O que ninguém te conta sobre viagens longas e trombose
Entenda a relação entre longas horas sentado e problemas circulatórios
O fim de ano costuma ser marcado por deslocamentos prolongados, seja de carro, ônibus ou avião. Mas permanecer muitas horas sentado pode favorecer a formação de coágulos sanguíneos, especialmente nas pernas, aumentando o risco de trombose. Isso acontece porque a falta de movimento reduz a circulação e o sangue tende a se acumular na região inferior do corpo.
De acordo com o angiologista e cirurgião vascular Joé Sestello, diretor-presidente da Unimed Nova Iguaçu, o risco aumenta ainda mais em períodos de calor intenso. “A alta temperatura favorece a dilatação dos vasos e a retenção de líquido, o que torna a circulação mais lenta. Somado à imobilidade, o ambiente para a trombose está criado”, explica o especialista.

Alguns grupos precisam ter atenção redobrada durante viagens prolongadas. Pessoas com histórico familiar de trombose, portadores de varizes, gestantes, fumantes, obesos, usuários de anticoncepcionais ou que tenham passado recentemente por cirurgia estão entre os mais vulneráveis.
“O alerta vale para todos, mas para quem já tem algum fator predisponente, o cuidado deve ser ainda mais rigoroso”, reforça Sestello.
Estratégias simples que evitam risco de trombose em viagens longas
A prevenção, segundo o médico, depende de estratégias simples que podem ser incorporadas sem alterar os planos da viagem. Levantar-se para caminhar a cada uma ou duas horas, alongar as pernas e movimentar os pés são medidas eficazes.
A hidratação também desempenha papel decisivo, já que melhora a fluidez do sangue. “Beber água regularmente é uma ação que protege. Na prática, funciona melhor do que as pessoas imaginam”, afirma.
Em alguns casos, o uso de meias de compressão pode ser indicado, mas sempre com orientação profissional. “A compressão é eficaz, mas deve ser recomendada por um médico, porque cada paciente tem necessidades específicas”, ressalta o médico.
Se mesmo com os cuidados surgirem sinais como dor persistente na panturrilha, inchaço, vermelhidão ou sensação de calor no local, buscar atendimento imediato é fundamental.
“Após uma viagem, qualquer desconforto fora do comum nas pernas precisa ser avaliado. Quanto mais cedo o diagnóstico, mais simples o tratamento. E o mais importante: na dúvida, procure um médico especialista”, conclui Sestello.