A aventura em Boituva, no interior de SP, começa pelo céu
Um destino perto de São Paulo com muita aventura e gastronomia com a certeza de relaxar a cabeça e estimular o corpo. O Então Vah foi para Boituva e conta tudo para você!
Essa viagem, como todas às boas começou com muita expectativa e com frio na barriga na noite anterior. A certeza de estar a caminho de realizar mais um sonho, me deixa em um misto de alegria, adrenalina e ansiedade!
Bota a cabeça no travesseiro, fecha o olho e se imagina pulando de um avião, afivelada em outra pessoa que tem somente uma mochila nas costas. Parece loucura né?! Mas não é.
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Acordo no dia seguinte, pego o amigo de longa data e parceiro nessa aventura Gustavo Yazbek, responsável pelas fotos dessa matéria e embarcamos logo cedo para saltar de paraquedas e aproveitar o fim de semana perto o bastante para não dar dor de cabeça mas longe o suficiente para esquecer a selva de pedras.
Salto de paraquedas
Uma hora e meia depois, chegando em Boituva já vimos uma galera caindo do céu e a adrenalina começou a correr na veia. O Paraquedismo Boituva estava logo ali e nós, estávamos animados. O Marcelo e o Higor nos receberam com o astral lá no alto e nos paramentando, o que não é muita coisa, apenas um colete de faixas. A aventura estava só começando e já fomos esperar o avião.
Ali geral ia saltar solo, então o clima era tranquilo e nada tenso. A entrada do avião te dá a certeza que aquilo é uma loucura e a vontade é só de ir frente. O destino era somente 12.000 pés do céu de Boituva há mais de 200 km/h. A paisagem é linda, aqueles campos bonitos e de multi verdes do interior de São Paulo e deu para aproveitar, afinal eu adoro voar.
A subida de uns 20 minutos é determinada e o avião tá de bico sabendo onde quer chegar. O Marcelo me deixou muito segura e no meio do caminho avisou que iria nos prender sempre se certificando que eu me sentia bem e eu só pedia o máximo da adrenalina.
Começa uma movimentação, a “porta” abre e de repente os 7 que estavam com a gente no avião se dependuram pra fora do avião, caraca eles saltaram juntos. Os demais foram indo um a um e a sensação de ver aquilo é doida, já que eles desaparecem muito rápido. Vamos chegando perto da porta, põe o pezinho na ponta, só com o rosto pra fora e encara, olha pra baixo e sorri. Em um mortal voamos pra fora em queda livre e ele não decepcionou, me deu o máximo da adrenalina que era possível. Passa rápido mas não o suficiente para não sentir e lembrar da melhor sensação da vida.
Depois de aberto é passeio e a velocidade muito mais baixa. Pude pilotar o paraquedas por uns minutinhos que valeram a eternidade. Tava me sentindo muito radical, e puxando uma das alças começamos a dar voltas sem parar. Entrego o comando e vamos ao pouso, que é suave e sentado. Só conseguia me sentir viva e queria ir de novo.
Passeio de balão
O próximo encontro com o céu de Boituva foi no dia seguinte para voar de balão ao nascer do sol com a Escola Brasileira de Balonismo. Acordamos às 4h30 porque estávamos há uns 40 minutos de lá. O encontro é feito com café e bolachinha jogo rápido. Uma van nos leva acompanhando os balões que começam a ser inflados ainda no escuro.
Com fogo alto e bonito e no tempo tranquilo do balão, começa a tomar forma o passeio que promete ser inesquecível.
O cesto era gigante e descobrimos depois que estávamos em um dos 5 maiores balões do mundo com um dos 5 melhores pilotos do Brasil no céu de Boituva. Só coisa boa e muita técnica envolvida. No balão ao lado estava Lou Marina, uma piloto maravilhosa campeã brasileira rumo ao título mundial. #pilotecomoumagarota . Amo ver mulheres ocupando espaço onde ainda não tem.
