Ostrava e Olomuc, duas joias escondidas na região da Moravia
As duas cidade da República Tcheca surpreendem até mesmo os turistas mais conservadores
Albert Einstein dizia que “insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. E isso também se aplica ao turismo, porque para ter novas experiências é preciso descobrir novos destinos.
Nós conhecemos duas cidades da República Tcheca que vão surpreender até mesmo os turistas mais conservadores.
Apresentamos aqui um roteiro dos monumentos industriais no nordeste do país, que mostra os vestígios da revolução industrial do século 19.
Ostrava, polo industrial
Você já pensou em conhecer uma mina de carvão? Garanto que essa experiência é maravilhosa.
Uma das minas mais profundas da República Tcheca fica em Ostrava, a terceira maior cidade do país, a 15km da fronteira com a Polônia e 55 km da Eslováquia.
Imagina só, dá até para fazer um combinado República Tcheca e Polônia ou com a Eslováquia.
A região cresceu com as minas de carvão e com as siderúrgicas e, através do aço, no século 20 se tornou um importante polo econômico da República Tcheca.
Mas, depois da queda do comunismo os lucros com o carvão e com o aço diminuíram, então muitas minas e indústrias foram transformadas em centros culturais, criando inusitadas atrações turísticas.
Dolni Vitkovice, um museu a céu aberto
Uma das joias da arquitetura industrial. O local tornou-se um importante ponto cultural, um verdadeiro museu a céu aberto, com um centro de ciências e tecnologia e um auditório para receber eventos internacionais.
Ao se deparar com o cenário dessa área você terá a sensação de entrar num filme futurista, com canos, tubos e torres de ferro. É ao mesmo tempo estranho e sensacional.
O complexo é formado por três partes: uma é a mina Hlubina, com um alto-forno cuja temperatura ultrapassava 1.500 graus e o trilho por onde seguiam as matérias primas.
Outra parte é a usina de maquinaria que ainda é capaz de produzir e, por fim, o grupo de edifícios industriais e administrativos. É impactante! E não precisa falar tcheco para entender as explicações, porque durante o tour os visitantes recebem informações em vários idiomas.
Mas, o lugar mais impressionante desse complexo é o Bolt Tower Café, no alto de uma torre a 78 metros de altura. De lá de cima nós temos a exata dimensão de todo o percurso que fizemos nesse complexo turístico.
Aproveite para contemplar o pôr do sol tomando um cafezinho, porque a vista é fantástica! Uma curiosidade é que o nome dessa torre se deve a dois motivos: primeiro porque ela tem formato de parafuso e bolt em inglês significa parafuso.
O segundo motivo é uma homenagem ao corredor jamaicano Usain Bolt, que visitou o local. Nada mais justo.
Se você está visitando Ostrava, definitivamente precisa experimentar a culinária local e vivenciar experiências agradáveis para os olhos e por que não para o bolso com preços acessíveis.
Nossa indicação é Nha Cretcheu Café & Restaurant! Os pratos são absolutamente espetaculares tudo é cuidadosamente selecionado pelo chef cabo-verdiano Jamie Santos. Com certeza é uma cozinha cinco estrelas. Recomendo quando visitarem Ostrava.
Continuando com a viagem, vale a pena visitar Landek Park, conhecida por geólogos do mundo inteiro. Como a área é protegida, os visitantes caminham por trilhas educativas e passagens subterrâneas que revelam os segredos do trabalho da mineração.
No subsolo da mina vemos armários de correntes e uma exposição de resgate. Tem curiosidade de caminhar pelas profundezas da terra?
Há evidências de que ali ocorreu o primeiro uso de carvão preto no mundo, e isso foi há mais de 23 mil anos, ou seja, na época dos caçadores de mamutes.
É ou não é curioso? O mais interessante desse circuito é que todas as histórias são contadas pelos antigos mineiros que se transformaram em guias.
Landek Park ocupa a área de uma usina desativada um pouco fora do centro. É um espaço muito interessante para passar momentos em família, com muita diversão e história. A vegetação é rica, tem locais para a prática de esportes, para camping e para relaxar. Um lugar que une história, natureza e entretenimento. É uma experiência enriquecedora.
Olomuc, uma metrópole espiritual
A outra joia da República Tcheca é Olomuc, no coração da Morávia, a duas horas de Praga. A cidade foi uma das mais importantes do reino tcheco e faz parte da lista da Unesco.
