Boipeba, um paraíso quase isolado no litoral da Bahia
Destino baiano tem praias paradisíacas de águas mornas e quase desertas com enormes coqueiros
Em Boipeba o tempo literalmente para! E a afirmação não é exagero. Nessa pequena porção de terra, localizada no arquipélago de Tinharé, no município de Cairu, o celular é dispensável, a não ser para tirar fotos –que não serão poucas.
Diferente de Morro de São Paulo, que também fica no mesmo arquipélago, em Boipeba o dia parece durar uma eternidade –um convite para explorar calmamente suas piscinas naturais e praias paradisíacas de águas mornas quase desertas, emolduradas por enormes coqueiros.
A ilha de Boipeba é formada pelos povoados de Velha Boipeba (onde fica o centrinho com lojas, bares, restaurantes e o “agito”), São Sebastião (chamada pelos locais de “Cova da Onça”), Moreré e Monte Alegre –pequenas vilas de pescadores.
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Mas, antes de explorar Boipeba, providencie um mapa. O GPS será inútil, já que em muitas partes da ilha não há sinal de celular. Certifique-se de levar também protetor solar, chapéu, garrafa de água e prepare-se para andar. Como carros não entram na ilha, o acesso a algumas praias é feito por trilhas.
Agora se o preparo físico não estiver em dia, a opção é pegar um dos quadritáxis para se descolar. O valores variam de R$ 10 a R$ 20, a depender do trajeto.
Mas, mesmo assim ainda será preciso caminhar, pois eles são proibidos de circular pelas areias das praias. A Bahia Terra Turismo oferece diversos passeios por Boipeba e arredores com preços bem acessíveis ao bolso.
As praias de Boipeba
A Ilha de Boipeba tem uma costa protegida por recifes de corais. O mar calmo de águas mornas é um convite ao banho de mar, mergulho ou passeios de caiaque e stand up paddle. Para chegar às piscinas naturais que se formam na maré baixa, o barco é a melhor opção.
As praias têm areias claras e são cercadas por muitos coqueiros, o que torna a paisagem mais deslumbrante ainda. O ideal é sair cedo para explorá-las e não ser surpreendido pela maré alta.
Praia da Boca da Barra
A praia da Boca da Barra é a mais próxima do centrinho (Velha Boipeba) e começa na foz do rio do Inferno, que separa as ilhas de Tinharé e Boipeba. De lá saem os passeios de lancha para explorar a região e também é por onde os turistas chegam. Possuí um boa infraestrutura de bares e restaurantes. O pôr do sol é atração imperdível.
Praia do Outeiro e das Pedrinhas
A praia do Outeiro é a continuação da Boca da Barra, só que numa versão muito mais tranquila. Sua areia em algumas partes é de cascalho, porém em outras, é branca e fofa, com pousadas à beira do mar.
No final da praia do Outeiro há uma pequena trilha e no meio dela encontra-se uma prainha com variedades de pequenas pedras no lugar da areia, é a praia das Pedrinhas. Escondida e que quase sempre deserta, é ideal para quem quer produzir aquela foto diferenciada. A trilha também dá acesso à Pousada Mangabeiras.
Praia de Tassimirim
Seguindo pela trilha, em meio à Mata Atlântica, chega-se à praia de Tassimirim. A primeira voltada para o mar aberto. Na maré baixa se formam pequenas piscinas, onde é possível mergulhar. O local também têm barraquinhas que servem porções de peixes, frutos do mar e almoço com pratos “bem generosos” –bem acessíveis ao bolso– à sombra das amendoeiras. A pedida é o bobó de camarão da Gleyde.
Praia da Cueira
Na sequência, a belíssima praia da Cueira, emoldurada por uma “mar” de coqueiros e a preferida dos surfistas. Tem uma boa oferta de barracas. Mas a principal é a do Guido’s, famosa por suas enormes e suculentas lagostas preparadas com água do mar, no fogão a lenha, ali, na hora. Irresistível. Mesmo sendo um ponto super turístico onde todos os passeios de barco param, a experiência vale a pena.
O Guido, aliás, é uma figura carismática. Nativo de Boipeba e experiente pescador, ele faz questão de contar sua história e dos visitantes ilustres que já almoçaram no seu restaurante, como o tenor italiano Andrea Boccelli.
