Park City quer conquistar brasileiros com neve e boa gastronomia

Com resorts premiados, atrações culturais e infraestrutura de ponta, Park City aposta em experiências completas para atrair mais brasileiros

29/01/2020 07:02 / Atualizado em 31/08/2025 12:17

Park City, no estado de Utah, pode não ser o primeiro nome que vem à mente quando se pensa em férias nos Estados Unidos. Mas talvez devesse. Esta pequena cidade, que já foi palco das Olimpíadas de Inverno de 2002 e abriga o prestigiado Sundance Film Festival, está se posicionando como um dos destinos mais completos para quem busca neve, cultura e gastronomia —e quer, cada vez mais, atrair o público brasileiro.

Com uma infraestrutura que inclui mais de 3.700 hectares de área esquiável, dois resorts de renome internacional e mais de 150 bares e restaurantes, Park City tem tudo para agradar desde os iniciantes no esqui até os viajantes mais exigentes. E o melhor: muitos instrutores falam português ou portunhol, o que facilita (e muito) a vida de quem está dando os primeiros passos na neve.

A cidade também aposta em experiências além das pistas. Tubing, snowshoeing, passeios de trenó e até bobsled olímpico fazem parte do cardápio de atividades. No verão, trilhas, festivais e passeios de balão mantêm o ritmo turístico em alta. É um destino para todas as estações — e para todos os perfis.

Com pouco mais de 8 mil habitantes, Park City, localizada a menos de 1 hora de carro do aeroporto de Salt Lake City (principal porta de entrada), tem o charme de cidade pequena e a estrutura de metrópole turística. E agora, com o crescimento do número de brasileiros —2,1 milhões visitaram os Estados Unidos em 2019— viajando para o país, o destino quer se tornar referência entre os amantes da neve do hemisfério sul.

Resorts premiados e pistas para todos os níveis

Park City abriga dois gigantes do esqui: o Park City Mountain e o Deer Valley. O primeiro é uma das maiores estações de esportes de neve da América do Norte, com mais de 340 pistas e cerca de 40 meios de elevação. A variedade é ampla: há terrenos para iniciantes (classificação verde), intermediários (azul) e experts (preta), além de paisagens que vão de bosques nevados a vistas panorâmicas da cidade.

Já o Deer Valley é mais exclusivo. Aqui, só se pratica esqui —snowboard não é permitido— e há um controle rigoroso do número de visitantes por dia, o que garante pistas mais tranquilas. Com 820 hectares e mais de 100 pistas, o resort foi eleito o melhor da América do Norte pela revista “SKI Magazine”, em 2018.

Ambos oferecem aulas para iniciantes, inclusive para crianças, com instrutores fluentes em português. As aulas acontecem em áreas de pouco declive e, após algumas horas de prática, já é possível encarar pistas verdes com segurança. Para os mais experientes, há desafios como o Jupiter Peak, com trechos íngremes e exigentes.

Além disso, os resorts contam com infraestrutura completa: aluguel de equipamentos, restaurantes nas pistas, transporte gratuito entre hotéis e estações, e até aplicativos como o Epic Mix, que ajudam a planejar o dia de esqui com mapas, previsão do tempo e status dos teleféricos.

Recomenda-se adquirir o Epic Day Pass antes do início da temporada de inverno para garantir a sua disponibilidade. Além disso, é muito mais econômico do que comprar diretamente na bilheteria dos meios de elevação.

Para acesso à estação Park City Mountain pode-se optar pelo Epic Pass, que oferece um valor diferenciado para pacotes a partir de quatro dias, ou pelo novo Epic Lift Day, para uso diário. Já com o Ikon Pass é possível escolher entre esquiar por cinco ou sete dias na estação Deer Valley. Os três são ideais para quem deseja curtir sem limitações e exigências de tempo. A temporada em Park City vai até 12 de abril.

Muito além do esqui: cultura, aventura e gastronomia

Park City não vive só de neve. A cidade oferece uma gama de atividades para quem quer variar o roteiro. No complexo Woodward, por exemplo, é possível praticar tubing —uma espécie de tobogã com boias— ou fat biking, que são passeios de bicicleta com pneus especiais para neve.

Há também snowshoeing, caminhadas com pranchas nos pés por bosques congelados e trilhas panorâmicas.

Para os mais corajosos, o parque olímpico da cidade ainda permite experimentar o bobsled, com velocidades que ultrapassam os 100 km/h. E quem prefere algo mais tranquilo pode optar por passeios de trenó puxado por cavalos ou snowmobiles, veículos que lembram jet-skis adaptados para neve.

A vida cultural também é agitada. Em janeiro, Park City sedia o Sundance Film Festival (que este ano ocorre de 28 e 3/02), o maior festival de cinema independente dos Estados Unidos, criado pelo ator e cineasta Robert Redford. Durante o evento, a cidade se transforma: há exibições de filmes, festas e uma atmosfera vibrante que atrai artistas e cinéfilos do mundo todo.

Na gastronomia, a cidade surpreende. São mais de 150 bares e restaurantes, com opções que vão de hambúrgueres artesanais a pratos sofisticados. Destaques incluem o Twisted Fern, com receitas orgânicas e criativas, o Yuta, comandado pelo chef Galen Zamarra, o Snowed Inn Sleigh Company, que oferece uma experiência no lato da Park City Mountain Resort (o percurso , é feito por trenó puxado por cavalos), e o High West Distillery, que produz seu próprio uísque em clima de Velho Oeste.

Aposta no público brasileiro e crescimento do turismo

Park City está de olho no mercado brasileiro. Com o aumento da demanda por destinos de neve e o crescimento do turismo internacional, a cidade tem investido em ações para se tornar mais acessível e atrativa para os brasileiros. Empresas como Ski Brasil e Point da Neve oferecem pacotes completos, com hospedagem, aulas, aluguel de equipamentos e transfers.

A previsão é de crescimento contínuo nos próximos anos. Segundo estimativas do Visit Utah, o turismo no estado deve crescer cerca de 6% ao ano, impulsionado por eventos, melhorias na infraestrutura e campanhas de marketing voltadas ao público latino-americano. Park City, como principal destino de inverno do estado, deve liderar esse avanço.

Investimentos também estão sendo feitos em transporte e hospedagem. A cidade conta com mais de 100 estabelecimentos hoteleiros, desde opções luxuosas como o The Lodge at Blue Sky até acomodações mais acessíveis no centro, como a Washington School House. Há ainda uma rede de ônibus gratuitos que conecta os principais pontos turísticos, facilitando a locomoção dos visitantes.

Além disso, o aeroporto de Salt Lake City, a apenas 60 km de distância, tem ampliado sua capacidade e conexões, tornando o acesso a Park City mais rápido e prático. Para os brasileiros, voos com conexão em cidades como Miami, Nova York e Los Angeles são as rotas mais comuns.

Park City no radar dos viajantes brasileiros

Com neve farta, resorts premiados, atividades variadas e uma estrutura que conversa com o público brasileiro, Park City tem tudo para se consolidar como um dos destinos favoritos de inverno. A cidade une aventura, conforto e cultura em um pacote completo —e está cada vez mais preparada para receber turistas do Brasil.

Para quem busca uma alternativa aos destinos mais óbvios dos EUA, Park City é uma aposta certeira. E, pelo jeito, está pronta para dizer “bem-vindo” em português.

*O jornalista viajou a convite do Visit Park City