Observação de baleias jubarte é experiência única em Abrolhos

Em parceria com Viagem em Pauta
21/09/2017 17:13

Águas quentes, rasas e tranquilas. Se você que é daqui mesmo não perderia a chance de passar férias em um lugar com essas condições, imagina aqueles gigantes que vêm de longe para criar filhotes.

De julho a setembro, o extremo sul da Bahia é destino de milhares de baleias jubarte que deixam as águas frias da Antártica para amamentar filhotes e se reproduzir.

Catamarã em Abrolhos, no extremo sul da Bahia
Catamarã em Abrolhos, no extremo sul da Bahia

A 250 km de Porto Seguro, Caravelas serve como base para quem embarca nos passeios de observação de baleias, em direção ao Parque Nacional Marinho dos Abrolhos.

Antiga estação baleeira, a cidade trocou a caça de cetáceos, nas décadas anteriores, pelo turismo de observação de baleias, a principal atividade turística.

A gente fica minúsculo, mas a alma se agranda diante daqueles gigantes que podem chegar a pesar 40 toneladas. Quando uma jubarte se ergue na proa do barco, não é raro ver turistas em lágrimas, com um olho nelas e outro na selfie com o celular.

As viagens, que duram de três a quatro horas, são feitas em catamarãs que fazem um bate e volta de um dia, a partir de Caravelas, ou também roteiros de até três dias, em que os passageiros ficam em barcos com cabines individuais, banheiros e área para refeição.

Segundo o Projeto Baleia Jubarte, o Brasil recebe cerca de nove mil, anualmente. E a taxa de crescimento de 10% anuais parece tão firme quanto aqueles gigantes que viajam quilômetros, em busca de águas mais quentes. Assim como nos informou Camargo, os dados de 2015 estimaram entre 15 e 17 mil baleias jubarte, no litoral brasileiro.

“A gente passou da gestão da raridade para a gestão da abundância de jubartes. As preocupações mudaram e, atualmente, estamos atentos à questão dos atropelamentos e de atividades que possam causar impacto à baleia”, explica Camargo.

Farol da Santa Bárbara, visto da ilha Siriba, em Abrolhos
Farol da Santa Bárbara, visto da ilha Siriba, em Abrolhos

Localizado a 70 km da costa, Abrolhos é um arquipélago formado por cinco ilhas, das quais apenas a Siriba permite desembarque de turistas.

Mas a gente pouco se importa com isso. A atração por ali é gigante, pesa até 40 toneladas e tem data para acabar (pelo menos até a próxima temporada de baleias).

Curiosidades

⇒ As jubarte podem ser encontradas em todos os oceanos do planeta. Segundo o biólogo Eduardo Camargo, existem diversas populações de jubarte com comportamento migratório, algumas nos hemisférios Norte e Sul, outras nos oceanos Atlântico e Pacífico.

⇒ A plataforma continental que avança por até 150 km da costa baiana forma uma verdadeira piscina infantil para a criação de filhotes de baleias, em águas quentes e rasas com profundidade que varia de 40 a 50 metros.

As jubarte podem ser encontradas em todos os oceanos do planeta
As jubarte podem ser encontradas em todos os oceanos do planeta

⇒ Abrolhos é considerado o maior berço reprodutivo do Atlântico Sul.

⇒ Uma das características das jubarte são os cantos produzidos pelo machos, na hora de atrair uma fêmea e para afastar outros machos. “Já tem uma série de estudos que avaliam que a música é complexa, com sonetos, com estrofes que se repetem e evoluem, a cada temporada”, explica Camargo, para quem o canto também deve ter a função de comunicação entre as populações de baleias.”

⇒ Os saltos são outro comportamento que todo turista espera ansioso para ver. “Existem várias teorias. Tem gente que fala que faz parte do ritual de acasalamento e outros pesquisadores falam que é para tirar cracas ou parasitas do corpo. Mas há também um consenso que diz que as jubarte pulam porque elas são felizes e saltam porque estão brincando”, explica a bióloga e mergulhadora Luciana Fuzetti.

SAIBA MAIS
Horizonte Aberto
Passeios de um a três dias em Abrolhos, com saídas de Caravelas
www.horizonteaberto.com.br

Hotel Marina Porto Abrolhos
Em Caravelas, o Viagem em Pauta esteve hospedado nesse hotel da praia do Grauçá, a 11 km do centro da cidade. O local é pé na areia, literalmente, e surpreende com 32 apartamentos e sete bangalôs amplos de até dois andares.
www.marinaportoabrolhos.com.br

Projeto Baleia Jubarte
Esse projeto tem início em 1988, poucos anos depois da implantação do Parque Nacional Marinho. Segundo Eduardo Camargo, diretor executivo do projeto, “na época, identificou-se a presença regular de baleias jubarte na região e então um grupo de biólogos implantou uma coleta sistemática de dados científicos para conhecer melhor a população”.

Atualmente, o projeto atua no Espírito Santo e em Caravelas e na Praia do Forte, outro destino baiano que conta com um centro de visitantes, onde é possível fazer visitas guiadas.

Projeto Baleia Jubarte
www.baleiajubarte.org.br