O balão começa a subir com o dia clareando e o sol ainda escondido. A subida é suave como o passeio todo, não dá medo e não tem perigo. Vou observando como a força do fogo mantém o balão, que geralmente não é navegável, vai somente com e para onde o vento quer. Não tem ponto de chegada exato, eles vão do solo acompanhando e se comunicando com os pilotos. Mas, o nosso era fera e fez a gentileza de girar o balão devagar para que todo mundo pudesse aproveitar o sol nascendo. O céu tava absurdamente lindo, em um misto de rosa e azul. #gratidão !
Uma horinha de passeio, hora mais alto, hora mais baixo de uma paisagem linda de Boituva, vendo os mirantes, morros e às possibilidades de trilhas, que deixamos para uma próxima oportunidade, queríamos também descansar. Pousar foi mó barato e mostrou maestria de todos os envolvidos, já que pousaram direto no carreto do carro. Champa para finalizar e um pedido de casamento, para deixar o momento fofo!
Cachaça e cama
Fomos conhecer a produção totalmente artesanal da cachaça 3 coronéis na Fazenda Pinhal e ficamos impressionados como até hoje, gerações depois, ainda é manual. Da colheita da cana à embalagem. Quem nos recebeu foi o maravilhoso Luciano, um cara que cresceu pela fazenda e conhece a cidade toda, bem como a história. Que começa bem no principio da cidade de Boituva e que fizeram a primeira igreja, o primeiro hospital e a primeira produção da bebida queridinha do Brasil, a cachaça.
Ele muito paciente nos mostra e nos conta tudo. Dos papagaios que fazem a trilha sonora à histórias do vô Colomi, que estava por ali e tem 98 anos querendo montar e domar cavalos sob os olhares atentos de todos. Experimentamos às quatro opções que eles fazem ali, conhecendo cada processo cuidadoso e o tempo que cada uma leva pra ficar deliciosa. Saí de lá com a Reserva amarelinha e com um xarope de mel fabricado ali que promete curar tudão!
Eles mantêm um canhão original que ainda funciona e que nas festas, lança balas para as crianças que esperam ansiosas. <3
Depois de adrenalina e cachaça, só dá pra ir pra cama! Ficamos no San Raphael Itu porque buscávamos tranquilidade, facilidade, um bom chuveiro e uma ótima cama! Quarto espaçoso com duas camas de casal e varanda. Acertamos em cheio. Acabamos não utilizando a estrutura toda com piscina, quadras variadas e cinco refeições diárias e mesmo assim foi ótimo para o que buscávamos.
Itália e Portugal
Basicamente só almoçamos nos dois dias, aquele esquema famoso, o ‘almojanta’ que foram experiências. No sábado almoçamos no VinSanto, iltaliano, com tudo o que tínhamos direito. Um trio de pastas de entrada, daquelas que se quer pedir mais, massa feita dentro do Grana Padano super saborosa e finalizamos com sobremesa e café.
No domingo, já voltando pra casa decidimos parar na A Quinta do Marquês, português, na Castelo Branco. Já tinha ouvido muito falar do restaurante de dentro e passado muitas vezes na frente. Depois do almoço só me perguntava porque eu tinha demorado tanto. Muito gostoso e farto. Fomos no tradicional bolinho de bacalhau e alheira de entrada, bacalhau e pastel de Belém pra fechar. Não tem erro, confia, vá na tradição.
Ali tem uma coisa muito interessante. Por ser um posto completo e não só um restaurante, você tem a possibilidade de experimentar diversas coisas sem pesar no bolso, já que eles tem o bolinho de bacalhau em unidade, os pastéis de Belém e um buffet que também tem uma amostra do cardápio do restaurante. Parada obrigatória no retorno pra casa.
Não deixe de notar também um pouco mais a frente no maior painel da America Latina, feito pelo famoso artista Kobra.
Já foi? #entãovah