos esboços do Monumento às Bandeiras elaborado por Victor Brecheret. Nele percebe-se o quanto sua obra era mais figurativa, e as formas foram mudando, se modernizando e simplificando ao longo das três décadas em que trabalhou no projeto.

Aproveite a visita para conhecer outras criações do escultor, como a Portadora de Perfume, Deusa da Primavera, e a Musa Impassível.