Puno, no Peru, tem festa sagrada e Carnaval em fevereiro
Além de abrigar a festa cheia de fervor, a região também é referência de turismo vivencial
Todos os anos, o Festival da Candelária reúne milhares de dançarinos, bandas musicais e artistas que percorrem ruas e praças de Puno, no sul do Peru, fazendo preces à “Mamacha Candelária” ou “Mamita Candelária”, como carinhosamente chamam a imagem venerada, em sinal de gratidão pelos milagres concedidos.
A Virgem da Candelária ou Nossa Senhora da Candelária, que fica no Santuário da Igreja San Juan Bautista, é a padroeira de Puno, que fica 3.870 metros de altitude.
O culto à Candelária –uma das mais antigas venerações católicas da Virgem Maria– também está ligado aos rituais aos deuses andinos, como a Mãe Terra (Pachamama), o lago Titicaca, os Apus, a chuva, os trovões, às crenças que simbolizam a pureza e a fertilidade.
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Festa cheia de fervor, o festival foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, pela Unesco, em 2014.
Mas a festa não se limita só ao fervor religioso; inclui também um fascinante concurso de fantasias e de danças, numa amostra única do folclore –e do Carnaval– peruano.
Turismo vivencial em Puno
Uma vez em Puno, vale a pena visitar a província de Lampa, onde encontramos a réplica da Piedade, criação do gênio italiano Miguel Angel, e antigos casarões, como o de Frisancho.
No distrito de Atuncolla, pequena cidade com vivências da cultura original Qolla, levantam-se casas de pedra com tetos de Ichu (Stipa ichu), e seus habitantes ainda fazem pagamentos para a Pachamama. Nas proximidades estão as famosas Chullpas de Sillustani.
Outra atração em Puno é o lago Titicaca, onde coexistem as ilhas flutuantes dos Uros, herdeiros de um rico passado aimará. Uma volta pela ilha natural de Taquile permite admirar o legado de habilidosos tecelões.
Ao chegar à ilha de Amantaní é possível participar em rituais próprios da cosmovisão andina. Ticonata é outra ilha que desenvolve o turismo de experiência.
Na cidade de Ccotos são elaborados tecidos finos, enquanto Llachón é adequado para passeios em caiaque e veleiros, além de caminhadas.