No final da praia da Cueira fica a foz do rio Oritibe, cercado de coqueiros e mangezal, e que dá acesso à praia de Moreré. Para isto, é preciso atravessá-lo na maré baixa (ida e volta). Recomenda-se ficar de olho na tábua das marés –as pousadas oferecem essa informação– e usar um calçado, pode ser uma sandália, tênis para trekking ou sapatilha para água.
Praia de Moreré
Após alguns minutos de caminhada por dentro de uma fazenda de coqueiros, chega-se a praia de Moreré –considerada uma das mais bonita do Brasil. Uma enseada de águas tranquilas com recifes de corais onde se formam várias piscinas naturais na maré baixa e grande variedade de peixes, é o local ideal para a prática do mergulho.
Para chegar até as piscinas naturais é preciso pegar um barco, que parte da praia mesmo. Na maré baixa também surgem enormes bancos de areia, o que permite longas caminhadas pela praia até chegar ao vilarejo de Moreré e suas barracas de palha e madeira. Elas servem a tradicional moqueca de camarão com banana da terra à beira do mar.
Também é possível ficar hospedado em Moreré, há diversas opções de hospedagem como campings e pousadas à beira-mar ou no interior da vila.
Praia de Bainema
A praia da Bainema é a mais extensa e deserta de Boipeba, inclusive na alta temporada. O acesso é feito por uma trilha que fica no final da praia de Moreré repleta de árvores frutíferas. São cerca de 20 minutos de caminhada.
Durante a maré baixa formam-se piscinas naturais, ideias para um mergulho.
Ponta dos Castelhanos
A Ponta dos Castelhanos é outra praia cerca por coqueiros e quase deserta de Boipeba. Por isto quase não existem barracas por lá. Há algumas bem rudimentares num pequeno trecho da praia onde está a foz do rio Catú, que servem pastéis de frutos do mar. Na maré baixa, os recifes de corais formam inúmeras piscinas naturais.
A praia recebeu esse nome por causa do galeão espanhol Madre de Dios, que naufragou após se chocar contra os corais por volta de 1530. Dependendo das condições do mar, é possível avistar o navio num mergulho.
A Ponta dos Castelhanos também é um importante ponto desova de tartarugas marinhas em Boipeba.
Como chegar a Boipeba
Para chegar ao paraíso baiano, é preciso muita disposição. O único acesso à ilha de Boipeba é de barco e requer uma logística programada com antecedência.
Para quem sai de Salvador, a melhor opção é pegar o ferry boat no Terminal Marítimo de São Joaquim até Itaparica, no Terminal de Bom Despacho. O trajeto leva cerca de 1 hora e custa R$ 6, 10 (de segunda à sexta) e R$ 8,10 (finais de semana e feriados) para passageiros (veja outros valores aqui).
De Bom Despacho pode-se pegar um ônibus (2h30 de viagem e a passagem custa R$ 20) ou de táxi (1h30 de viagem e custo de cerca R$ 250) até Valença ou Graciosa. De lá, pega-se uma lancha rápida para Boipeba. A primeira sai às 10h e a última, de acordo com o movimento, entre 16h e 18h. A viagem leva cerca de uma hora e o valor da passagem é de R$ 50.
Uma outra opção é pegar um barco terminal marítimo em frente ao Mercado Modelo para Mar Grande, na Ilha de Itaparica. A travessia é mais rápida (cerca de 40 minutos) e o intervalo é de apenas meia hora. A passagem custa R$ 6, 10 (de segunda à sexta) e R$ 8,10 (finais de semana e feriados).
Em Mar Grande pode pegar uma van até Nazaré e de lá seguir de ônibus ou fretar um táxi que leva uma hora e meia de viagem até Valença ou Graciosa. Depois uma lancha até Boipeba.
Também é possível chegar a Boipeba de avião a partir do aeroporto internacional de Salvador. A viagem demora 30 minutos até a Fazenda Pontal, no extremo sul da Ilha de Tinharé, e depois uma pequena travessia de 5 minutos em barco. Saiba mais aqui.
Serviços
Transfer de Itaparica a Valença: (75) 9987-0906 com Tide
Passeios e traslados de lancha rápida – (75) 99994-5156/ (75) 99994-1885/ (75) 99812-6145/ (75) 99961-9750 com Eri ou Eriel ou [email protected]
Agências e receptivos
Bahia Terra Turismo: (75) 3653-6017 ou [email protected]
Hospedagem
Pousada Mangabeiras: (75) 3653-6153 | (75) 3653-6214 ou www.pousadamangabeiras.com.br