O que mais chama atenção nessa cidade são as construções em estilo barroco, verdadeiras preciosidades arquitetônicas que guardam séculos de história.
Aliás, Olomuc é a segunda maior área histórica urbana depois de Praga. Pra você ter uma ideia de sua importância, foi ali que Mozart compôs a sexta sinfonia. Não é pouca coisa né gente.
Ao caminhar pela praça Central, o primeiro monumento barroco que a gente vê é a imponente Coluna da Santíssima Trindade. Ela é bem antiga, sua construção data de 1740 e é motivo de orgulho para os cidadãos de Olomuc, pois todos os habitantes daquela época participaram de sua construção, inclusive o artista Vaclav Render.
A obra é simplesmente magnífica. Tem 32 metros de altura. A Assunção da Virgem está representada na parte central e no topo da coluna está a Santíssima Trindade. É a maior escultura ao ar livre de toda a Europa Central.
E não para por aí, na parte inferior existe uma capela que abre para o público na alta temporada. Essa capela é muito pequena, antigamente só entravam os nobres e o povo ficava na praça. Mas graças à acústica perfeita, dá para ouvir as missas do lado de fora. E tem mais, debaixo de um dos ladrilhos do piso há uma passagem que leva ao subsolo de Olomouc.
Olomuc também pode ser considerada uma metrópole espiritual, pois diz-se que o número de igrejas, capelas e áreas sagradas, em proporção à população, é o mais alto de toda a República Tcheca.
A Catedral de São Venceslau é o principal templo religioso da Morávia e fica no lugar do antigo Castelo de Olomuc. A torre da igreja tem mais de 100 metros de altura, é a segunda torre mais alta do país e lá em cima está o maior sino da Morávia.
Essa Catedral tem muitas obras de arte, colecionadas por bispos e arcebispos desde o século 16. Ali também se encontra um dos maiores órgãos do mundo Já imaginou andar numa carruagem decorada com ouro?
Nós não pudemos andar, mas pudemos ver bem de pertinho. Sim, essa carruagem existe e fica no Museu Arquidiocesano, localizado em um dos prédios do antigo Castelo de Olomuc.
O museu é bem luxuoso, tem até uma Sala do Tesouro com cálices e relicários e muitas, mas muitas pedras preciosas como rubis, diamantes e esmeraldas. É impressionante ver tantas pedras preciosas num só lugar.
Mas a peça que mais chama a atenção é a carruagem decorada com ouro. Ela foi construída no século 18I para o cardeal Ferdinand Julius Troyer. Só de ver já viajamos no tempo e ficamos imaginando o cardeal andando pra lá e pra cá nessa joia. Além da decoração em ouro a carruagem tem pinturas da mitologia.
É uma obra de arte que deixa qualquer um admirado.
Lembra que Mozart compôs a sexta sinfonia em Olomuc? Pois então, para homenagear o ilustre compositor austríaco, deram o nome de “Mozarteum” à sala de concertos do Museu Arquidiocesano.
Como toda cidade, Olomuc também tem um ponto de encontro preferido por moradores e turistas, trata-se do edifício da Câmara Municipal, que tem uma torre com vista incrível. Não precisa pagar nada pra subir na torre, mas é preciso estar em boa forma física para enfrentar os 140 degraus.
Relógio Astronômico de Olomuc
Não é só em Praga que tem relógio astronômico, Olomuc também tem o seu.
O relógio astronômico da cidade fica na entrada da prefeitura, bem em frente à Câmara Municipal. Depois da Segunda Guerra os comunistas assumiram o poder e reformaram o relógio, tirando as imagens de santos e apóstolos e colocando no lugar figuras da classe operária.
Outra característica peculiar de Olomuc são as Fontes, que fazem a alegria de dos locais e dos turistas, principalmente da criançada. Todas têm nomes mitológicos. As fontes César, Mercúrio, Júpiter, Hércules, Netuno e Triton foram construídas entre os séculos 17 e 18 e atraem visitantes desde aquela época.
A fonte mais moderna é Arion, de 2002, ela parece uma piscina e as crianças se divertem muito nessa fonte durante o verão. Essas fontes são muito bonitas e ajudam a refrescar no verão. Também são bastante instagramáveis, quem visitar Olomuc não vai sair de lá sem tirar várias fotos nas fontes.
Ostrava e Olomuc são riquíssimas em arte e história. São duas joias que merecem entrar para o roteiro de todos os turistas que visitam a República Tcheca.