Reserva natural é atração surreal da Bolívia
Por Eduardo Vessoni, do site Viagem em Pauta
A Bolívia não conta com o conforto das viagens pelo Chile, a estrutura da Argentina nem a fama do Peru. Mas a gente não pode negar que esse país, que ainda lamenta a perda da saída para o mar e desconfia de estrangeiros, guarda uma das paisagens mais impactantes de toda a América do Sul.
E naquelas terras andinas, “guardar” assume significados literais.
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Qualquer viagem que se faça por esse país de mais de um milhão de km², no setor central do continente, é sempre uma aventura exigente de longos deslocamentos de carros 4×4, onde o transporte público não chega, ou a bordo de ônibus que fazem um interminável pinga-pinga por povoados interiores.
Eis o (incompreendido e desconhecido) país que nem todo brasileiro lembra na hora de incluir em sua viagem de férias por terras sul-americanas, dono de uma geografia de cenários surreias, baixos custos para viajantes estrangeiros e facilidades na entrada ao país, onde brasileiros viajam sem passaporte, portando apenas o RG com foto recente.
Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa
Considerada uma das atrações mais visitadas da Bolívia, a REA (Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa) fica no na Provincia Sud Lípez, no extremo sul do Departamento de Potosí.
É ali que o país mostra seu lado mais selvagem: vida silvestre que se exibe sem timidez, como flamingos, guanacos e águas; paisagens impactantes que riscam o horizonte, do lado de fora do carro; e experiências arqueológicas e culturais que dão o tom da viagem por essa região, extremamente, desértica e fria.
Veja atrações
Árbol de Piedra
Um dos ícones da reserva é essa formação eólica, localizada entre um conjunto de rochas vulcânicas, a 18 km ao norte da Laguna Colorada. Declarada Monumento Natural da Bolívia, a ‘Árvore de Pedra’ tem 5 metros de altura e está isolada em uma grande área desértica do sudoeste da Bolívia.
Volcán Ollagüe
Juntamente com a Árbol de Piedra, esse vulcão costuma ser visitado no 2º dia de travessia do Salar do Uyuni, na região vulcânica de Lípez. Localizado na fronteira da Bolívia com o Chile, a atração está a 5.870 metros e possui uma cratera de 1.250 metros de diâmetro.
Rocas de Dalí
Dizem que o pintor espanhol Salvador Dalí teria se inspirado na região para pintar alguns de seus quadros. Nada provado, mas aqueles contornos surrealistas fazem desse vale uma das experiências mais impactantes, visualmente, em todo território boliviano. Trata-se de um conjunto único de rochas vulcânicas, próximo ao salar de Chalviri.
Sol da manhã
Cedo, bem cedo, fumarolas saem da terra, produzidas por um fenômeno geológico que toma conta da paisagem local, formada por gêiseres. A 5 mil metros sobre o nível do mar, em uma área de 1 km², lavas fervendo com gases de enxofre sobem em forma de vapor de água misturada com ouros elementos.
Não muito longe dali, curiosas piscinas de águas termais, em meio a baixas temperaturas locais, recebem diversos grupos de visitantes, atraídos pela fama de suas águas curativas.
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Laguna verde
A mistura de sal, arsênico e cobre dão os tons verde-turquesa dessa lagoa de 17 km², aproximadamente. rodeada por altas montanhas e picos nevados. Destaque para o imponente Licancabur, vulcão que fica na fronteira da Bolívia com o Chile.
Laguna colorada
Com 60 km² e uma profundidade que não passa dos 80 cm, essa lagoa assume cores surreais, devido à alta concentração de borato de sódio (bórax) e aos pigmentos de plantas e organismos são responsáveis pelas águas de tons avermelhados dessa lagoa.
Lagunas Cañapa e Hedionda
Vizinhas, essas duas lagoas são outra atração imperdível da Provincia Sud Lípez. De água salgada, a primeira é rodeada por três vulcões (Caquena, Tapaquillcha e Cañapa), forma um espelho d’água com 1,42 km² e se encontra a 4.140 metros sobre o nível do mar, cujas margens abrigam faixas de sal. Já a Hedionda está a 4.100 metros de altitude e tem uma superfície aproximada de 4,5 km².
*Essas e outras atrações de Sud Lípez podem ser visitadas, durante as travessias pelo Salar do Uyuni