Rota no Uruguai une vinho e gastronomia no mesmo passeio
Roteiro passa por Montevidéu, Canelones, Maldonado e Colônia
O Uruguai vem se popularizado como destino de viagem e atraído cada vez mais turistas brasileiros nos últimos anos. E os números comprovam isto. No ano passado, quase milhão de conterrâneos viajaram para o país vizinho, ficando atrás apenas dos argentinos.
E motivos é o que não faltam. Além da segurança –país é um dos mais seguros do mundo– a boa gastronomia, excelentes vinhos e praias badaladas estão entre as principais razões dos brasileiros escolherem o Uruguai como destino.
Outro fator que facilita a vida dos turistas brasileiros no país vizinho é que muitos estabelecimentos comerciais aceitam o real como moeda, em especial na capital Montevidéu.
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Mas é no enoturismo que o Uruguai vem apostando suas fichas para atrair novos visitantes. Uma das iniciativas é o “Los Caminos del Vino”, que apesar de ter surgido em 2005, com objetivo de unificar e consolidar o mercado de turismo de vinho no país, está de olhos nos brasileiros.
Integram a rota 21 bodegas (como são chamadas as vinícolas no Uruguai) –de pequenos empreendimentos familiares, com produção artesanal, a modernas vinícolas que empregam alta tecnologia, cada uma com um charme próprio. Elas oferecem tours guiados com direito degustação, almoços ou jantares harmonizados. Há opções para todos os bolsos e gostos.
Por conta das curtas distâncias, muitos turistas optam por se hospedar na capital uruguaia e visitar as bodegas durante o dia.
A maioria das vinícolas do rota estão localizadas nos arredores de Montevidéu, Canelones, Maldonado, Colônia e Rivera. Juntas, elas responsáveis por 80% da produção de vinhos do país, especialmente os elaborados a partir da cepa tannat.
Patrimônio nacional
Apesar de ser originária do sul da França, foi no Uruguai que a tannat ganhou fama e reconhecimento mundial. A fruta, chegou ao país no início do século 19, é considerada um patrimônio nacional pelos uruguaios.
O clima temperado e umidade proveniente do oceano Atlântico e dos rios Uruguai e da Prata fazem do “terroir” (terra, em português”) uruguaio único no mundo para a plantação da tannat. Junte isso à superstição que a região de fica justamente entre os paralelos 30 e 35 sul, que passa por importantes regiões produtoras de bons vinhos como Argentina, Chile, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia.
A uva tannat também é rica em resveratrol, um polifenol que age como anti-oxidante e como redutor do mal colesterol, além de outros benefícios à saúde.
Outro fator que torna o vinho uruguaio especial é o respeito pela natureza. De acordo com este princípio, o Uruguai oferece um dos ambientes mais puros para produção da bebida, segundo ranking da Universidade de Yale, nos EUA
Sabor único
A Catraca Livre visitou recentemente o Uruguai e conheceu 11 das 20 bodegas que integram os Los Caminos del Vino. Foi uma maratona regada a excelentes vinhos com o melhor da típica gastronomia uruguaia.
Em cada bodega visitada a sensação é de estarmos em família. É visível o prazer que cada um dos cicerones têm em receber os turistas, indecentemente do tamanho do empreendimento.
É uma experiência única. Não só pelos vinhos degustados –que apesar de serem elaborados da mesma cepa, têm sabores únicos–, mas também pela acolhida e as belas paisagens em que estão fincadas os estabelecimentos.
É possível conhecer duas vinícolas ou até mais no mesmo dia, mas o ideal é reservar tempo para curtir o passeio com tranquilidade. As degustações custam entre US$ 35 e US$ 120 por pessoa. O preço varia de acordo com o tour escolhido.
No site da Associação Caminhos do Vinho há informações sobre os tours em todas as vinícolas que integram a rota. Também é possível fazer reservas. uruguaywinetours.com.
*O jornalista viajou à convite da associação Los Caminos del Vino