Pesquisa aponta dilemas das viagens em grupo
Estudo expõe os contrastes entre o desejo de viajar acompanhado e as dificuldades de conciliar preferências
Viajar em grupo pode ser uma experiência enriquecedora, repleta de memórias inesquecíveis. No entanto, nem tudo são flores nesse tipo de aventura. Diferenças de interesses, ritmos e personalidades podem gerar conflitos, exigindo paciência, flexibilidade e, muitas vezes, concessões.
Enquanto uns querem acordar cedo, outros preferem dormir até mais tarde e relaxar. Há ainda quem busque contato com a natureza, e quem prefira explorar a vida noturna.

Aprender a equilibrar os desejos individuais com o bem-estar coletivo é um dos maiores desafios –e também uma das lições mais valiosas — de viajar acompanhado.
Os dilemas das viagens em grupo
Pesquisa feita pela Imaginadora –agência de marketing para turismo, relações públicas e eventos–, revelou os dilemas das viagens em grupo para o brasileiro contemporâneo. O levantamento ouviu mais de mil pessoas de todas as regiões do país.
O estudo “Um Novo Jeito de Viajar” mostra que, embora a maioria prefira viajar acompanhada, os atritos surgem com frequência e podem comprometer a experiência coletiva.

Segundo o estudo, o desejo de dividir a jornada aparece com força: 59,1% preferem viajar com familiares, 48,3% com parceiros(as) e 21,2% com amigos. Apenas 17,3% gostam de viajar sozinhos. Criar momentos com pessoas queridas é o principal valor para 65,9% dos entrevistados, seguido por ter companhia para explorar novos ambientes (50,6%).
Mas, junto com o afeto, vêm os desafios: 42,7% apontam a diferença de interesses na programação como o maior obstáculo em viagens em grupo, seguidos pelo descompasso de ritmos (36,1%) –como acordar cedo versus dormir até mais tarde–, descumprimento de horários combinados (36,3%), falta de colaboração prática (22%) –como ajudar a carregar malas ou montar roteiros– e até questões pessoais, como ronco ou hábitos incômodos durante o sono (16,7%).
Insegurança excessiva
A pesquisa da Imaginadora apontou ainda que há ainda quem se sinta desconfortável com insegurança excessiva (21,3%) ou com a falta de habilidade digital (7,6%) do companheiro de viagem. A mesma porcentagem de pessoas (7,6%) afirma que nada os incomoda.

Embora 61% considerem ideal viajar em grupos pequenos (de três a cinco pessoas), a gestão prática do grupo nem sempre é simples: 40% preferem dividir os custos à medida que eles acontecem e 30.4% determinam o valor que cada pessoa deve pagar antes da viagem.
Já sobre o tempo de planejamento para a viagem, 37.5% se preparam com dois ou quatro meses de antecedência e 28.1%, entre cinco e seis meses de antecedência.
“Entender o comportamento do público é essencial para acertar nas estratégias. As empresas que ignoram essa etapa arriscam agir com base em achismos e preferências pessoais, e não com conhecimento de mercado”, diz Ana Donato, sócia-diretora da Imaginadora.
A pesquisa “Um Novo Jeito de Viajar” revela que, por mais afetuoso que seja o grupo, viajar junto também exige tolerância, alinhamento, disposição para ceder, jogo de cintura e empatia.